CASTANHO CASTANHOLA

castanho castanhola

É cor de olho, acho. É madeira, café, mel, sol filtrado. Para mim, castanho é cor de paixão. Castanho da castanha que bate no meu coração que nem castanhola. Castanho do cabelo, pele e sapato enlameado. Castanho do chocolate, doce favorito. Castanho castanhola que faz música no meu coração. Batuque de dois olhos. Castanho cor do amor que me persegue. Marrom que se destaca. Castanho do pé da mesa de jantar, pé da cama de casal, castanho sem validade. Quero ser enterrada em castanhas, fragmento de você, ar que me agrada. Avelã, nozes, pistache. Castanho que ajuda no coração, revive com som de tá-tá. Castanho da cortina que nos esconde, da mala que transborda, do guarda-roupa que ecoa. Folha de outono que ao meu lado caiu e costurei com linhas tênues. Castanho de íris constelada, de nada sei astronomia. Sei só castanho castanhola, orquestra renomada, de que importa o resto? Sejamos honestos; que resto? Vejo o mundo em castanho castanhola, seus olhos são meus, os cílios que piscas guardam a chuva de minhas lágrimas, socorre-me da correnteza de meu sangue nunca sangrado, marrom. Choro em Castanho maiúsculo, minha seiva, meu vinho tinto. Quando vejo, levo a vida de tal maneira que escrevo em, de, sobre, como castanho. Redoma minha, cidade musical, essência de um primeiro amor. Castanho como couro, brilha ao sol, nuances do verbo ser ao decorrer de uma única passagem. Castanho que abandonou o monótono, tom jamais visto. Ah! Castanho Castanhola! Que essa frequência de amor dure para sempre!