13. Luanda

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Sinto uma mistura de comoções de emoções conflitantes dentro de mim. Uma das primeiras emoções que se sobressaem é o assombro de ter um grande macho que pra mim mais parece um gigante forte e peludo engatado em meus seios os sugando como se fossem a coisa mais deliciosa e maravilhosa do mundo e a segunda emoção é prazer por pela primeira vez sentir meus seios sendo esvaziados sem sentir dor ou incômodos, apenas alívio. 

Eu observo de boca aberta ele sugar um e depois o outro seio alternando entre eles e sugando todo o leite por igual. Sinto os jatos de leite saindo com toda pressão e força e ouço o barulho da sugada dele junto com o glute descendo pela garganta dele até seu estômago.

Fear me olha vez ou outra e percebo receio em seus olhos, como se estivesse me pedindo para não o espantá-lo dos meus seios. Eu sinto necessidade de passar algum conforto para ele, como que pra dizer que está tudo bem. Mas nada sai de meus lábios, eu estou sem palavras para a cena que se desdobra como uma miragem bem distante aos meus olhos. Eu só consigo levantar uma de minhas mãos e aproximar do rosto dele, sinto ele ficar rígido e fechar os olhos como que por extinto de autoproteção, eu acaricio os pêlos do seu rosto e os fios compridos de seu cabelo com carinho e suavidade. Ele pisca algumas vezes, parece não acreditar também no que está acontecendo e relaxa ao perceber que eu não o agrediria.

Ficamos em silêncio por um  bom tempo, só ouvindo os sons dos meus seios sendo sugados pelos lábios ávidos dele  e eu acariciando seus cabelos compridos a respiração dele foi mudando, ficando mais calma, observei que o estômago dele estava mais estirado e ele foi acalmando na sucção dos meus seios. 

Pela primeira vez em anos senti meus seios leves, uma mistura de alívio pela sensação de esvaziamento total e culpa ao mesmo tempo. Me sinto suja, parece que estou me aproveitando de Fear. Ele acabou de acordar de um coma profundo, esteve muito debilitado e não deve estar racionalizando bem. Eu tenho plena consciência de que não sou bela e que a condição de lactação afastaria qualquer homem de mim. Ele já passou por muita coisa ruim na vida dele e precisa de amor, de carinho e de compreensão, não de uma aproveitadora que se alimenta da fragilidade de um macho debilitado emocionalmente.

Ele merece ser feliz com uma linda fêmea espécie, forte, musculosa e que entenda tudo o que ele passou. Eles com certeza irão ter inúmeros assuntos em comum para conversar, vão poder pular e correr pelas árvores juntos, caçar e se divertirem. Ele não precisa de mim, uma humana gorda, feia, cheia de traumas e lactante ainda por cima. Eu acho que ele sentiu prazer em ser amamentado porque nunca teve afeto  e sei que a amamentação é uma das formas mais profundas de conexão que temos na infância. Ele deve sentir muita falta de afeto. Eu também sinto, mas sei que não é certo eu me aproveitar da situação. Preciso convencê-lo a ser avaliado pelo Dr. Mil para saber seu estado de saúde. Ele não comeu nada sólido até agora, e o meu leite não tem nutrientes.

Ele é tão bonito com esses pêlos cor de cobre, o nariz grande e os olhos bem marcados por pelos brancos ao redor contrastando com aqueles olhos escuros e profundos. As mãos dele são do tamanho da minha cabeça de tão grandes que são. Mesmo tendo emagrecido bastante, o corpo dele é todo definido, forte e os músculos saltam aos olhos para qualquer lugar que se olhe para ele. Eu sorrio ao perceber que ele está nú, acho que ele se acostumou a viver em total liberdade em todos os aspectos possíveis. Eu o vi nú tantas vezes enquanto cuidava dele que a sua nudez não me fere ou causa desejos, ele é como um menino que precisa de carinho. E eu vou ser uma boa amiga para Fear. Tudo o que ele precisar até que esteja socializado com os outros Nis eu vou fazer por ele para ajudá-lo. Eu quero que ele seja feliz. Pelo menos um de nós dois precisa ser feliz.

Sinto a base da minha coluna formigar, estou a tempo demais na mesma posição ereta amparando Fear que cochila tranquilamente em meus braços com um de meus seios em sua boca e a sua mão no meu outro mamilo. As rochas também estão incomodando meu traseiro, aqui não é nada confortável para ficar. Me mexo um pouco para tentar aliviar a dor em meu corpo e Fear acorda. Ele levanta a cabeça e fica parado me olhando eu sorrio por sua carinha de receio, ele realmente me lembra um menino arteiro.

FearOnde histórias criam vida. Descubra agora