11. Luanda

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Faz dez dias que estou cuidando de  Fear. O Dr. Mil fez mais exames de sangue e ultrassonografia dos órgãos internos dele e disse que o grande macho está se recuperando muito bem. 

O Dr. Mil continua insistindo em levá-lo para o hospital para  fazer uma tomografia geral, eu recusei. Meu maior receio é de que Fear acorde no único lugar que ele me pediu para não ir antes de ficar inconsciente. E embora aqui no apartamento não dê para o Dr. fazer exames mais complexos ele está cuidando muito bem do ursinho. Ele emagreceu um pouco devido sua condição, mas a aparência da pele dele está cada dia melhor.

Os pesadelos, a sudorese intensa e a diarreia também passaram. O médico espécie disse que agora é só questão de tempo para ele sair do coma.

 Ao mesmo tempo que estou com grande expectativa de vê-lo com seus belos olhos negros  abertos novamente, eu confesso que gosto de cuidar dele e também tenho receio da reação dele ao me ver quando acordar. Será que ele vai me machucar ou reconhecer do lago? Estava tão escuro naquela madrugada e ele estava tão mal.

Consegui banhá-lo o melhor possível com a ajuda dos machos que costumam ficar de guarda na porta: Valiant, Free, Raio, Leão e o Dr. Mil. Eles se tornaram queridos para mim também. Sempre conversamos e comemos juntos. Eles sabem como adoro doces e sempre lembram de trazer um prato com guloseimas do bufê para mim.

Agora Fear está bem cheiroso e com os pelos macios e sedosos. Ele parece mesmo um ursinho quentinho e peludo. Eu espero que quando ele estiver recuperado aceite ser meu amigo. Eu me afeiçoei muito a Fear. Acostumei a todos os dias passar horas a fio conversando com ele enquanto escovo seus pelos com uma escova infantil de cerdas macias.

Eu acho que vou chorar muito no casamento desse macho. Já imagino ele todo bonitão vestindo um smoking com sua bela fêmea espécie vestida num lindo vestido branco do lado sorrindo e feliz. Que Deus permita eu presenciar esse momento na vida dele.

Sinto meus seios latejarem de dor, eu acabei ficando um pouco mais de tempo sem me ordenhar hoje devido aos exames que o Dr. Mil fez em fear que foram um pouco mais demorados. 

O Dr. Mil saiu deixando mais algumas bolsas de soro para eu ir substituindo enquanto elas vão acabando e os quatro machos que estavam no quarto foram para fora ficar de guarda na porta do apartamento. Agradeci por tudo e encostei a porta. Corri para o banheiro o mais depressa possível a dor em meus seios já estava ficando insuportável. 

Tranquei a porta e comecei a  me ordenhar. Meus seios encheram tanto que estavam doloridos demais  para tirar leite com a bombinha. Gemi algumas vezes de dor e chorei um pouco. Estava tão concentrada na tarefa de aliviar meus seios que tomei um baita susto com o barulho da porta do banheiro sendo arrombada por Leão eu caí dentro da banheira com as pernas para o ar tamanho o susto.

Leão: Luanda, você está machucada? Ouvi você fazendo barulhos de dor e senti cheiro de lágrimas! - Ele me pegou no colo e começou a me revistar e ninar ao mesmo tempo, eu com os olhos esbugalhados e sem palavras só tive reação de tentar esconder o melhor que pude os meus seios com minha blusa.

Luanda: Le, Leão, eu....eu estou bem. Só estava tirando o leite. Você.....derrubou a porta.... - Eu olhava para ele sem acreditar no que estava acontecendo. Eu uma mulher de 100 kgs no colo de um NI que nem parecia que estava fazendo força para me manter em seu colo, com as mãos no peito, a porta caída aos pés dele e ele com uma carinha de quem não estava entendendo o que estava acontecendo comigo.

Ele saiu do quarto comigo em seu colo pedindo para chamar o médico de volta ao apartamento.

Leão: chamem o Dr. Mil, acho que a humana não está bem, ela deve estar com algum problema. Ela está com dor e chorando.

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