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Nahí

Da janela do meu quarto eu vi a festinha patética do Hal, a música alta não me deixava ler em paz muito menos dormir. A ideia de descer lá em baixo e acabar com tudo parecia tentadora. Mas era isso que aquele idiota queria. Me provocar apenas.
Ele parecia ainda mais sério agora com o cabelo pintado de volta a cor original. Se os cabelos coloridos fossem em qualquer outra pessoa da face do planeta, eu acharia interessante e até mesmo bonito. Mas quando Hal fazia isso, algum tipo de ranço se instalava em mim.
Virei-me pegando minha jaqueta e sai do quarto.

***
Entrei na festa da fraternidade, rolando meus olhos ao redor procurando por Thomas. Festas e bagunça nessa semana seria ao auge em qualquer universidade. Paro abruptamente, olhando através distância e dos corpos, Thomas abraçado a uma garota com mais alguns de seus amigos ao redor. Aquela música irritante ficou tão baixa de repente e algo assentou dentro de mim em um estado de calma perigoso.
Thomas beijou a garota, e nem mesmo pisquei, o acompanhando com os olhos. E por um estranho momento eu fiquei tão grata a Hal por me irritar de tal forma ao ponto de me fazer sair do TVS. Se não tivesse o feito eu não estaria presenciando algo tão interessante.
Andei de costas, sem esbarrar em qualquer uma daquelas pessoas e dei meia volta.
— Curta a noite amorzinho... Porque vai ser a última vez que vai ter paz na sua vidinha miserável!

Hal

Olhei de esguelha para a janela do quarto de Nahí, vendo as cortinas brancas sacudirem com o vento frio. Nahí nunca dormia com as janelas abertas, e seu quarto estava banhado em escuridão. Afastei-me da festa, voltando para dentro, e abri a porta de seu quarto, e o encontrando completamente vazio.
Caminhei para o interior, olhando para o livro sobre a escrivaninha e o abri com cuidado mesmo em meio à escuridão a leve claridade dos refletores invadia pela janela. A porta rangeu e ela passou já caindo seus olhos em mim, e desviou de um jeito mortal. Ela retirou a jaqueta, a deixando sobre a cama e se aproximou da janela, olhando para fora com frieza.
—O que tem de tão interessante no meu quarto para invadi-lo constantemente?
—Foi ver seu namorado?_perguntei rouco fechando a capa do livro.
—Não tenho namorado, tenho um homem para apresentar o inferno. Agora saia do meu quarto!_ela grunhiu por cima do ombro com os olhos no chão de forma cruel.
— O que ele fez com você?_minha voz oscilou a rouquidão, meus olhos se escureceram e Nahí apenas ergueu seus olhos azuis para meu rosto.
— Para quem não me suporta, certamente você se preocupa de mais com o que as pessoas fazem comigo.
— Alguém precisa proteger a borboletinha._sussurrei com desdém e ela apertou as sobrancelhas de forma afiada. _Vamos!
— Fique fora disso, Hal! Volte para sua festinha e esqueça-se da minha existência!
— Não foi um pedido!
— E desde quando recebo ordens suas? _ela perguntou com desdém.
— Posso saber onde você pisou antes mesmo que sonhe que eu saiba. Então é melhor vir junto...
— Então vá! _ela disse na mesma indiferença_ Mas eu não vou ficar devendo favores logo para você!
— Já me deve um favor, Baby! _ela arqueou a sobrancelha ao apelido dado e a intriga sobre minha afirmação_ Quando eu fui até o presídio e não contei ao seu pai sobre seu namorado. Mas eu deveria ter perguntado o nome do seu namoradinho direto pra o Ranks, ele descobria isso para mim em meia hora.
Os olhos dela se escureceram de maneira mortal contra mim. Encaramos-nos em meio ao barulho vindo lá de fora e a escuridão do quarto.
—Se me chamar de baby mais uma vez eu vou arranhar cada canto da lataria da Cerejinha!
Meu semblante se escureceu enquanto a acompanhei com os olhos apanhar a jaqueta na cama e sair em passos decididos. A segui para fora, enquanto ajustava a jaqueta aos braços e a puxou para os ombros de um jeito descolado.
—Parece que o The Villains vai fazer seu primeiro jogo da semana._ela disse e caminhei em passos largos ao seu lado com meus olhos no fim do corredor.
— E quem melhor para fazer a abertura do que nós dois?_perguntei sem a encarar, dando um sorriso ladino afiado.
Saímos do The Villains, e subi na moto, deixando som ecoar. Nahí subiu sem precisar de uma instrução para fazê-lo, ela não colocou o capacete dessa vez.

The Villains School Onde histórias criam vida. Descubra agora