My dear love

09.

Lee Felix

Acordei cheio de dores de cabeça. Não sei o que se passa, mas ontem também tinha algumas dores. Devo estar apenas doente.

Olhei para o lado, e estava lá o Hyunjin, a dormir. Estranhamente, estava sem camisa, mas sinceramente, ainda bem. Ele parecia um homem normal, um homem magro e sem quaisquer músculos. Mas sem camisa, percebesse que vai ao ginásio. Hyunjin acorda, e percebe que eu estou a olhar para ele. QUE VERGONHA!!

- Desculpa, mas fiquei com calor a meio da noite - Fiquei todo vermelho.

- Ah... não tem problema, está tudo bem. - Tentei levantar-me, mas não consegui por causa das dores de cabeça - Ahh... a minha cabeça.

- O que se passa, Lix? - "Lix"? Sei que estou com dores de cabeça, mas tenho a certeza que o ouvi chamar-me "Lix".

- Estou com dores de cabeça, não é nada de mais...

- Mas desde quando?

- Desde ontem. - Disse enquanto ele arregalava os olhos.

- E não me disseste nada porquê? - Ele estava um pouco chateado. - E se tivesse acontecido alguma coisa de mal? E se tivesses desmaiado e tivesses de ir para o hospital? E se...

- Mas não aconteceu. Estou aqui e estou bem. - Interrompi.

- Sim, eu sei, mas... mas da próxima vez avisa logo, ok? - Afirmei com a cabeça. - Queres que fique aqui contigo hoje?

- Não! - Ele até deu um salto. - Quero dizer... Não é preciso. Estou bem, é só uma dor de cabeça, não precisas de te preocupar.

- Ok... Mas se precisares de alguma coisa liga logo, pode ser?

- Claro que sim! - Ambos sorrimos. - Agora... podes me ajudar a levantar?

- Oh, claro! Desculpa... - Levantou-se repentinamente - 1, 2, 3!

- Ahh... Origado!

- Sempre aqui. - Sorri. - Vou me arrumar e depois faço o pequeno-almoço.

- Mas sou eu quem faz o pequeno-almoço.

- Estás doente, por isso faço-o eu. - Disse ele enquanto eu revirava os olhos. - Nem vás à cozinha!

- Ok, ok!

Hwang Hyunjin

Confesso que foi um pouco difícil passar a noite com o Felix. Ele é tão lindo! Não estou apaixonado por ele, somos só amigos, mas sinto uma ligeira atração. Não lhe dou muita importância, pois deve ser por estarmos a viver juntos há algum tempo, vai acabar por passar.

Tomo banho, visto-me para o trabalho, e desco para preparar o pequeno-almoço, mas quando chego lá em baixo, vejo o Felix a pôr a mesa, que raiva!!

- O que é que eu te tinha dito?!

- Para não fazer o pequeno-almoço...

- E o que é que tu fizeste...? O PEQUENO-ALMOÇO!!!

- Desculpa! Eu só não queria que te atrasasses para o trabalho por minha causa... - Disse ele um pouco envergonhado.

- Ok! Não tem problema. Quer dizer, tem! Amanhã faço-o eu! - Acenou que sim - Mas obrigado... - Ele começou a sorrir e abraçou-me.

- De nada. - Sussurrou-me ao ouvido. - Vamos comer?

- V-Vamos...! - Acho que vou ter um ataque cardíaco...

(...)

Já falei com o meu chefe e... consegui uma entrevista de emprego para o Felix!! Mostrei-lhe o perfil dele, e o meu chefe adorou-o! Disse que ele era bastante bonito e que tinha bastante estilo, para além do mais, estávamos a precisar de mais pessoal, por isso era a oportunidade perfeita.

Quando acabei a reunião, mandei logo mensagem ao Felix, para o atualizar à cerca das novidades. Ele parecia bastante contente, pois nunca o tinha visto a usar tantos emojis, mas explicar-lhe-ia tudo detalhado mais tarde, agora tenho de ir trabalhar. Sinto-me tão mais descansado...

Lee Felix

Nem acredito que o Hyunjin conseguiu. Será que ele tinha subornado ou algo do género? É que... sinto-me tão em baixo eque isto é completamente surreal para mim. Ainda para mais, o facto de não ser aceite para trabalhar num café, qual a probabilidade de ir trabalhar numa empresa de moda? Não estou a subestimar os cafés, mas ser modelo exige muito mais... não sei bem explicar, exige mais!

(...)

O Hyunjin chega a casa, e vem a correr para a sala para me contar exatamente o que o seu chefe disse, estou muito curioso.

- E... então?!

- Ele adorou-te!!

- A sério? O que é que lhe disseste? - Ele explicou-me tudo, e a cada palavra que ele dizia o meu sorriso ia ficando cada vez mais aberto.

- Ele marcou a entrevista para sexta-feira às 19h45. Não te podes atrasar, se não ele mata-te, a ti e a mim.

- Sim, sim. Ok! - Ele deu um sorriso sarcástico. - OBRIGADO!!! És o melhor. - Saltei e dei-lhe um abraço.

- D-De nada... - Será que ele não gosta de contacto físico? É verdade que eu exagero, mas sempre que o abraço, ele parece ficar nervoso.

- Está tudo bem? - Pergunto enquanto me afasto do abraço. - Se não gostares, eu paro de te abraçar...

- NÃO! - Gritou enquanto me voltava a abraçar. - Eu apenas não estou habituado. Mas tu podias-me habituar... - Acho que agora é a minha vez de ficar nervoso. Não foi bem nervosismo, foi... um sentimento estranho. Foi como se tivesse imensas borboletas na barriga. O que é que se passa comigo? Estarei mesmo doente?

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(Palavras: 860)