Talvez seja algo.

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Sábado - Seattle
Manhã

- Eu acho que você está mentindo.

DeLuca e eu estávamos sentados em uma cafeteria no centro de Seattle, era incrível como que as coisas com ele eram leves, sem fotos, sem câmeras, notícias ou qualquer coisa parecida.

O pior era eu comparar ele com 'alguém', isso poderia me preocupar

- Eu não estou mentindo, eu segurei o coração na mão! - Ele se defende e eu sorrio, vendo suas bochechas ficarem rosadas

- Você não é só um interno?

Provoco, vendo ele ficar mais vermelho

Apesar de irritado, ele ria junto comigo

- Sou residente, professora.

- Tem diferença?

- Claro que tem!

Nós nos encaravamos de forma simpática e não ficávamos sem assunto, já fazia duas horas que estávamos aqui na cafeteria

A paisagem de Seattle era muito bonita, diferente do sol escaldante de Los Angeles, mas era bom respirar novos ares.

A chuva fina caia do lado de fora do local aonde estávamos, as pessoas passavam com casacos, toucas e luvas nas mãos. Casais adentravam o estabelecimento, famílias com filhos e cachorrinhos na coleira e confesso que isso estava me deixando pra baixo

Minha cabeça que antes não pensava sobre isso, agora, já está completamente diferente.

Será que um dia, talvez, seria eu a pessoa que entraria numa cafeteria com um marido, filhos e um cachorro?

E principalmente, estaria feliz por ter tudo isso?

Se você não puder fazer isso, se não estiver disposto a continuar procurando por luz nos lugares mais escuros mesmo quando parecer impossível, as coisas não andam pra  frente e você não se regenera.

- Eu não sei não, acho que você está mentindo. - Ele ri nasalado e bebe mais um gole do seu segundo chá, assim como eu

- Você é teimosa! Na próxima vou tirar uma foto e colocar uma dedicatória atrás "Para a senhorita desacreditada, Mia"

- Eu vou gostar disso.

Faço sinal para a garçonete, pedindo outro bolinho de chocolate que por sinal, estava divino

- Mas, falamos sobre mim, meu trabalho... E você, Mia. Como vai sua vida no geral?

Meus músculos tensionam e automaticamente meu pensamento vai até o loiro de olho azul que está em uma cidade muito distante daqui

Chris.

Ninguém sabia que nós tínhamos terminado, ele não soltou nenhuma nota na mídia, não apagou a minha foto que estava no seu perfil e além dos meus amigos próximos, ninguém mais sabia.

- Minha vida vai bem, na verdade. - A garçonete aparece na mesa com o meu bolo e eu agradeço vendo ela sumindo logo depois - Estou terminando de escrever um livro!

- Sério? Um livro? - DeLuca mexe nos seus cabelos escuros e me encara de novo

- Sim! Um drama. - Seus olhos me acompanham, interessado - Eu até pensei em escrever um romance, mas não é como se essa parte da minha vida fosse muito bem então... Decidi escrever uma história que retratasse uma mulher real, com desafios, traições, tombos e conquistas no geral. Mas sem girar em volta de um homem.

- Desculpa, mas você disse que a 'parte romântica' da sua vida não vai bem?

Suspiro fundo, soltando todo o ar dos meus pulmões e tentando fazer meu coração desacelerar

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