Chasing The Sun | Sevmione

Capítulo 16

"O tempo é um grande professor, mas infelizmente mata todos os seus alunos."

- Louis Hector Berlioz.

A primeira aula de Defesa poderia ter sido melhor, concluiu Hermione depois, com certa ironia. Considerando que aquela tinha sido a primeira aula de Harry em qualquer matéria do novo ano letivo, não era um bom presságio que ele já tivesse recebido uma detenção. Apesar da maneira como reclamou, ele a mereceu, tanto pela grosseria quanto por - tecnicamente - ter agredido o professor; até Hermione admitiu livremente que Snape obviamente estava prestes a amaldiçoar Harry, mas ainda não o fizera de fato. Harry atacou primeiro e, francamente, teve sorte de receber apenas uma detenção por isso; pelos padrões habituais de Snape, uma única detenção por tal ofensa tinha sido surpreendentemente branda.

No entanto, deixando de lado o talento natural do amigo para causar problemas, ela achou que a lição também poderia ter sido muito pior. Snape havia sido mais sarcástico com ela do que o normal, mas não a insultou de fato e ela não se ofendeu com isso. Snape a ignorou, naturalmente, mas ela não esperava outra coisa, e o leve brilho nos olhos dele, quando passou por ela, provando que ele havia notado, foi suficiente para que ela se sentisse orgulhosa de si mesma.

Foi um tremendo alívio descobrir que, pela primeira vez, eles pareciam ter um professor de Defesa que sabia do que estava falando e pretendia ensinar-lhes algo útil. Quirrell tinha sido uma pilha de nervos que lhes ensinara algumas teorias que valia a pena conhecer e muito sobre vampiros que era muito improvável que eles encontrassem. Lockhart... bem, olhando para trás agora, ela podia admitir que ele tinha sido um idiota, e sentiu vergonha de si mesma por sua primeira paixão ter sido um alvo tão indigno. Lupin era esperto e conhecia o assunto, mas, na verdade, aprender sobre os demônios aquáticos japoneses não ia servir para muita coisa, a menos que eles planejassem ir para o Japão e se esconder em lagos. Moody - bem, droga - também conhecia o assunto, mas ela não estava inclinada a confiar em nada do que ele havia lhes ensinado. E quanto menos se falasse sobre Umbridge, melhor. Parecia que Snape, único entre seus professores até então, iria realmente ensiná-los a se defender.

Até então, todo o seu conhecimento decente de Defesa tinha vindo de Harry e dos livros; ter um professor competente definitivamente a ajudaria a se sentir um pouco melhor sobre as coisas. Além disso, o que ela havia dito ao amigo era verdade; se você olhasse para além da impressão superficial criada pelas palavras de Snape, os dois estavam dizendo basicamente a mesma coisa - que o conhecimento não ajudaria a longo prazo a menos que você soubesse como usá-lo e que nem sempre era possível confiar na habilidade mágica para se sair bem. Ela estava ansiosa pela próxima aula - desde que conseguisse convencer Harry a ficar de boca fechada

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Ela começou sua primeira aula de Poções depois do almoço com a mesma curiosidade. Ela tivera a vaga impressão de que Snape não gostava muito de Slughorn, mas como, em sua experiência, Snape não gostava muito de nenhum dos outros professores, isso não lhe dizia nada sobre seu novo professor de Poções. Durante a primeira parte da aula, ela decidiu que Slughorn certamente conhecia a matéria e que seria muito mais fácil trabalhar com ele do que com Snape, mas, apesar disso, ela não gostou da mudança; perversamente, ela quase sentiu falta da presença de Snape. Parecia errado estar em uma aula de Poções onde as pessoas conversavam umas com as outras enquanto trabalhavam.

Hermione entendeu o que Snape quis dizer quando falou que as atitudes deles também eram diferentes. Assim que ouviu o nome dela, o novo professor de Poções perguntou sobre sua descendência; depois que a felicidade de ouvir o elogio que Harry lhe fizera se dissipou, ela achou a pergunta um tanto ofensiva, lembrando-se do que o amigo lhe contara sobre o encontro no trem e da conversa dele com Slughorn antes do início do período letivo. Obviamente, o novo professor estava interessado em alunos com potencial para lhe prestar favores mais tarde, e era quase flagrante o egoísmo dele em relação a isso, o que não a agradava.