Essa história irá contar como os caminhos de um Nova Espécie Territorialista e desacreditado do amor chamado Fear e o de uma jovem mulher cheia de cicatrizes na alma, chamada Luanda se cruzam e se completam. Espero que goste da leitura.
Acordei sentindo frio. Mais uma vez em meu sono agitado eu joguei as cobertas para longe. Eu sempre deito para dormir bem comportadinha de lado e acordo atravessada na cama, isso quando não acordo de cabeça para baixo. Sem contar as vezes que acordei no susto na madrugada porque caí da cama. Eu me mexo a noite toda.
Levantei me espreguiçando, fui ver o relógio. 4:30h. Sempre acordo muito cedo, foi um hábito que adquiri quando cheguei na fase adulta ao ter que acordar de madrugada para pegar o primeiro ônibus que saía as 5:15 para ir ao trabalho no centro da cidade. E quando digo fase adulta, foi aos meus 17 anos, 1 ano após eu me casar.
Fiz meu cuzcuz com ovo (amo cuzcuz), meu cafezinho preto e comi uma banana de café da manhã. Arrumei meu cantinho (detesto sair e deixar minha casa bagunçada). Coloquei um jeans e uma camiseta preta folgadinha com meu all stars, coloquei meus absorventes de seio na mochila e saí para o trabalho.
O caminho para o ponto de ônibus foi rápido, estava uma madrugada fresca e tranquila. Eu entrei no ônibus, dei bom dia ao Sr. Manuel, o motorista do ônibus que costumo pegar todos os dias e sentei em uma das cadeiras altas do ônibus. O bom de pegar ônibus de madrugada é que ele sempre está vazio e eu posso escolher o lugar que mais gosto, a cadeira alta atrás do motorista. Ela é boa porque me sinto como se estivesse dirigindo, fica próxima da roleta e eu tenho a oportunidade de observar os outros passageiros que entram e ao mesmo tempo eu fico sentada sozinha sem ter o risco de ninguém sentar ao meu lado e nem de ficar aquele climão quando tem lugar vazio ao lado e o outro passageiro prefere ficar em pé e eu fico com um monte de neuras na cabeça me perguntando se há algo errado comigo para a pessoa não querer sentar ao meu lado, kkkkkkkkkkk. Coloquei meus fones de ouvido e dei play e uma música clássica começou a tocar, isso me ajuda a relaxar. comecei a pensar no passado e lembrar das coisas que vivi até aqui:
Hoje moro sozinha em uma casinha de um cômodo e um banheiro, é tudo super simples mas aqui é meu cantinho, meu lugar de paz, pago aluguel bem baratinho para o senhor Honório e sua esposa Jurema, um casal idoso muito bondoso que me acolheu.
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O cantinho de paz
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