— Que fofo, ele desenha bem.
Riki virou a câmera do computador para o desenho que Jungwon fez para ele grudado na parede, ao lado do pôster de Tsukishima, de Haikyuu!!
Também contou sobre a pequena da fuga da escola por aquele buraco na parede, sobre o trio de populares da quadra de basquete, sabendo que Shotaro adoraria ouvir aquilo também e insistiria para Riki ir buscá-lo no Japão, apenas para se sentir num de seus filmes favoritos.
Contou também sobre a conversa que ouviu entre Jungwon e Sunoo, que ainda o intrigava tanto que chegava a perturbar seu sono. Era intolerável custar a dormir, pois se ocupava pensando nos murmúrios dos rapazes, disfarçando os olhares que lançavam em sua direção e tentando não mencionar seu nome mais alto do que deveriam.
Isso, de certa forma, fazia sua saudade pelo seu país de origem aumentar, pois sabia que sua distração para absolutamente qualquer problema, eram seus amigos. Sempre que se sentia meio para baixo, Haku e Shotaro buscavam algo que ajudasse nisso e eles nunca falhavam em melhorar seu humor.
Não estaria se alvoroçando tanto com os assuntos de uma dupla de garotos que mal conhece direito se ainda estivesse no Japão e nunca tivesse saído de lá, abandonado sua excelente vida e seus amigos. Agora, por conta disso, via seu pai com menos frequência do que antes.
Bastou apenas um mês para a vida de Nishimura Riki desandar completamente e ele não sabia o que havia feito de tão ruim para estar passando por tudo aquilo. Talvez ele fosse a pessoa que pregou Jesus Cristo na cruz, e então o carma veio o assombrar sem moleza.
— Ainda não descobri nada. — Riki resmungou, voltando a câmera para seu rosto.
— Descobriu o livro favorito dele. — Haku sempre interpretava as coisas de uma maneira diferente, as observando por outro ângulo — Use isso.
Não era muito chegado em romance como Shotaro e Sunoo, mas precisava investigar mais a fundo se quisesse se aproximar do coreano.
Abriu uma nova aba no navegador e iniciou pesquisas sobre o tal livro favorito do Kim, mas ficou um pouco intrigado com a sinopse, julgando que o conteúdo por dentro da capa seria entediante.
Apenas mais uma história colegial entre uma garota transtornada e temperamental, e um garoto com uma estranha fixação pelas últimas palavras das pessoas. Não havia compreendido muito bem que tipo de fetiche era esse.
Se perdeu entre as buscas pelas informações do livro que até esqueceu que a chamada ainda estava ativa, levando um susto ao ouvir a voz de Haku soar nos fones de ouvido.
— Preciso estudar para a prova de Química de amanhã. — Riki volta para a aba onde a ligação ocorria — Nos falamos outra hora, tudo bem?
O mais novo concorda com a cabeça e vê a câmera de Haku escurecer antes de sumir da tela juntamente a mensagem de chamada encerrada, e isso o faz retornar às suas procuras por mais resumos sobre o livro.
Algo que dura o resto do dia e Riki, de algum jeito, se sente envergonhado em estar sempre desocupado assim que deixa a escola, torrando as restantes horas em sono profundo ou consumindo músicas para evitar um combate com a realidade.
Pensando nisso, talvez alienígenas fossem a forma que Haku encontrava para fugir do mundo real, enquanto Sunoo escolhia se fechar e impedir que qualquer um se aproximasse, já Jungwon, escolhia a gentileza para fingir que o mundo é um pouco mais suportável e todas as pessoas são como ele.
Riki realmente gostaria que o mundo fosse habitado apenas por pessoas boas, mas não vivia dentro de um filme, nem nada do tipo. O que lhe restava era aceitar que não passava de um adolescente ansioso que jamais se encaixaria em qualquer outro lugar além de seu quarto.
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com amor, sem dor • sunki
FanfictionRiki queria, a qualquer custo, descobrir qual era o segredo que Sunoo escondia.