#EuSouOCéu
Jeon Jungkook
Ele estava escorado na pia, observando atentamente o Hoseok coar o café. Acho bizarro, mas eu sei que ele odeia esse gosto amargo. Um pouco ofensivo para mim, confesso. Porém, ao mesmo tempo, é engraçado como ele ainda tenta, mesmo eu tendo a leve sensação que ele sabe que não precisa gostar de tudo.
Infelizmente, eu tenho uma prova hoje e preciso organizar os novos livros da livraria, tendo sorte de chegar a tempo de comprar a comida de Tat. Tenho tantas coisas para fazer, mas ainda assim, quero ficar sentado aqui. Olhando e tentando segurar a risada das caras e bocas de Az. Da sua ruguinha que volta e desaparece, com o sorriso sutil que ressurge esporadicamente.
— Bidu?— Uma mão passa pelo meu rosto, com um aroma muito gostoso de sabonete de morango. Cheiro bom. — Terra chamando bidu!
— Ah, bom dia, Taehyung!— O comprimento. Eu respiro fundo, me arrumando na cadeira e querendo xingar por aquela dor ridícula de passar alguns minutos com a postura errada. O moreno franziu a testa, antes de enfiar a cara na minha frente e usar a palma da sua mão na minha testa. — Hum, licença?
— Com febre você não está!— O encarei seriamente, como se um ponto de interrogação tivesse sido desenhado na minha testa. — Você me deu "bom dia". Você falou, o que deixa mais estranho.
— Acredite se quiser, mas eu me comunico desde os dois anos!— Ele riu amargurado, sentando-se do meu lado e me deixando ter a visão da duplinha do café. — E se te deixa mais surpreso, minha mãe me deu uma educação muito boa.
Sinto uma aura do meu lado. É quase insuportável a forma que Taehyung pode ser uma grande tagarela sem dizer uma palavra. Como ele pode ser totalmente canalha e implicante sem me dizer nadinha. Então, criando toda a minha coragem, eu me viro em sua direção e a um sorriso cretino em seus lábios.
— O que foi, Kim?
— Eu não disse nada!— Eu conseguia ouvir aquela risada sarcástica transitando até mim. Cerébro maldito.— O que foi?
— Fala logo, essa coisa nossa de ler mentes é irritante!— Ele riu de verdade, acenando e confirmando, virando-se para mim como se eu tivesse dito a palavra mágica.
— Eu não tenho nada a ver com a sua vida, Jungkook!— Que bom que sabe!, é o que eu tenho vontade de emendar, mas prefiro que isso termine rapidamente.— Eu sei que você detesta carregar alguém na sua filha. Falar pela manhã? Nossa senhora da literatura, é quase uma totura. Sair em um domingo com as provas batendo? Puft, apenas no seu melhor dia e olhe lá.
— Taehyung, achei que você não tinha nada a ver com a minha vida.
— Eu realmente não tenho. Eu não sou burro, mas talvez você seja seletivo com a sua capacidade pensante. É só que, meu companheiro, vamos ser claro...— Ele apontou para Jimin que tentava provar mais uma vez o café, ao passo que Hoseok só apreciava, sabendo do final. — Não sei se você está tentando esconder alguma coisa, mas se o Hoseok perceber, está encrencado. Muito encrencado.
— Não sei do que você está tentando chegar.
É lógico que eu sabia.
É tão irritante, porque eu realmente sabia o que ele estava querendo dizer com aquilo. Sabia como me detestava por sentir tudo aquilo. Por saber que não posso sentir tudo aquilo. Eu deveria protegê-lo e não enfiá-lo naquilo. Eu deveria ser a pessoa que ele confia e não a que estraga tudo por hormônios à flor da pele. Eu sabia. Sabia que deveria parar.
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Céu Azul • jkk + pjm
Fanfiction[ p r i m e i r a l i n h a] [ EM ANDAMENTO] O que era o amor? Eu não tinha tanta noção. Sempre me interessei por coisas difíceis, mas eu abominava qualquer traço desse sentimento que me apavorava. Fugia dele, como se este fosse a personificaçã...