Capítulo IV

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Yeonjun havia acabado de desligar o telefone quando o e-mail de Soobin chegou. Ele era agora o encarregado de servir como uma espécie de "ponte" entre os outros investigadores que faziam parte da missão 1743 e Yeonjun. Havia enviado uma espécie de balanço da semana, o qual resumia o que havia sido levantado e se havia algum progresso de alguma parte dos times. Yeonjun também fazia um relatório de três em três dias, onde constavam algumas de suas descobertas que, possivelmente, poderiam ajudar os outros investigadores a trilhar um rumo mais certeiro. Relatou sobre a mensagem enviada na noite de quinta-feira, além de suas próprias suspeitas.

Sentia-se estranhamente mal de ter que manter a conversa com eles via internet, mesmo que usassem um provedor extremamente seguro. Se o tal hacker estivesse ligado na movimentação estranha da casa dos Choi e na sua presença, poderia ter acessado a rede de dados do IP da mansão e pego facilmente as mensagens que Yeonjun enviava e recebia. Era um risco imenso, portanto, o agente não abria seu e-mail com o WiFi da casa, preferindo a cobertura 4G do celular. Ir e vir da sede da Surveillance Elite era pedir pra ser descoberto. E que agente de seu porte cometeria um erro tão primário?

Após constatar que não havia nada de muito interessante no balanço da semana, o agente guardou o celular no bolso. Estava vivendo ali há uma semana e alguns dias. Seu convívio com Beomgyu havia ficado menos conflituoso, mas o garoto era mimado demais para se lidar facilmente. Na frente de seu grupinho de "amigos" ele mudava, infelizmente.

- Descobriu alguma coisa nova? – a voz soava tão aveludada que Yeonjun precisou virar-se para ter certeza da identidade de seu dono.

- Infelizmente não. São só suposições. Seu pai e sua irmã serão contatados para dar mais informações sobre possíveis desafetos. Ninguém conseguiu rastrear o IP, infelizmente. – disse sincero, aproximando-se de Beomgyu.

O garoto assentiu, suspirando.

- Não seria melhor eu deletar a rede social? – questionou, parecendo receoso.

- Se você fizer isso, vamos ficar no escuro. Sem contar que precisamos que você continue com ela para analisarmos a conta desse bandido. – explicou, o observando.

- O jantar está sendo servido, vem comer... – convidou, o chamando com a mão.

Yeonjun assentiu, o seguindo até a mesa. Lá, sentou-se ao lado dele, bem em frente a Ashton e Jihye. Taeyang ocupava a ponta da mesa.

- Mexi no meu testamento hoje, filho. – disse o senhor Choi, batendo no ombro de Beomgyu, cheio de orgulho.

Beomgyu voltou os olhos aos dele, sorrindo enviesado.

- Sério, papai? Por que o senhor mexeu? – questionou, colocando um bocado da lasanha na boca.

Yeonjun estudava as feições dos presentes na mesa. Jihye parecia um tanto triste, batendo seus talheres com certa força no prato. Ashton continuava a comer, sem esboçar grandes reações, já Beomgyu forçava um sorriso, sem parecer interessado no assunto.

- Sério, filho, o papai vai te ensinar a comandar tudo até o final do ano. Vai virar o meu braço direito lá dentro. Vai saber tudo sobre ações e finanças. – dizia orgulhoso, afagando os cabelos longos do garoto. – Hm, não acha que tá na hora de cortar um pouco do seu cabelo? – questionou bem humorado, rindo.

Beomgyu negou, voltando a comer.

- Não pai, deixa ele assim, eu gosto dele assim. – disse, sem ser mal educado.

- Hm, tudo bem, é só pentear pra trás que disfarça um pouco. As garotas devem se interessar por meninos de cabelos longos, não é mesmo? – riu, cutucando de leve o filho.

Missão 1743Onde histórias criam vida. Descubra agora