Chasing The Sun | Sevmione

Capítulo 49

"É assim que você me faz sentir

Melhor do que já pude achar que estivesse

Melhor do que já estive

Não consigo controlar isso, não

É assim que você me faz sentir

Como o sol nascendo pela manhã

Como segurar o mundo em suas mãos

De uma maneira que nunca pude imaginar (sim)

É assim que você me faz sentir..."

- Ronan Keating, 'The Way You Make Me Feel'.

Pela manhã, Hermione estava com uma dor de cabeça latejante e havia pensado muito. Ela não havia dormido muito, provavelmente não por mais do que alguns minutos de cada vez; assim que o choque passou, seu cérebro entrou em ação e não a deixou dormir até que tivesse resolvido as coisas em sua cabeça. Severus havia desmaiado, mais do que adormecido; ele estivera inquieto e agitado durante a maior parte da noite, acalmando-se apenas brevemente cada vez que ela acariciava seus cabelos e murmurava sem palavras para ele.

Na maior parte do tempo, era nele que ela estava pensando com tanta intensidade, principalmente ao se lembrar do olhar perdido nos olhos dele. Ele havia sofrido muita pressão durante todo esse tempo, desde o início da guerra; ele havia se mantido firme e brilhante, e ela tinha certeza de que era a única pessoa que havia visto o preço que isso estava cobrando dele, mas ele havia estado perto de perder o controle antes que isso acontecesse. Ele estava no limite agora, e ela sabia que não era vaidade perceber que, se ele não a tivesse tido, poderia muito bem tê-lo perdido completamente. Era sempre bom ser necessário, mas ela podia desejar que isso não fosse necessário. Ainda assim, se ela pudesse ajudá-lo a manter as coisas sob controle, já era alguma coisa - não era como se ela pudesse pensar em qualquer outra coisa que pudesse fazer.

Harry é a sétima Horcrux, ela disse a si mesma com firmeza mais uma vez, forçando-se a reconhecer isso novamente. Não havia absolutamente nenhum sentido em se recusar a pensar sobre isso; isso não ia fazer com que desaparecesse. A aceitação era o primeiro passo, certo? O único problema é que ela não sabia qual era o segundo passo. Mesmo levando em conta o pessimismo natural e o desespero crescente de Severus, era muito improvável que Harry pudesse ser salvo. Hermione não tinha certeza se deveriam contar a ele; talvez fosse melhor não contar.

A profecia dizia que ou Harry ou Voldemort teria que matar o outro, mas mesmo esse novo conhecimento não explicava o porquê, ou o que aconteceria se alguém matasse um deles. Se alguém matasse Voldemort agora, ele acabaria encontrando um caminho de volta, o que mataria Harry. Se alguém matasse Harry, no entanto, não faria diferença quem fosse - não precisaria ser Voldemort, mesmo que fazê-lo destruir sua própria Horcrux fosse muito irônico. Ficava enojada ao pensar nisso com tanta frieza, mas se alguém sufocasse Harry enquanto ele dormia agora mesmo, Voldemort poderia ser morto assim que o encontrassem e tudo acabaria rapidamente. Por "alguém", no entanto, ela supunha que se referia a Severus; ela certamente não conseguiria fazer isso, mas também não tinha certeza se ele conseguiria. Pedir a ele que matasse o filho da mulher que ele amara por tanto tempo era demais, na verdade, especialmente se fosse para falar de Dumbledore. Talvez fosse isso que a profecia quisesse dizer - que alguém do outro lado teria de matar Harry, já que nenhum membro da Ordem era capaz de fazê-lo.

A menos que Harry se matasse, é claro. Seu amigo era suficientemente nobre e idiota para fazer isso se lhe dissessem que ele estava condenado. Ele pensaria que estava poupando-os, ou algo assim. Essa era outra razão para não contar a ele; isso o impediria de fazer algo estúpido e irreversível até que eles tivessem certeza de que não havia alternativa.