Chasing The Sun | Sevmione

Capítulo 45

"É preciso de amor ao invés de ouro

E vontade ao invés de importância

Para fazer o que você faz e precisa

Quando as coisas que você tem

Podem cair e se despedaçar

E escorrer pelos seus dedos como poeira..."

- Dire Straits, 'Love Over Gold'.

Era engraçado e um pouco patético, na verdade, Hermione refletiu com certa diversão. Durante quase dezoito anos, ela dormiu sozinha e muito feliz, exceto nas ocasiões em que Bichento se dignava a agraciar seus pés com sua presença se não tivesse nada melhor para fazer à noite. E, no entanto, tudo isso havia sido aparentemente desfeito por dois meses dividindo a cama com Severus; ela achava quase impossível dormir sem que ele estivesse aconchegado às suas costas e, se os sonhos que tinha depois de finalmente adormecer eram alguma indicação, então ela havia se acostumado muito rapidamente ao sexo regular. O quarto parecia silencioso demais sem o ronco suave dele, e frio demais sem o calor dele ao seu lado, e seu corpo sentia falta dele.

Parecia que Severus também não havia dormido muito, se é que havia dormido, mas isso não era uma surpresa. Ela sabia que ele raramente dormia em um lugar estranho, de qualquer forma, e havia muita coisa em sua mente. De qualquer forma, ela não teve muito tempo para observá-lo durante o café da manhã - ele não estava comendo, e ela teria que repreendê-lo mais tarde - porque todo o clã Weasley estava presente, menos o ainda ausente Percy, e era impossível ouvir seus pensamentos com os gêmeos provocando um Harry corado e Ginny e Ron tentando falar com o pai dele sobre a coleta de sangue mais tarde.

A professora McGonagall não estava presente esta manhã, o que talvez tenha sido bom. Hermione havia conversado com a professora de Transfiguração - longamente - na noite passada, depois que a bruxa mais velha a encontrou na biblioteca e pediu para falar com ela. Não tinha sido uma conversa divertida. Hermione ficou um pouco envergonhada ao se lembrar disso; fazia muito tempo que ela não perdia a paciência daquela maneira, mas não conseguia suportar mais um caso em que alguém julgava Severus tão injustamente e alguma coisa havia estourado e, quando deu por si, estava gritando alto o suficiente para deixá-la rouca. Na verdade, ela estava gritando e demorou alguns minutos para se acalmar. A professora McGonagall ficou olhando para ela, totalmente sem palavras, sua expressão oscilando rapidamente entre choque e indignação antes de começar a rir abruptamente.

Sua frase de despedida ao sair da sala foi: "Você é mais páreo para ele do que imagina. Quase sinto pena dele". Hermione ainda não tinha certeza se havia entendido bem aquilo, mas, de qualquer forma, ela iria agir com cuidado agora. Ela não tinha certeza se Severus sabia exatamente o que havia acontecido, mas ele parecia estar com um humor um pouco melhor hoje de manhã, mesmo que estivesse cansado.

Quando ela voltou à biblioteca após o café da manhã, encontrou Severus já lá, e em modo de acadêmico distraído; mal levantou os olhos de suas anotações quando ela entrou, ele disse quase distraidamente: -"Estou feliz por você estar aqui. Se não tiver mais nada para fazer hoje, gostaria de pesquisar como vamos quebrar o sangue de Arthur para extrair qualquer traço da assinatura taumática de Nagini?"

Hermione piscou para ele. "Presumi que você fosse fazer isso."

Ele deu de ombros, olhando para cima através das cortinas de seu cabelo com um sorriso ligeiramente irônico. "Eu poderia fazer, mas, para ser sincero, é provável que você seja melhor. Você já sabe alguma coisa sobre como trabalhar com o espectro sanguíneo e acredito que suas notas em Aritmancia são mais altas do que as minhas; nunca foi uma das minhas melhores matérias."