Esgotadas e ofegantes, Annie e sua mãe corriam entre os prédios em busca de um refúgio seguro para passar a noite. O medo do que deixaram para trás se misturava com a euforia do desconhecido que os aguardava adiante.
'Eu preciso descansar um pouco', confessou a mãe de Annie, sua voz trêmula refletindo a exaustão que a dominava. O peso das pernas e das costas sobrecarregadas parecia mais do que ela poderia suportar.
Annie compreendia a urgência de avançar, mas também reconhecia os limites físicos da mãe. 'Está tudo bem, mãe', tentou acalmá-la, embora sua própria fadiga fosse evidente. 'Está escurecendo. Vamos encontrar um lugar para descansar esta noite e continuaremos amanhã.'
Recuperando o fôlego, Annie examinou o ambiente ao redor em busca de abrigo. As sombras alongadas dos prédios abandonados pareciam se estender infinitamente, obscurecendo o caminho à frente. O silêncio sinistro da noite era quebrado apenas pelo sussurro do vento, que soprava entre os destroços e sacudia as folhas secas no chão.
Annie e sua mãe sentiam o peso da exaustão se tornar quase insuportável. Cada passo era uma batalha contra a fadiga, mas a determinação de encontrar abrigo mantinha-as em movimento.
O sol começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e vermelho, um lembrete do iminente desafio de enfrentar a escuridão da noite. No entanto, entre os destroços e os prédios abandonados, avistaram um edifício modesto que parecia oferecer algum abrigo.
Ao adentrarem o prédio, um cheiro de mofo e abandono inundou suas narinas, misturado com o aroma de folhas úmidas e terra molhada. Annie sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao pisar no chão irregular e empoeirado, cujos rangidos ecoavam pelos corredores vazios.
Enquanto encontravam um canto para descansar, os pensamentos de Annie vagavam para o futuro incerto que os aguardava. Ela ansiava por respostas, mas também temia o que poderiam descobrir. No entanto, sua determinação em proteger sua mãe e desvendar os mistérios de seu passado era inabalável.
Ao seu lado, sua mãe parecia consumida pela preocupação e pelo nervosismo. Annie tentou transmitir conforto com suas palavras, mas uma sombra de incerteza pairava sobre ela também. Sabia que, apesar de todas as adversidades que enfrentaram até agora, o verdadeiro desafio ainda estava por vir.
Logo elas acendem uma fogueira e se reúnem em volta dela, as chamas crepitantes projetando sombras dançantes pelas paredes do prédio. Annie tem seu olhar penetrando as chamas, seus pensamentos vagueando pelos recantos sombrios de seu passado, especialmente no dia em que se separou de sua irmã.
O que teria acontecido se tivessem trocado de lugar? Ela nunca pôde sair, mas sempre sonhou em reencontrá-la. Será que Amy compartilha desse mesmo desejo? Aparentemente, Amy não estava presa, então por que nunca tentou procurá-la?
"Annie", a voz de sua mãe a chama, mas Annie parece distante, como se estivesse perdida em um mundo próprio.
"ANNIE!" sua mãe repete, sacudindo seu ombro com mais força. Annie parece retornar aos poucos, seus olhos recuperando o foco.
"Desculpe, estava pensando no que faremos agora", murmura Annie, tentando afastar os pensamentos sombrios que a assombram.
"Sabe, Annie, eu estava pensando... Será que fui culpada? Se eu não tivesse usado o rádio para pedir ajuda, talvez..." A voz de sua mãe soa trêmula, carregada de culpa e incerteza. Ela se culpa por ter confiado nos outros, por ter arriscado tanto em busca de segurança.
Annie coloca uma mão reconfortante sobre o ombro de sua mãe. "Não, mãe, você sempre nos protegeu. Se estivéssemos juntas naquele momento, talvez as coisas teriam sido diferentes..." Sua voz transmite uma mistura de tristeza e determinação, refletindo as dúvidas e angústias que a assolam.
"O que foi feito, foi feito", continua Annie, tentando injetar um pouco de otimismo na situação. "Agora precisamos nos concentrar no que faremos amanhã. Enquanto estivermos juntas, nada mais importa."
As palavras de Annie trazem um lampejo de esperança ao coração de sua mãe, que se deixa envolver por seu abraço reconfortante. "Vai dar tudo certo", sussurra Annie, sua voz carregada de determinação.
"Sim", responde sua mãe, depositando sua confiança no futuro incerto que os aguarda. "E eu não vou mais deixar vocês se separarem"sua voz embora fraca, transbordando de determinação.
As duas permanecem abraçadas, encontrando conforto mútuo na presença uma da outra. A fogueira crepitante ilumina o gesto afetuoso, lançando sombras dançantes nas paredes do prédio.
À medida que a noite avança, o vento sussurra pelas ruas vazias, interrompido ocasionalmente por uivos distantes de lobos. Os sons da noite ecoam ao redor do prédio, criando uma atmosfera carregada de tensão e perigo. No entanto, apesar de tudo, Annie e sua mãe sucumbem finalmente ao cansaço, caindo em um sono profundo e agitado.
Ao amanhecer, Annie é despertada por uma voz ao fundo, carregada de malícia e ameaça. Sua cabeça lateja de dor, sua visão embaçada, mas ela consegue distinguir uma figura sinistra diante dela, iluminada pelas brasas ainda ardentes da fogueira.
"Vamos, acorde", ordena a voz, agora em um tom mais alto e imperativo.
Annie luta para recobrar a consciência, seus sentidos lentamente se aguçando. Para sua surpresa, ela se depara com Dante diante dela, com sua mãe mantida refém, uma faca pressionada contra o seu pescoço.
O coração de Annie dispara, a adrenalina inundando suas veias enquanto ela tenta avaliar a situação. Seus olhos procuram desesperadamente ao redor, mas suas armas estão fora de alcance.
Ela está encurralada, sem opções, mas determinada a proteger sua mãe a todo custo. O dia mal começou, mas já trouxe consigo velhos problemas e novos desafios.
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Sobreviventes: Entre As Sombras
AventuraNo turbulento ano de 2080, um mundo devastado pela superpopulação e crises alimentares enfrenta uma nova ameaça: os mortos retornam à vida, desencadeando o caos e a destruição. Em meio a esse cenário apocalíptico, acompanhamos a jornada de Annie e s...