Consequências e Confrontos

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Annie emergiu finalmente da densa floresta, saudada pelos primeiros raios de sol da manhã, que penetravam entre os prédios em ruínas, lançando uma luz dourada sobre a cidade desolada. Apesar do cansaço que pesava em seus membros, ela se recusou a desistir, impulsionada por uma determinação feroz e a promessa que fizera à sua mãe.

Enquanto atravessava cautelosamente entre os carros abandonados, seus sentidos permaneciam alertas para qualquer perigo iminente. De repente, um clarão cegante a fez recuar, protegendo os olhos com a mão enquanto uma bala estilhaçava o vidro do veículo onde ela se escondia. Um atirador de elite, dois prédios à frente, ameaçava sua vida.

Respirando fundo, Annie mergulhou atrás de um carro abandonado, escapando por pouco de outro disparo que zumbia perigosamente perto. Ela estudou rapidamente o terreno e avistou a entrada de um prédio ao seu lado, uma possível rota de fuga. Correndo com destreza, ela adentrou o edifício, buscando escapar do campo de visão do atirador.

Uma vez dentro, Annie se moveu com agilidade, subindo os degraus do prédio com passos silenciosos, enquanto mantinha sua respiração controlada. Ao alcançar o quarto andar, onde o atirador estava posicionado, ela avançou com cautela, seu coração martelando no peito.

Ao abrir a porta do quarto, foi recebida por um golpe repentino de um taco de beisebol, que atingiu seus braços com violência, fazendo-a soltar sua arma. O agressor, surpreendentemente, revelou-se ser Matheus, seu inimigo jurado, determinado a impedi-la de cumprir sua missão.

"Você acha que seria tão fácil?" As palavras de Matheus ecoaram no quarto, carregadas de desdém e hostilidade. Annie lutou para se levantar, desferindo um chute desesperado em sua direção, mas ele desviou habilmente, golpeando-a com o taco novamente.

Enquanto Annie rolava no chão, tentando se recuperar da dor lancinante, Matheus se aproximou dela com uma expressão sombria. "Depois de acabar com você, será a sua mãe", ele ameaçou, segurando sua arma com firmeza enquanto avançava implacavelmente sobre ela.

Desafiando a dor e a exaustão, Annie ergueu-se com determinação, sua espada em mãos, pronta para enfrentar seu adversário. No entanto, antes que pudesse reagir, Matheus avançou sobre ela com um golpe certeiro, derrubando-a novamente.

Agarrando-a pelo pescoço, ele a lançou contra a parede com força, deixando-a tonta e vulnerável. Com um movimento rápido, ele arrancou a espada cravada em seu próprio braço e se aproximou dela, pronto para desferir o golpe final.

Em meio à escuridão que se fechava ao seu redor, Annie lutou para se manter consciente, seu corpo latejando de dor e sua mente em turbilhão. Então, repentinamente, o som de tiros rasgou o ar, fazendo Matheus cair ao chão. Um aliado inesperado havia entrado em cena, salvando-a no último momento.

A figura misteriosa se aproximava, enquanto ela apenas assistia e perdia a consciência aos poucos, sua visão se escurecia enquanto ele levemente cai num profundo sonho novamente.

Horas se passaram antes que Annie recobrasse a consciência, encontrando-se ao lado de sua mãe, com Dante ao seu lado. O confronto havia terminado, mas as cicatrizes físicas e emocionais permaneciam, lembrando-a da perigosa jornada que ainda estava por vir.

"Você quase não conseguiu, se não fosse por mim", Dante proferiu, seus olhos carregados de desaprovação, uma mistura de alívio e reprovação em seu tom de voz.

"Não consegui? Peguei os remédios", Annie rebateu, sua voz carregada de desafio, recusando-se a aceitar a ideia de fracasso.

"Você quase morreu lá fora. Sem a minha intervenção, não teria chegado aqui", Dante afirmou, confiante em sua própria importância na situação.

"Teria chegado sim, se não fosse pela intervenção do seu capanga", Annie retrucou, segurando seus punhos com firmeza, uma chama de raiva ardendo em seu olhar.

"Esse foi o problema. Você não previu as ações dele, estava tão focada em sua mãe que não viu o perigo se aproximando. Eu percebi sua verdadeira intenção porque estava preparado. Disse a ele para não interferir, mas ele desobedeceu e isso tem consequências", Dante advertiu, seu olhar penetrante refletindo a gravidade da situação.

"Então por que não o impediu?", Annie questionou, sua voz carregada de furiosa indignação.

"Queria ver até onde ele chegaria e se você seria capaz de lidar com ele. Parece que hoje tive duas decepções. E, para piorar, Yan não voltou", Dante declarou, seu olhar firme enquanto observava a reação de Annie.

Annie ponderou por um momento antes de tomar sua decisão. "Muito bem. Nosso acordo era você conseguir os remédios, mas parece que não foram entregues completamente. Seria melhor se você tivesse trazido algo que realmente valesse a pena", ela concordou, aceitando a situação com relutância.

"Eu sei de um lugar, que pode fornecer bastante suprimentos, que tal isso?" Perguntou ela, enquanto encarava ele na esperança que isso bastasse, ela precisava de um lugar seguro para sua mãe.

"Tudo bem, é um bom começo, viu? Podemos nos ajudar, você tem algo que eu quero, e eu tenho algo que você quer, não precisamos ser inimigos, garanto que você tem mais a ganhar do meu lado, do que contra mim"

Dante se levantava e se dirigia para fora do quarto, fazendo ela suspirar aliviada, não era o acordo dos sonhos, mas é o que ela poderia ter.

Compartilhar com Dante a localização da floresta onde ela e Yan estiveram. Era uma moeda de troca temporária para manter a paz naquele momento, mas Annie sabia que os problemas não demorariam a ressurgir.

Sobreviventes: Entre As SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora