Chasing The Sun | Sevmione

Capítulo 26

"De repente, as luzes se apagam

Deixe que a eternidade me arraste para baixo

Eu lutarei por um último suspiro

Eu lutarei até o fim..."

- Breaking Benjamin, 'Dear Agony'.

A essa altura, Hermione poderia ter seguido o caminho até as masmorras pelas passagens escondidas e pouco usadas com os olhos vendados. Phineas estava esperando por ela na moldura oposta à porta do escritório de Snape, e ela o encarou cansada, tentando esconder sua relutante curiosidade. "Não vou entrar em jogos esta noite, senhor. O que, exatamente, você quer que eu veja desta vez?"

Ele lhe lançou um olhar divertido, sem quase nenhum traço da careta que normalmente enfeitava suas feições pontiagudas. No último ano e meio, eles haviam chegado a uma espécie de trégua e já se entendiam. "Tão impaciente, Srta. Granger. Achei que gostaria de ter a chance de apreciar um pouco de arte esta noite."

Ela olhou para ele sem expressão por um momento antes de entender; seus olhos se arregalaram e ela balançou a cabeça enfaticamente. "Não. Absolutamente não."

"Ah? Por que não?"

"Porque ele vai me matar, para começar", ela apontou, olhando para o retrato. "Porque eu não quero bisbilhotar tanto a vida dele e porque eu prometi a ele no ano passado que nunca olharia nada muito pessoal."

Ele revirou os olhos, de forma surpreendentemente eloquente para uma pintura. "Relaxe, garota. Ele não vai se importar. Ele os deixou sem proteção desde a primeira vez que você olhou os quartos dele. Tudo o mais teve sua proteção aumentada, em alguns casos a um nível que impediria um gigante de carregar, e ele realmente destruiu algumas de suas anotações particulares, mas, por algum motivo, seus cadernos de desenho foram deixados intactos e, recentemente, ele tem desenhado com muito mais frequência. Não me diga que não está curiosa".

"É claro que estou, mas isso não significa que eu tenha que procurar. Eu não sou o Harry. Sobreviverei sem saber."

"Se ele se importasse, ele os teria protegido", disse Phineas pacientemente. "Isso vai lhe dar uma pequena ideia. A arte dele é muito pessoal, como já lhe disse antes. É tudo muito abstrato e, francamente, não reconheço metade dela, mas tudo ali é importante para ele."

"Mais uma razão para eu não bisbilhotar."

"Repito, eles não estão protegidos. Acho que você precisa ver isso. E se não o fizer, talvez eu diga a ele que você viu."

"Seu desgraçado." Ela suspirou infeliz. "Você acha mesmo que isso é importante ou está apenas entediado?"

"Acho que é importante", disse ele gravemente, e Hermione cedeu. Ela não podia negar que estava curiosa, e era perfeitamente lógico que, se Snape quisesse mantê-los em segredo, ele os teria guardado de alguma forma.

"Tudo bem, mas se ele me matar, vou assombrar seu retrato por toda a eternidade. Qual é a senha dele no momento?"

"Peccavi." (Eu pequei)

"Latim? Isso é novo. O que significa? Não pode ser um feitiço se ele o está usando como senha."

"Eu não sei. Vejo você lá dentro."

Entrando pelo escritório dele, Hermione deu uma olhada rápida na sala de estar. Havia algumas mudanças; a escrivaninha dele estava muito mais limpa e organizada, com muito menos livros e papéis espalhados, e as portas do armário de bebidas estavam abertas para mostrar que estava vazio, e o sofá parecia ter sido usado para dormir com frequência desde a última vez que ela esteve aqui. Passando pelo corredor, ela entrou no quarto dele e olhou ao redor. O biombo em frente ao piano havia sido empurrado para trás, e o instrumento estava menos empoeirado; o caderno e a garrafa estavam faltando na mesa de cabeceira; a cama parecia não ter sido usada para dormir. Fora isso, tudo estava como antes, e ela se aproximou cautelosamente da escrivaninha.