Capítulo Um

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___ CAPÍTULO UM ___

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___ CAPÍTULO UM ___

A Nova Ordem Mundial

A ministra da Magia encontrava-se recostada polidamente na bergère da cor de acaju, engastada com detalhes em ouro e marfim. À sua frente, uma pequena mesa de forma obtusa ostentava um castiçal igualmente de ouro, que servia como um archote e iluminava o rosto do homem sentado na poltrona à sua frente.

Já era uma hora da manhã e a reunião ainda não se encerrara. Os receios e relatórios que ela vinha recebendo dos Inomináveis do Departamento de Mistérios comprovaram-se verdadeiros e, ademais, ela já estava tendo dores de cabeça suficientes com vários acontecimentos recentes, desde o roubo do prêmio do Octogésimo Quarto Campeonato de Poções.

Mas o que estava ouvindo do Embaixador Inglês era o ápice daquela semana desastrosa. Comensais da Morte? Dementadores? Gigantes? Lobisomens? Inferi? Aparentemente, a Seção de Fiscalização e Controle do Departamento das Criaturas Mágicas e a Seção de Controle do Uso Indevido da Magia do Departamento de Execuções das Leis Mágicas teriam um trabalho tresloucado nos próximos meses.

Houve um pigarro e a Ministra guindou os olhos do tapete de veludo da cor de vinho em direção ao rosto do Embaixador. Ele tinha feições jovens. Era um rapaz um tanto esgrouviado, magro e com quase dois metros de altura. Usava roupas longas e verdes. Sinceramente, quando a Ministra o viu pela primeira vez, imaginou um tronquilho gigante embarafustar-se por entre a pequena porta de seu gabinete.

— Ainda está comigo, Excelência? – Henry Bagnold parou de falar abruptamente. Ele estivera lendo páginas e mais páginas de um pergaminho de mais de três metros acerca das providências que Rufo Scrimgeour, o Ministro da Magia Britânico, recomendara aos seus parceiros internacionais.

A Ministra encarou os olhos argutos do Embaixador e forçou um sorriso, o qual Bagnold entendeu como um sinal para que ele continuasse a leitura de algumas providências recomendadas pelo Ministro Britânico.

Francamente, a Ministra Alves pensou. Algumas das medidas sugeridas eram demasiadamente absurdas e, segundo seu julgamento, mais atrapalhariam do que fariam qualquer outra coisa útil. O fechamento de fronteiras, um rigoroso projeto de segurança em CasteloBruxo com feitiços e encantamentos defensivos, a criação de um complexo unicamente dedicado à proteção da Escola de CasteloBruxo e uma propaganda intensiva contra Artes das Trevas, mais soavam alarmantes e com grande potencial para causar e difundir pânico, do que de fato salvaguardar os interesses da comunidade bruxa.

Além disso, em pouco tempo, novas eleições seriam realizadas para a definição do próximo mandato. Caso ela saísse fazendo ações de caráter questionáveis e, principalmente, autoritárias, seu nome não cairia nas graças do Círculo dos Sete e, consequentemente, perderia seu mandato que, desde Vicência Santos, permanecia sob a égide da Família Alves.

De qualquer forma, ouviu pacientemente o que Bagnold tinha a dizer, o que incluía relatório de ataques de Comensais da Morte à comunidade trouxa, como o ataque à ponte de Brockdale e um ataque à Somerset, até hostilidades contra pessoas do alto escalão do Ministério Britânico, como Amélia Bones e Emelina Vance.

— ...Bem. Em resumo, é isso. – Bagnold concluiu após vários minutos de monólogo. – Confiamos fielmente que Vossa Excelência tomará as medidas que entender cabíveis, considerando a gravidade da situação.

— É claro – Concordou a ministra amistosamente. – Mais uma vez, agradecemos o voto de confiança e parceria. Nossa aliança é incondicional e tem sido de grande valia para o crescimento e desenvolvimento de nossas comunidades.

Bagnold suspirou.

— Há mais uma questão – O homem magricela pontuou e a Ministra teve de fazer um esforço tremendo para manter o semblante simpático em seu rosto. – Johnny e Karine Scheidegger.

Automaticamente, a Ministra se recordou dos relatórios sigilosos dos Inomináveis e, pela primeira vez naquela conversa, sentiu uma vertiginosa inquietação nas entranhas.

— Acredito que Vossa Excelência esteja ciente dos acontecimentos envolvendo a fuga em massa de Azkaban – Ele continuou, e a Ministra, agora mais interessada, aquiesceu com um ligeiro meneio de cabeça.

— Pois bem – prosseguiu Bagnold –, até onde sabemos, é bem provável que ambos tenham tido contato com os seguidores de Vol... Bem... Daquele-Que-Não-Pode-Ser-Nomeado – o bem articulado embaixador engrolou as palavras pela primeira vez – Só por esta razão, recomendo que sejam definidos como Indesejáveis, com máxima prioridade.

— Estamos monitorando a situação dos Scheidegger. Mas a prioridade é Aiyra Anahi. Deve estar ciente, creio eu.

Bagnold ajeitou as vestes verdes.

— Claro, claro – Ele resmungou. – A bruxa que assassinou uma criança internada no St. Mungus. Ouvi falar, naturalmente.

A ministra pensou em corrigi-lo, mas logo entendeu que pouco importava para ele. Aparentemente, aquele-Sem-Nome-Ou-Alguma-Coisa-Assim, era um assunto particularmente sério e amedrontador para os britânicos, logo, não fazia diferença ao embaixador se a criança atacada por Anahi tinha sobrevivido ou não. Eles apenas queriam certificar que a ameaça que enfrentavam não tomasse proporções ainda maiores, enraizando-se em outras comunidades bruxas.

Então a Ministra esboçou mais um sorriso:

— Muito bem, vou designar uma equipe especializada para a captura do casal, alegadamente, Comensal da Morte – disse a Ministra.

Excelente! – Bradou Bagnold. – Se puder encaminhar os relatórios acerca da operação, claro, precisaremos acalmar os ânimos e mostrar uma grande eficiência à...

A ministra levantou-se, cansada.

— Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?

Henry Bagnold pareceu buscar algo em sua memória, mas aparentemente não havia mais nada a dizer depois de sua gigantesca preleção dos problemas sociais da sociedade bruxa britânica.

— Bom... Acho que discutimos o necessário – falou pensativo. – Manteremos Vossa Excelência informada sobre os desdobramentos.

— Desejo-lhe boa sorte, então – disse a Ministra, estendendo a mão.

O homem a cumprimentou e a Ministra pouca força fez, com receio de quebrar-lhe os ossos das mãos esqueléticas. Ele deu-lhe as costas, enfiou as mãos no bolso das vestes, tirou um punhado de pó de flu, caminhou até à lareira e desapareceu, para o alívio da paciência da Ministra.

 Ele deu-lhe as costas, enfiou as mãos no bolso das vestes, tirou um punhado de pó de flu, caminhou até à lareira e desapareceu, para o alívio da paciência da Ministra

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Sophia e o CasteloBruxo - Livro 03Onde histórias criam vida. Descubra agora