Capítulo 5: Presos pelo amor e soltos pela dor

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 #EuSouOCéu

Céu Azul

Em algum momento eles acharam necessário me dar um nome. E em alguma parte desse processo, eu fiquei bastante empolgado em ter um nome. E não era como se eu não tivesse um nome, porque eu tinha. Céu Azul. Para a Senhorita, quando ela se encontrava muito bem humorada, eu era o Arteiro Azul. Eu tinha um nome, certo? 

Ou eu acho que tinha. Porém, de todo modo, eu estava adorando como criaram, mesmo sem perceber, a mesma atmosfera do sistema solar ao ter vários livros jogados e várias criaturas procurando nomes. A diferença era que eles eram humanos procurando um nome humano para mim. Isso é fantástico.

— O Az tem carinha de que?— Hoseok franziu a testa ao me encarar, estudando meu rosto. 

Mr. Darcy!— Taehyung respondeu, fazendo Jungkook bufar e o professor rir alto. — O que foi?

— Você acha mesmo que o Az odeia pobres?— Jungkook arqueou a sobrancelha e apontou o queixo para mim, como se fosse muito óbvio a razão de sua fala.

Pobres? 

— Esqueça clássicos, Taehyung, ele precisa de um nome coreano!— Hoseok respirou fundo, retirando o livro da mão do cabeludinho que fez um bico e me olhou em busca de ajuda. Eu não sabia muito bem o que estava acontecendo, então apenas dei os ombros. 

— Que tal Jae?— E o senhor Yoo que sugere. Olho o significado rápido no livro e não me parece tão adequado. 

"Talento, habilidade, riqueza". Porém, antes que eu possa negar, já tenho três pares de olhos me encarando e parecem partilhar a mesma opinião. E acreditem, é um certo descontentamento.

— Nem pense!

— Que nome sem sentido para o Az!— Taehyung resmungou, mas logo se virou para mim— Não estou falando que você não tem talento.

— Claro.

— Nem que não tenha habilidades para ser rico.

— Eu acho que compreendi isso. 

Haneul?— É Hoseok que surgere.

— É uma boa tentativa, por significar céu, mas não parece…— Yoo olha para mim e começo a me sentir um pouco desconfortável pelo tanto de atenção que eu estava ganhando. 

— Não combina com o Az!— É Jungkook que finaliza a explicação. Ele joga a cabeça para trás, encarando o teto da livraria.

— Então tem alguma ideia melhor do que chamá-lo de céu? 

Jimin!— Aquele nome me faz piscar os olhos várias e várias vezes. Abaixo minha cabeça quando escuto o jeito como ele é recebido pelo meu real corpo. 

Sinto como meu estomago revira, parecendo um buraco negro que Gal sempre odeia. Percebo como minha cabeça perde a capacidade de raciocinar qualquer coisa que não seja aquela sutil percepção de como aquele nome parece tão certo. Parece tão real e como se alguém tivesse me aguardado por meses apenas para me presentear com aquilo. Com aquele nome. 

— Combina com os olhos dele!— Jungkook parece ponderar antes de continuar sua explicação. Todos estão olhando para ele, como se cada palavra dita pudesse escapar facilmente ou ser um momento de desequilíbrio de nossas mentes a razão de meu nome. Então ele me olha, como se soubesse que eu sempre estive lá em cima o observando. — Os olhos do Az são gentis. 

E seus olhos são partes do universo que eu nunca pude desvendar. Porque quando Jungkook não quebra nosso olhar, me mostrando o quão fraco eu me torno em não conseguir negar nem um simples encarar. Eu tenho certeza que gostaria de descobrir cada traço de seu desenho. Queria encontrar uma forma de provar que estou aqui. Que sempre estive aqui, ouvindo-o e me preocupando por que há detrás daqueles olhos.

Céu Azul  • jkk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora