Com os olhos cerrados, Annie mergulhava em um sono profundo, o dia anterior havia sido extenuante, repleto de altos e baixos, e o atual não prometia ser diferente. Ao primeiro ruído do rádio, Annie despertou instantaneamente. O perigo do dia anterior havia passado, mas novos desafios logo surgiriam. Um ataque à base onde Amy estava era planejado, e Annie não podia perder tempo. Arrumando seus pertences com determinação, ela partiu em direção ao seu destino final.
Cada passo de Annie era repleto de determinação e urgência. Ela ansiava pelo reencontro que imaginara por anos, que frequentemente se manifestava em seus sonhos mais profundos.
Tentava manter a calma, respirando suavemente, ciente de que precisava agir com cautela e rapidez. Ela sabia que sua missão era vital e que qualquer distração poderia custar caro. Enquanto avançava entre os destroços da cidade, os poucos mortos-vivos que encontrava não desviavam sua atenção. Sua mente estava focada no objetivo à frente.
O sol foi encoberto por densas nuvens, e o vento sussurrava como um presságio sombrio. Sons de trovões distantes prenunciavam uma tempestade iminente. "Eu tenho que chegar a tempo", murmurava Annie para si mesma.
Ela relembrava do dia do rapto, da explosão, das brincadeiras com sua irmã. Cada lembrança mexia com ela profundamente, e Annie sentia um misto de dor e determinação. Ela se culpava por ter perdido tempo, mas sabia que precisava deixar o passado para trás e focar no presente.
Enquanto se aproximava do local, Annie escutou o barulho de motores. Ela se escondeu rapidamente, observando cautelosamente o grupo de Dante se movendo. Sua raiva crescia diante da visão dos soldados se preparando para o ataque.
Ela desejava poder detê-los, mas sabia que era uma batalha que não podia vencer sozinha. Observando-os se afastar, Annie sentiu uma mistura de impotência e determinação. Ela precisava continuar sua jornada.
O plano dos soldados ainda levaria algum tempo para ser executado, o que dava a Annie uma pequena vantagem. Esperando pacientemente que eles se afastassem, a ansiedade dela estava a mil, ela queria pular e sair correndo, mas um movimento errado e ela seria avistada, aos poucos os últimos homens passam por ela e cuidadosamente ela segue seu rumo.
Logo avistou a base no alto de uma colina. Ela olhava todos ali com muito cuidado, com seus olhos varrendo cada sentimento da área. Seu coração disparou de euforia ao ver sua irmã entre as pessoas ali presentes. Finalmente, ela estava lá, a apenas alguns metros de distância. Um sorriso se formou em seu rosto, misturando-se com as primeiras gotas de chuva que começavam a cair.
A chuva aumentava em intensidade enquanto Annie observava sua irmã. Cada gota que tocava seu rosto era como uma lágrima de alegria. Ela se lembrava das brincadeiras na chuva, dos momentos felizes compartilhados. Um sentimento de esperança renovada tomou conta dela, impulsionando-a para o que viria a seguir. Ela sabia que o capítulo mais difícil de sua jornada estava prestes a começar, e estava determinada a enfrentá-lo com toda a sua força.
Ela corria cheia de alegria em meio à lama que embarrava seus pés e toda a sua roupa, era como se fosse criança novamente enquanto brincava de esconder com Amy. Seus olhos brilhavam novamente, ela se sentia novamente com 8 anos, aos poucos ela chegava perto, porém a alegria era rapidamente interrompida pelo barulho de uma explosão, fazendo Annie parar abruptamente e mudar a expressão em seu rosto.
Eles tinham explodido o portão e logo começava a invasão. Annie começa a se desesperar, o tiroteio logo toma conta do local. Preocupada, ela olha para o centro do pátio e vê sua irmã trocando tiros com o pessoal que avança.
Logo a esperança é trocada por um medo avassalador, ela não podia acreditar no que via, o grupo de Amy estava em clara desvantagem, eles não iriam aguentar por muito tempo.
Annie se dirige rapidamente para o local pelo outro lado, cuidando para não ser avistada. Ela começa a escalar o muro e subir nas casas do local, com a respiração ofegante e com o peito apertado com medo do que poderia acontecer.
Ela começa a atirar lá de cima, se ocultando nas casas. Mata um invasor, mas eram muitos. Logo ela percebe sua irmã correndo sozinha para trás e percebe que ela leva consigo várias crianças, que aparentavam ter em média de 6 a uns 10 anos. O grupo cobria Amy enquanto ela levava as crianças para um lugar distante.
Annie a segue, percebendo que a luta atrás estava sendo perdida. Ela a segue e percebe que alguns soldados do inimigo também começaram a invadir lateralmente. A chuva cada vez mais forte, o tempo parecia desacelerar para Annie, que corria para salvar sua irmã.
Amy encaminha os pequenos por uma abertura no chão, as trancando lá e cobrindo com uma camuflagem. Annie vê sua irmã a poucos metros de distância e salta de cima para o chão.
Pulando atrás de Amy, que com o susto vira rapidamente para trás segurando sua arma em direção a ela, porém ela não atira. Algo chama a atenção de Amy. Levantando aos poucos, Annie revela seu rosto para a irmã.
As duas se encaram e se aproximam cada vez mais uma da outra, seus olhares trocados transmitem uma enorme alegria, ao mesmo tempo um enorme tristeza.
Ambas podem escutar os batimentos uma da outra, suas pernas parecem ficar bambas, suas bocas não conseguem transmitir nenhuma palavra, elas tremem tentando dizer algo, enquanto a chuva não para nem por um segundo.
Finalmente aquele momento chegou para ambas. Depois de tanto tempo, elas estavam reunidas novamente, mas para se manterem juntas, elas ainda teriam muito trabalho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobreviventes: Entre As Sombras
AventuraNo turbulento ano de 2080, um mundo devastado pela superpopulação e crises alimentares enfrenta uma nova ameaça: os mortos retornam à vida, desencadeando o caos e a destruição. Em meio a esse cenário apocalíptico, acompanhamos a jornada de Annie e s...