6. Luanda

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Eu vim de Homeland para a reserva de helicóptero, nossa eu nunca tinha nem viajado de avião quem dirá de helicóptero. Eu confesso que fiquei com medo, tenho uma certa aflição de altura. Mas a vista realmente é muito bonita. Veio comigo mais dois NIs chamados Dru e Black  e um humano chamado Ben. O piloto era o Black, sério e compenetrado. Eu admiro tanto a trajetória dos Nis que ver um deles pilotando um helicóptero me deixou emocionada, caíram algumas lágrimas. 

Gru: O que você tem humana? Está com alguma dor? Sente algo? - O nova espécie chamado Draw estava me olhando com preocupação com a cabeça levemente inclinada - eu sorri pela carinha fofa que ele fez com sua presinha pra fora, ele começou a farejar o ar - Eu não sinto cheiro de sangue em você, só de leite. Você tem um filhote?

ri para ele sentindo minhas bochechas queimando um pouco, como vou explicar para esse macho adulto o porquê de eu estar com os seios cheios de leite sem ter um bebê. Aí Senhor, me ajude.

Luanda: Não, não estou com dor apenas emocionada de ver vocês livres e fazendo tarefas do dia a dia, isso me deixou feliz e eu acabei chorando de felicidade pelos Nis - Eu sorri para ele e respirei olhando para baixo para segunda etapa de respostas - e sobre o cheiro de leite, bom eu não tenho nenhum bebê mas tenho uma condição de saúde que me faz produzir leite. Espero que o meu cheiro não incomode muito, eu ouvi dizer que o olfato de vocês é incrivelmente sensível.

Gru: As humanas são complicadas, chorar de felicidade? É por isso que amo uma fêmea espécie, elas são mais fáceis de se entender - Eu sorri ao ver a carinha de mais confuso que ele fez - Seu cheiro não me incomoda, eu gosto muito de leite na verdade - ele lambeu os  beiços ao dizer isso e sorriu - mas me explica melhor sobre isso do seu leite sem ter um bebê porque não entendi. 

Aí senhor, cadê um buraco para eu me esconder agora? Que vergonha. E assim foi toda a viagem até a Reserva eu explicando para um macho NI, sobre a minha situação. No final eu acabei ficando amiga do Dru, ele parece um menino curioso e arteiro. E, além do mais no contrato que assinei também explicava que os NIs são extremamente curiosos, diretos e sinceros. Eles não mentem e não têm medo de fazerem quaisquer perguntas constrangedoras. Eu podia dizer que não queria responder e ia ficar tudo bem, mas foi bom já ir me preparando para as próximas interações. Tenho plena consciência que irei ter que me explicar muitas e muitas vezes.

Após 3 horas pousamos na reserva. Uma fêmea veio em nossa direção e eu fiquei admirando a graciosidade e leveza que ela caminhava. As fêmeas NIs são um espetáculo a parte, elas são musculosas e graciosas ao mesmo tempo. Perto delas eu sou uma tapinha gorducha e desajeitada. Eu fiquei alguns segundos parada olhando a linda NI que estava na minha frente, uma felina alta, musculosa e com olhos lindos da cor de safiras.

Fêmea: Oi humana, eu sou a Alegria vou te mostrar tudo por aqui e depois te levar para a área humana onde você irá ficar. - ela parou cheirando o ar - cheiro de leite.

Gru: Ela tem leite nos seios alegria, mas ela não tem filhote, ela achou que estava grávida e começou a produzir leite.

Aí Senhor, pra que lado ficam os buracos mais profundos para a gente se esconder mesmo?

Alegria: Os humanos são estranhos. Mas essa é a primeira vez que sei de uma fêmea que produz leite sem ter bebe. - Minha cara está pegando fogo, mesmo sendo negra sinto que estou vermelha. 

Black: Parem de atormentar a humana não vêem que ela está envergonhada, já basta você ter falado sobre os seios dela a viagem toda  Gru, ela deve estar cansada, leve ela logo Alegria.  - Eu me surpreendi ao ver aquele grande felino sério entrando na minha defesa. Achei que ele não tinha escutado a conversa já que o barulho das hélices atrapalham um pouco a comunicação, mas também sei que os NIs possuem uma audição excepcional. Fiquei grata por ele ter entendido minha situação.

Luanda: Sim, eu estou um pouco cansada mesmo. Obrigada Black. - peguei minha mala e subi com a Alegria em um carrinho tipo de golfe. Ela foi passando pelos locais e me apresentado as áreas comuns. 

A Reserva é tão perfeita, é um grande oásis verde para proteger e dar uma qualidade de vida para os Nis. Em Homeland me explicaram que aqui ficam os Nis que não gostam muito de interações com humanos, os antissociais, os que gostam de ficar ao ar livre e os Nis que são acasalados. As ruas são largas, limpas e arborizadas.  Tem 3 prédios grandes centrais, um é um grande hospital, outro é um prédio só para humanos e o outro é um prédio só para nova espécies. Além dos prédios também há um complexo que integra várias atividades para os nova espécies e humanos e é também onde ficam um parque, uma capelinha, um grande refeitório, academias de musculação, lutas, danças, meditação e tem até um bar com uma pista de dança enorme.

Aqui também há muitos animaizinhos: esquilos, macaquinhos, pássaros, cavalos, enfim uma infinidade de bichos livres, sem gaiolas, correntes, arreios ou qualquer coisa que aprisione os animais, aqui parece uma cidade do campo. Eu me apaixonei pela reserva logo que entrei aqui. É emocionante como os Nova Espécies agora estão livres e têm qualidade de vida. É um refrigério após tantos anos enjaulados e sendo machucados por Mercille.

Luanda: Todos os NIs vivem naquele grande prédio?

Alegria: Não, ali residem os Nis que cuidam da segurança da reserva, os que trabalham no hospital e alguns machos solteiros que gostam daqui. Há vários bangalôs espalhados pelas florestas da Reserva onde vivem os Nis que gostam de se sentirem livres na floresta, os casais acasalados e os mais antissocioais. Nunca vá para lá, tem alguns machos que são extremamente perigosos e não suportam humanos. Fique apenas aqui no centro da Reserva sempre.

Luanda: Claro, pode deixar. - Chegamos ao apartamento em que eu iria ficar, Alegria me mostrou tudo e se despediu, gostei muito da Alegria mas me senti aliviada quando ela se foi. Precisava urgentemente me ordenhar, meu protetores de seios estavam encharcadas. Mais de 4 horas sem tirar o leite, meus seios estavam latejando demais.

Tirei mais de um litro e meio de leite, meus seios continuam doloridos porque o leite acumulou demais. Não posso ficar tanto tempo sem tirar o leite. Suspirei triste, espero conseguir dar conta do serviço e não ser dispensada devido a minha situação de saúde. Eu amei esse lugar, os Nova Espécies já tinham meu carinho e admiração e agora depois de algumas horas de convivência eles ganharam meu coração de vez.

Amanhã será meu primeiro dia de trabalho. Espero que tudo corra bem.



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Espero que estejam gostando.

bjs


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