• Twelve.

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Doze de Agosto.
20h18 da noite.
Quarto do Jungkook.

Jungkook queria ter aberto aquela porta e apenas ter tido a surpresa de ver seu irmão mais novo à sua frente, naquela hora da noite, provavelmente preocupado consigo. Queria sentir-se feliz por sua visita, no entanto, a presença indesejada de sua mãe fez com que Jeon fechasse seu rosto em uma carranca enorme quase que imediatamente.

– Eu posso explicar. – Junghyun disse, antes que presenciasse seu irmão bater a porta em sua cara.

Ver sua mãe ali em sua frente fazia seu peito doer de uma forma dilacerante. Ele não sabia ao certo definir o sentimento que corria por seu corpo naquele momento, mas com certeza aquilo não era alívio, tampouco felicidade.

Ele apenas desejava que ela desaparecesse de sua frente o mais rápido possível.

– Não quero explicações. Esqueça. – Jungkook gesticulou com a mão, expulsando o ar de seus pulmões exageradamente antes de voltar a falar. – Diz o que quer.

O mais novo respirou fundo, claramente incomodado pela forma como seu irmão reagiu com a situação quando remexeu seu corpo e juntou delicadamente as sobrancelhas, sentindo os dedos tensos de sua mãe apertarem com força o tecido grosso de seu sobretudo.

Ele não queria que Jungkook fosse grosseiro, apesar de entender seus motivos para isto.

– Nós queríamos ver como você estava. Me disseram ontem que você havia sido baleado semana passada, mas foi difícil vir visitá-lo porque Taemin não está em casa e fica um pouco difícil acessar a mansão.

– "Nós"? –  O guarda soltou uma risada, desacreditado, ignorando todo o resto da explicação de seu irmão. Ele quis soar sarcástico quando apoiou ambas de suas mãos na cintura. – Desde quando meu bem-estar é importante para sua mãe?

– Jungkook, – O Jeon mais novo balançou a cabeça negativamente, como se implorasse com os olhos quando chamou pelo nome de seu irmão. – você não precisa agir assim.

– Não, Junghyun. Você que precisa entender. – Jeon deu uma pausa na fala do outro, erguendo o dedo para seu rosto para evidenciar o quanto aquela situação era estressante. – Não foi você que foi expulso de casa aos dezesseis anos porque gostava de meninos, enquanto via sua própria mãe ficar calada vendo seu pai te chutar para fora com apenas a roupa do corpo. Não foi você que teve que passar por uns maiores bocados com dezesseis anos por ser desprezado por ser o que é. Eu deveria ser protegido e ter tido apoio das únicas pessoas que eu podia confiar na minha vida, e não foi bem isso que aconteceu. Então eu tenho todo o direito de agir assim. Vocês estão errados em tentar forçar uma aproximação e você sabe que não deveria trazê-la aqui.

Junghyun abriu a boca para dizer algo, mas sabia que não estaria na razão para opinar sobre aquela situação. Sendo assim, optou pelo silêncio.

Ele sabia como seu irmão havia sofrido depois de ter saído de casa, sabia sobre cada coisinha que Jungkook fora obrigado a fazer para se manter. No entanto, seu desejo para que tudo aquilo fosse resolvido e que a família voltasse a ser unida de novo, parecia um desejo egoísta demais para fazer Jungkook aceitar.

Não era justo ele, como irmão mais novo, que soube sobre tudo o que aconteceu, tanto dentro e fora de casa, querer que de repente seu irmão mais velho que fora completamente negligenciado pelos pais com tão pouca idade, se resolvesse com sua mãe e que a perdoasse por tudo, apenas porque ele queria ter sua família unida outra vez.

Então, quando Junghyun estava prestes a se desculpar com o guarda e quebrar o pequeno silêncio que se estendeu pelo ambiente, ambos os dois foram surpreendidos quando a voz de sua mãe, fraca e trêmula, começou a soar.

BODYGUARD | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora