Capítulo Final

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Quando estava saindo do cemitério, Yeonjun notou Taehyun e Kai no portão. Ambos seguravam rosas brancas em suas mãos e estavam com roupas pretas. Os garotos franziram o cenho quando o agente retirou seus óculos escuros, parando em frente deles.

- Yeonjun? – questionou Kai, um tanto confuso - Quem fez isso com ele?!

Yeonjun meneou o rosto, respirando fundo. Estava com a barba ligeiramente aparente, já que não encontrava ânimo para sequer apará-la há alguns dias.

- Não faço ideia, mas vou descobrir e o desgraçado vai pagar caro. Aliás, Kai e Terry, não sou e nunca fui primo do Beomgyu. Meu papel dentro da casa dele, me passando por parente no colégio, foi somente pra que eu pudesse prestar meus serviços sem levantar suspeitas. Sou um agente da Surveillance Elite, uma companhia britânica de segurança que atua em todos os cantos do mundo. – conforme Yeonjun falava, a dupla arregalava os olhos, entre assustados e maravilhados. – Estou revelando isso tudo porque não vão mais me ver no colégio. Sem o Beomgyu, não faria mais sentido... – suspirou.

- Agente de segurança? Mas é tipo o 007?! Você tem um número? – Terry perguntava, um tanto maravilhado.

Yeonjun negou, voltando a colocar os óculos nos olhos.

- Não tenho um número e não sou tão bom e tão esperto como James Bond. – declarou, voltando a seguir seu caminho. – Vejo vocês por aí...

Kai e Taehyun assentiram, o observando partir, atônitos demais para puxarem assunto ou irem atrás dele.

Soobin o alcançou após passar pelos dois garotos. Estava perto o suficiente para ouvir parte da conversa, incomodando-se com o comportamento de Yeonjun.

- Está maluco? Por que revelou sua identidade aos dois se você disse que o tal garoto Taehyun é um suspeito? – questionou em voz baixa, inconformado.

- Porque quando eu for matar o desgraçado que tirou a vida do Beomgyu, eu quero que ele saiba exatamente quem vai mandá-lo para o inferno.


-x-


Yeonjun chegou em casa menos aéreo. A tristeza e o desespero pareciam ter dado lugar ao ódio e a sede por vingança. Ignorando o pedido de Soobin para que tirasse a semana de folga, voltou ao trabalho após o almoço, tendo permissão concedida pelos superiores.

Yeonjun havia se tornado popular na companhia. Todos o conheciam, dado o histórico trágico da missão 1743. Alguns supunham que ele e o filho do Choi tiveram algo, outros diziam que Yeonjun havia agido como um verdadeiro agente, assumindo o caso de corpo e alma. Haviam também os que inventavam coisas, dando a Yeonjun um status de herói, outros já fofocavam que ele era um completo fracasso.

Independente dos olhares e opiniões divididas, Yeonjun caminhava pelo corredor de seu setor sem dirigir os olhos a quem quer que fosse. Não queria cumprimentos, não era um herói de guerra, muito pelo contrário. Não queria pêsames, não precisava lembrar que sua falha havia custado a vida de Beomgyu.

Estava a um passo de sua sala quando seu telefone tocou.

Observou no visor um número diferente, atendendo-o em seguida.

- Alô? – questionou, ouvindo a voz desesperada do outro lado da linha chamar por seu nome.

- YEONJUN! ME SALVA! ELES VÃO VOLTAR A QUALQUER INSTANTE E IRÃO ME MATAR! POR FAVOR, ME SALVA! – gritava em desespero, quase derrubando o telefone.

- Beomgyu...? – arriscou, sentindo a voz morrer em sua garganta.

- Claro que sim! Por favor, me busca! - pedia, choroso.

Missão 1743Onde histórias criam vida. Descubra agora