Capitulo XXI - As cortinas do palco se abrem para o espetáculo iniciar-se

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Não muito mais tarde, o sol esvai-se de seu majestoso brilho, e a escuridão domina a humanidade. As nuvens dançam com os ventos no céu, derrubando os pequeninos cristais alvos como a lua em cima das ruínas de um templo abandonado. Essas ruínas são residentes de uma clareira na densa flora de Jinqu e apenas o chão e partes das paredes sobreviveram ao assassino de memórias nomeado de tempo.

Não há tochas acesas e é quase impossível enxergar sob tenebroso breu da noite. Um animalzinho bate incansavelmente com o bico na terceira parede ao norte e passos pesados de dois homens com armaduras ecoam na escuridão, como se eles estivessem anunciando um ao outro a sua chegada.

Depois do aviso, os dois líderes de clãs que chegaram com antecedência apenas se aquietam e esperam. O silêncio reina como o soberano mais poderoso dentre os quatro homens que estão escondidos nas sombras e, mais tarde, é quebrado pelo passarinho que insiste em voltar a bicar a parede.

No exato horário marcado, as tochas acendem como se fosse magia. A luz alaranjada derrota a escuridão e ilumina o centro das ruínas, que será o palco do maior espetáculo que já foi criado.

Esse é o estopim para um duelo entre lendas.

Cada passo dado em direção ao outro é lento e exala perigo, eles se aproximam e começam a lutar. Zhu Huang ataca com o sabre, mantendo a distância. Yang Wen desvia e desfere chutes que são defendidos, depois, tenta se aproximar, e o primeiro golpe do sabre acerta a sua armadura. A batalha aumenta a ferocidade, como se fosse coberta por um véu carmesim, entretanto, por trás das cortinas do teatro, eles estão com cautela para não ferir o outro.

E em cima de uma árvore de grande altura, Yang Lian observa os detalhes de tudo que há nas ruínas do templo. Seus olhos percorrem rapidamente até os confins das sombras, procurando por Zhu Yin, quem orquestrou o duelo. Quando vê um vislumbre de algo branco destacando-se na densa escuridão, ele desce da árvore. É necessário um extraordinário cuidado para sua pesada armadura não emitir nenhum som, o ferro poderia tocar em outra parte de ferro, sua espada poderia esbarrar em si, suas botas poderiam escorregar na madeira e diversas outras possibilidades que fazem ele vigiar-se para não torná-las reais por acidente.

Yang Lian encosta os seus pés no solo da clareira. Ele é cuidadoso para não pisar em nenhum animal que o atrasaria e caminha para as ruínas e pensa em subir nas paredes, entretanto, elas não devem suportar seu peso, na verdade, elas não seriam capazes de suportar nem o peso de uma criancinha, então, ele decide apenas andar próximo a elas, evitando as áreas iluminadas pelas chamas.

Seus passos não são velozes, porque a sua armadura possui o poder de atrapalhar a sua discrição. Se ele não for cauteloso, ela emitirá um ruído que revelaria a sua presença.

Yang Lian continua com seus passos cuidadosos, entretanto, pisa em algo que emite um som desagradável, um caracol teve a sua concha quebrada. As sombras não permitiram que ele visse o animalzinho e sua respiração torna-se mais profunda. Ele teme que tenham ouvido, entretanto, talvez o som do duelo ao lado possa tê-lo encoberto. Por precaução, ele muda de caminho e permanece perseguindo o seu inimigo.

Ele desembainha lentamente a sua ilustre espada, evitando que qualquer ruído seja emitido por ela, porque, se esperasse mais, estaria muito perto para a sua espada ser desembainhada discretamente.

Yang Lian está a menos de um passo de distância das costas de Zhu Yin. O inimigo não está de armadura para possuir uma descrição melhor e ser capaz de mover-se com destreza sem revelar a sua presença. Ele levanta a sua espada e acerta o ombro esquerdo de Zhu Yin. Quando eles lutaram anteriormente, ele percebeu que seu inimigo possui uma destreza maior com o braço esquerdo.

Zhu Yin anda para a frente, retirando a espada de seu ombro, e começa a correr. O carmesim escorre, manchando suas vestes brancas e ele tenta estancar o sangramento pressionando o ferimento com sua mão direita.

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