Capítulo X

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Yeonjun não respondeu Soobin. Havia perdido a capacidade de falar e derrubou o celular no chão, em choque. Levantou-se da cama feito um raio, indo direto ao guarda-roupa. Pegou a primeira camiseta e a primeira calça jeans que encontrou, vestindo. Calçou um par de coturnos, pegou um casaco e o celular, saindo do flat sem ao menos trancar a porta. Seguiu até a garagem, acionando o alarme e destravando seu carro. Deu a partida e saiu pelas ruas em alta velocidade, dirigindo-se à mansão Choi. Não queria saber se era ou não bem-vindo naquele lugar.

Deixou o carro em cima da calçada, saltando do banco do motorista. Jogou a chave do veículo para Bruce. O homem veio correndo ao seu encontro, pasmo com sua presença. As notícias do desaparecimento do menino Beomgyu deveriam ter chegado aos ouvidos de Yeonjun!

- M-me desculpe, menino Yeonjun! Eu juro que esse velho fez tudo o que pôde, mas ele simplesmente sumiu enquanto todos dormiam! – disse em desespero, com a voz falha.

- Bruce, estaciona meu carro, por favor, fica calmo, eu vou trazer ele de volta, tá bom? – disse a ele, apertando seus ombros com certa força a fim de passar confiança.

O chofer assentiu, arrumando o cap na cabeça enquanto corria até o carro.

Yeonjun entrou na casa, caminhando a fim de encontrar quem quer que fosse.

Jihye veio a seu encontro, os olhos castanhos ligeiramente avermelhados.

- YEONJUN! Graças aos Deuses! – murmurou, jogando-se nos braços dele. – Traz ele de volta pra nós, por favor! Nosso pai está morrendo! – dizia, desabando em choro.

O agente a segurou pelos ombros, vendo-a tremelicar conforme o encarava.

- Eu vou. Eu só preciso que todos vocês me ajudem com a investigação. Eu preciso que reúna todos os empregados pra eu poder pegar o depoimento de todos eles. Mesmo que o teu pai não me queira mais como agente, eu não vou deixar quem quer que tenha pegado teu irmão impune. Eu prometo que não vou descansar enquanto não devolver o Beomgyu pra vocês.

Jihye assentiu, levando a mão aos lábios.

Reuniu todos os empregados, sendo ao todo cinco pessoas: Bruce, Mary, o jardineiro Gilbert, a cozinheira Anna e a faxineira Bianca. Yeonjun tomou o depoimento de cada um deles em particular, usando a biblioteca como escritório, entretanto, ninguém havia dado informações relevantes, pelo contrário. Beomgyu não era muito sociável em casa, sendo assim, o viam entrar e sair do quarto. Ninguém tinha acesso ao espaço do garoto que se mantinha trancado a maioria do tempo. O sequestro havia acontecido no meio da noite ou no começo da manhã. A última vez que o garoto foi visto, fora por volta da meia-noite, quando foi dormir. Mary fora quem o havia visto por último.

O agente conferiu o último horário em que Beomgyu havia entrado no whatsapp, percebendo que fora 1h46, exatamente quando havia lhe mandado boa noite. Deveria ter dormido e fora surpreendido pelo sequestrador. O fato de ninguém ter ouvido sons de passos apressados ou gritos e outros possíveis ruídos faziam com que Yeonjun concluísse de que o sequestrador era alguém conhecido ou havia dopado o garoto antes de carregá-lo pra fora da casa.

Observou o celular vibrar, vendo a mensagem de Soobin em sua tela.

"Pare de agir sozinho. Estou chegando aí com os peritos."

Poucos minutos depois, Soobin e mais dois homens chegaram na mansão, sendo prontamente recebidos por Mary. Jihye indicou onde ficava o quarto do irmão, informando que Yeonjun já estava lá. Pediu desculpas e disse para que ficassem à vontade para revirar a casa, pois ela precisava voltar para o hospital ver o pai.

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