Capítulo III - O caçador nunca distancia-se da presa

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O longínquo Sol emerge solenemente do horizonte, iluminando o escuro céu com suaves cores aconchegantes e aquecendo os seus humanos. Yang Lian distrai-se com a arte celeste que envolve sentimentos com a delicada ternura da beleza que ela possui enquanto espera por seu mestre para treinar, sentado na varanda. Talvez esperar não seja a definição correta, porque ele não anseia ansiosamente pelo futuro, nada mais ocupa sua mente além dessa exata hora. E ainda sonolento, ele se defende de um ataque desferido por uma espada que origina-se de sabe se lá onde.

- Eu ainda não estou pronto - ele tenta amarrar seus cabelos, todavia falha, porque lutar é prioridade.

- Os inimigos nunca iriam te esperar - Yang Lian desembainha sua espada com velocidade, ainda com os seus cabelos soltos - Lute como se sua vida dependesse disso.

- Então eu não irei me segurar - um raro sorriso surge em seu rosto, enquanto ele desfere o seu primeiro golpe.

- Mas antes, não se esqueça do básico, mantenha-se atento.

- Eu estou concentra... - ele se interrompe quando percebe que a espada de seu mestre está a poucos centímetros de seu pescoço.

- Que bela concentração, você nem mesmo é capaz de perceber uma espada se aproximando - pisca um de seus olhos, sorrindo - Não converse durante batalhas, não é uma boa ideia dividir sua atenção além do necessário.

- Tudo bem, vamos de novo.

Repetidas vezes, Yang Lian perde para seu mestre, apesar de se concentrar.

A sensação gélida da manhã ainda permeia o ar, entretanto o suor escorre do rosto de Yang Lian e ele se senta, apoiando no ombro de seu mestre, com a respiração um pouco ofegante. O jovem descansa em silêncio enquanto a suave brisa encontra-se com seus fios de cabelos e o canto dos pássaros ecoam no ar.

Um pequenino inseto azul o faz concentrar a sua visão nele, é um bichinho estranho, um desta espécie com essa cor ainda não havia sido encontrado por ele. Agora, Yang Lian pode guardar em sua memória mais um inseto esquisito encontrado no distrito de seu clã, que é repleto de uma grandiosa flora, o que permite esses pequeninos viverem com os Yang.

- Como está indo o seu trabalho? - pergunta Yang Wen.

- Normal - essa fala é extremamente vaga, porque até mesmo aventuras inusitadas no trabalho são consideradas normais por ele.

- Encontraram novamente o Tigre Branco?

- Não.

- Ah que pena, mas uma hora você consegue sua revanche, dessa vez é ele quem vai ser derrotado - um sorriso travesso é exibido por ele.

- De novo isso?

- Eu não tenho muitas oportunidades de te zuar por perder, então estou aproveitando.

- Entendo.

- Até que horas você irá trabalhar hoje?

- Não sei, quando eu terminar o que for preciso fazer.

- Eu encontrei um livro perdido de física do meu irmão mais velho, ele o deu para mim, podemos estudá-lo no nosso tempo livre.

- É sobre óptica? - diz no mesmo instante que seu mestre termina de falar.

- Vi no sumário que há um pouco de óptica, entretanto não sei se é o assunto do livro.

- Tentarei sair mais cedo se isso não prejudicar o meu trabalho.

- Eu também tentarei.

- Quando um de nós estiver livre, avisaremos o outro.

- Claro.

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