Sobreviventes: Entre As Sombras

À sombra do eclipse

Annie avançava em direção ao seu destino incerto, seu coração pesado pelo peso das perdas que já havia enfrentado. As lágrimas incessante havia deixado suas roupas encharcadas, mas ela não tinha tempo para se lamentar.

Seus olhos ardiam com elas que insistiam em cair, mas Annie as enxugou rapidamente com as mãos, erguendo-se aos poucos como se carregasse um fardo invisível em seus ombros. Ainda que a dor a consumisse por dentro, ela sabia que não podia se permitir fraquejar. Sua determinação em encontrar sua irmã, mesmo diante do caos que a cercava, era inabalável.

Recuperando sua espada e reunindo seus poucos pertences, Annie se preparou para deixar o prédio, enquanto a luz do dia invadia o ambiente. O contraste entre a escuridão do interior e o brilho do lado de fora quase ofuscava sua visão, e Annie protegeu os olhos com o braço enquanto se ajustava à intensidade da luz solar.

Ao sair, algo inesperado capturou sua atenção: Dante, pendurado em cipós em uma cena macabra. Seu corpo estava preso de tal maneira que ele mal conseguia se mexer. Sangrando e visivelmente debilitado, Dante mal conseguia manter os olhos abertos enquanto Annie se aproximava.

"Sophia sempre insistia que deveríamos nos unir a vocês. Eu sempre achei uma ideia terrível", suas palavras eram arrastadas, quase inaudíveis, enquanto Dante lutava para manter a consciência.

"Esqueça ela, sua irmã. A única maneira de você sobreviver é deixar o passado para trás. Ela já se foi, você não vai conseguir salvar ela, mas ainda pode se salvar.", Annie contendo sua raiva diante das palavras cruéis de Dante.

"Você nunca esqueceu seu passado, e eu também não vou", respondeu Annie com firmeza, revirando os bolsos de Dante em busca de qualquer coisa que pudesse ser útil. Sua expressão séria refletia a determinação queimando dentro dela, apesar das lágrimas que teimam em escorrer de seus olhos.

"Você não me conhece. Quando você morrer e se reunir com sua filha, tudo o que ela sentirá será nojo e desprezo", as palavras finais para Dante foram carregadas de amargura. Ela agarrou com força um rádio preso ao corpo de Dante, sabendo que poderia ser uma peça crucial em sua busca por sua irmã.

"Eu não vou mais perder nada", declarou Annie com determinação, seus olhos faiscando com uma nova determinação. "Então, faça um favor a si mesmo e vá para o inferno."

Annie partiu, pronta para enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho enquanto seguia em busca de sua única esperança: encontrar sua irmã.

Enquanto isso, em um local distante, um dos capangas de Dante cruzava um rio, que separava a cidade de uma ilha. Esta ilha, outrora uma área industrial movimentada com uma usina nuclear que abastecia várias cidades, agora era um terreno desolado, abandonado pela civilização.

"A armadilha está pronta, câmbio", comunicou-se o capanga com o rádio, esperando por uma resposta que não veio.

A preocupação pairava sobre eles, mas o plano continuaria. Eles se acostumaram a saquear outras comunidades e não desistiriam facilmente.

Ao desembarcar, o capanga amarrou o barco no pier. Um barulho atrás dele chamou sua atenção: uma lata rolava pelo chão. Ele segurou sua arma, cauteloso, e se aproximou lentamente, mirando na direção de onde a lata havia saído.

De repente, um zumbi emergiu das sombras, deixando o capanga aliviado por enfrentar um inimigo conhecido. Ele guardou a arma e sacou uma faca para lidar com a ameaça.

No entanto, antes que pudesse agir, uma pancada forte atingiu sua cabeça por trás, fazendo-o desmaiar instantaneamente.

Quando ele recuperou a consciência, encontrou-se amarrado a uma cadeira, em uma sala escura. Uma silhueta se aproximava, e logo reconheceu Annie.