Capítulo VII

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- A questão é que não sabemos se esse maldito hacker é um pirralho com talento pra informática ou um criminoso potencialmente perigoso! – disse enérgico, dando um tapa na mesa de madeira maciça, longa e larga.

- Sabemos disso, Yeonjun, mas você tem que entender que todos nós estamos trabalhando sem pausa nesse caso. Ninguém aqui está dizendo que desistiu, porém, todo mundo aposta suas fichas que se trata de algum desafeto do colégio do garoto Choi. – insistiu um homem alto e magrelo.

Um burburinho tomou conta da reunião, onde vários agentes uniformizados dividiam a mesa com policiais também fardados. Pertenciam à elite de segurança de Londres.

- E se não for? E se pegarem o garoto quando menos esperarmos? Eu não admito que diminuam a segurança nos arredores da casa e do colégio. – enfatizou.

- Estamos lidando com suposições e profissionais treinados que já trabalharam em casos similares diversas vezes. Quando o criminoso é potencialmente perigoso, não se limita a ficar ameaçando de uma a duas vezes por semana em um mês. Ele age. Ele quer se beneficiar de alguma maneira, seja arrancando dinheiro do pai do garoto ou arrumando uma forma de pegá-lo para uma possível vingança. Não evoluímos no caso. As mensagens continuam, mas nenhum movimento mais arriscado é feito. – explicou uma mulher com uniforme da polícia.

- E se dessa vez o caso for diferente? E se o criminoso só não pegou o garoto porque reforçamos a segurança? Como podem me dizer que irão diminuir pela metade? – questionou, incrédulo.

- Senhor Choi, somos um serviço público, não podemos ocupar todos os nossos homens com um caso isolado. Não estamos nos recusando a ajudar, mas vamos precisar diminuir os envolvidos no esquema.

- O mesmo vale pra Surveillance Elite. Estamos mantendo muita gente presa nesse caso. Temos outros clientes para atender, precisando de nossos serviços, tanto quanto os Choi. – pontuou um dos superiores de Yeonjun.

- Mas, desta vez a mensagem dizia claramente que faltava pouco. Justo agora vão diminuir os reforços? Qual a lógica trabalhada nesta questão? – ralhou, levando as mãos ao rosto, irritadíssimo.

- Não é a primeira mensagem em que o criminoso diz que falta pouco. Não vamos manter o garoto desamparado. Tenho certeza que a sua proteção diária e o restante dos homens que permanecerão na vigília darão conta desse delinquente juvenil. – assegurou a policial, levantando-se da mesa.

Um aperto de mãos entre a mulher e uma das autoridades da Surveillance Elite aconteceu, antes da reunião se findar, permanecendo somente Yeonjun e Soobin na sala.

- Vão pegar esse guri quando eu menos esperar, Soobinie... – murmurou, espalmando ambas as mãos no tampo da mesa.

O agente aproximou-se do amigo, passando a mão em suas costas de forma amigável.

- Sabe que estou com você e farei de tudo pra manter um número bom de agentes da companhia na cola de vocês... – murmurou, sentindo o desespero do amigo. Nunca havia visto Yeonjun tão nervoso.

- Obrigado por me ajudar... – murmurou, soltando um longo suspiro, cansado.

- Um mês de convívio te deixou bastante apegado ao garoto. Isso, levando em conta que você o julgava insuportável. – ele sorriu, esfregando os ombros dele com as mãos – Vamos tomar um café, sinto falta das nossas manhãs.

- Tá, mas não posso demorar muito. Quero voltar antes do Beomgyu acordar. – murmurou, soltando um longo suspiro – Agora que vão cortar a segurança pela metade, quero ficar com ele o tempo todo.

Soobin assentiu, o conduzindo pra fora da sala.


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Missão 1743Onde histórias criam vida. Descubra agora