As férias vão se findando indicando o início do terceiro ano de Sophia. Após receber uma carta de admissão, Sophia cruza o atlântico para iniciar seus estudos em Hogwarts e se vê na obrigação de embarcar em uma jornada em busca de recuperar a saúde...
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___ CAPÍTULO DEZ ___
Herança Manchada
Sophia já tinha ouvido falar sobre a Casa Kuiara em CasteloBruxo, que ficava no nível mais baixo da Escola, de forma que um de seus cômodos tinha janelas para um dos inúmeros rios na Amazônia. Em CasteloBruxo, ela nunca poderia saber como era a atmosfera de uma casa comunal como aquela, já que tinha sido selecionada para a Serpente de Fogo. No entanto, quando Sophia desceu as escadarias do dormitório das meninas, passou pela estátua de Merlin e chegou ao salão comunal, ficou abismada diante da Casa da Sonserina. Ela apresentava-se como um longo e aconchegante aposento subterrâneo, com suas paredes rústicas de pedra. Apenso ao teto por correntes, luzes redondas iluminavam o ambiente com uma luz suave e esverdeada. Uma lareira crepitante, adornada com um elegante console de madeira esculpida, dominava o espaço, e ao redor dela havia várias poltronas vazias.
Através das janelas bay windows, cujo design curvado conferia uma profundidade surreal, não se via outra coisa senão muita água, algas bioluminescentes, cardumes de peixes e lulas passando pelas vidraças, em um verdadeiro espetáculo oceanário. Sophia sentiu-se como se estivesse em uma exposição turística de um luxuoso navio naufragado em alto mar.
Astoria era uma das poucas sonserinas que já estava de pé tão cedo. Ela estava sentada em um dos cantos em diagonal da janela, observando tristemente um cardume de Borboletas de Barbatana Filamentosa nadando ao seu lado.
— Oi! Bom dia! – cumprimentou Sophia. Os peixes não devem ter gostado de sua súbita aproximação, pois rapidamente desapareceram entre as algas.
Astoria a encarou com um olhar fulminante, os olhos verdes-limão faiscando.
— Oh! Me desculpe! – Sophia acrescentou desesperada. – Eu não queria assustá-los.
Astoria deu um longo suspiro.
— Olá, Sophia. O que você está fazendo de pé tão cedo?
— Preciso mandar uma mensagem – respondeu Sophia, erguendo um pergaminho.
Sophia havia escrito uma carta endereçada à Alastor Moody, com base nos artigos do Profeta Diário, solicitando os bons préstimos das habilidades do ex-Auror para acesso ao Livro Invisível da Invisibilidade, essencial para um projeto de pesquisa acadêmica integrante do Clube de Poções de Hogwarts, cujo objetivo era estudar, identificar e entender os processos envolvendo a Seminvíase.
Tudo bem que a pesquisa não era de nenhum Clube de Poções, mas Sophia achou necessário adicionar Hogwarts como argumento de relevância e autoridade.
— E você? Sempre acorda cedo assim? – Sophia perguntou.
— Não consegui dormir e não queria incomodar minhas colegas – respondeu Astoria, voltando seu olhar para a janela.
