Yeonjun não soube dizer quando e como saiu da cama, ficando em pé, enrolado em um pedaço de pano que ele não conseguia distinguir ser o lençol ou uma colcha mais fina. Estava trêmulo, sentia o coração alucinado bater em seu peito, à medida que a voz de Taeyang Choi trovejava no quarto.
O homem explodia em berros, com o rosto carregado de um vermelho bastante vivo. Gesticulava, puxava o filho pelos braços, chacoalhando-o insano enquanto "vomitava" uma porção de questões em cima de si.
O agente notou que Beomgyu chorava e se sentiu a pior pessoa do mundo.
Jihye, Ashton, Bruce e Mary invadiram o quarto, arregalando os olhos para a cena.
Yeonjun sentia uma leve tontura, dada à forma com que fora acordado. De tudo, esperar que o pai de Beomgyu fosse invadir seu quarto no meio da manhã e pegar ambos dormindo na cama, era algo inimaginável. O velho mal notava a existência do garoto, só o via como um substituto que manteria viva sua fortuna quando ele viesse a faltar um dia. Não parecia sentir prazer em ensinar nada pra ele, tanto que havia encontrado um "professor", coisa que Beomgyu sequer sabia. O garoto nem ao menos era questionado acerca das decisões que tomavam por ele.
E o pior: sabia que se fosse uma garota, Beomgyu seria parabenizado e não escorraçado como estava sendo.
Quando Jihye e Mary acolheram um choroso Beomgyu, Taeyang partiu para cima de Yeonjun, olhando-o insano com seus olhos acastanhados, a mão em riste, pronta para golpeá-lo.
Assim que o pulso veio em sua direção, Yeonjun o segurou, encarando o homem.
- Não tiro a tua razão, mas isso não te dá o direito de me acertar com o punho. - disse entredentes, ao que Ashton segurou o sogro, ainda perdido naquela situação toda.
- SUMA DA MINHA CASA! SUMA DAS NOSSAS VIDAS, SEU PERVERTIDO! - vociferou o velho, indicando a porta para o agente.
- Como quiser, senhor. - respondeu, aguardando que aquele circo todo acabasse e que assim pudesse arrumar suas coisas e partir.
Viu Beomgyu nos braços da irmã, o encarando com os olhos grandes apavorados. Ele não merecia passar por isso após ter tido uma noite tão memorável, do começo ao fim.
Queria muito abraçá-lo, beijá-lo nos cabelos e levá-lo embora consigo, mas sabia que isso era praticamente impossível, sem falar que Beomgyu tinha acabado de completar 18 anos. Sabe-se lá o processo que teria que responder por tê-lo corrompido...
Foi Jihye quem conseguiu retirar todos do quarto do agente, o deixando sozinho com seus pensamentos.
Sentindo ódio, Yeonjun jogou a mala na cama e arremessou suas roupas dentro dela, sem cuidado algum. Pegou seus itens de higiene pessoal no banheiro e jogou em uma sacola, antes de colocá-los de qualquer jeito na mala.
Retirou a calça que vestia e colocou uma roupa qualquer, sem sequer dar-se o trabalho de se olhar no espelho. O máximo que fez foi escovar os dentes, antes de colocar a mochila nas costas e carregar suas malas consigo, pra fora do quarto.
Bruce jazia no corredor com seu cap em mãos. Olhou para Yeonjun com seus olhos pequeninos e azuis, sua sobrancelha moldada dramaticamente, indicando a tristeza que sentia.
- Deixe-me ajudá-lo, garoto Yeonjun... - pediu, aproximando-se dele.
- Não é necessário, Bruce. Eu mesmo dou conta das minhas coisas, nem que tenha que fazer duas viagens do quarto até a calçada.
- Eu insisto. Apesar dos pesares, gosto de você e quero ajudá-lo. Não seja ranzinza comigo. - pediu o chofer, apanhando uma das malas que Yeonjun tentava carregar.
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Missão 1743
Mystery / ThrillerBeomgyu, um adolescente rebelde, filho do milionário Choi, está recebendo ameaças de um hacker que não consegue ser rastreado. Temendo pela vida do filho, o empresário decide contratar os serviços da Surveillance Elite - companhia de alto padrão, re...