Capítulo 3 - A Garota Da Foto

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POV FREEN

Já fazia uns trinta minutos que estávamos no carro, como sempre o trânsito de Bangkok estava caótico. Eu não tinha a mínima ideia de pra onde a Engfa estava me levando, entretanto, não posso dizer que eu não estava gostando.

Mesmo que eu não admitisse externamente, era muito bom poder estar ali ao lado dela novamente, eu havia sentido tanta falta da sua presença.

Engfa e eu sempre fomos unidas, com ela sempre me protegendo, ou pelo menos tentando, ela era minha melhor referência quando o assunto era família. E no fundo do meu coração, eu sei que continua sendo.

Assim que ela conseguiu uma vaga para estacionar o carro senti meu corpo travar levemente.

- Ah não! – balancei a cabeça em negação - Nem pensar Eng. Eu não vou entrar aí.

- Para de frescura! – resmungou - Eu preciso que você venha comigo Freen – ouvi-la me chamar tão carinhosamente me deixou nostálgica, era a mesma forma com que ela me acordava quando queria companhia pra pedalar.

- Por favor? – pediu segurando levemente a minha mão.

- Droga! Isso é culpa sua Freen, quem manda querer saber de tudo – resmunguei baixinho, puxando minha mão brava comigo mesma por estar fazendo aquilo, sai do carro batendo a porta com força, fazendo um barulho alto.

Realmente não gostava de estar nesse lugar.

- A porta do meu carro não é geladeira! – disse mas suas palavras soaram zombeteiras, olhei pra ela dando de ombros, sem dizer nada, ela riu da minha atitude mas assim que se aproximou minha expressão pirracenta se desfez.

Andamos alguns metros, eu olhava para os lados o tempo todo, até que de repente ela parou. Eu estava começando a me arrepender de ter saído do carro.

Na frente da lápide de mármore negro havia um pequeno jardim de flores brancas com centro roxo. Assim que bati os olhos nelas eu as identifiquei. Eram flores de amor-perfeito, eu as conhecia por que eram as favoritas da minha irmã.

Engfa aproximou-se mais, passando a deslizar seus dedos de forma suave sobre as pétalas de algumas flores. Seu rosto tomou uma expressão triste, cabisbaixa.

Assim que coloquei meus olhos sobre a lápide pude ver a foto da garota e seu nome logo abaixo, gravado em letras douradas. Nitta. Era esse seu nome.

Heidi Amanda Jensen ( Nitta ). Eu conhecia aquele sobrenome, a família Jensen era muito conhecida na cidade.

- Eu tinha 18 anos quando aconteceu – ouvi minha irmã dizendo.

Seus olhos já estavam marejados de lágrimas enquanto ela encarava a pequena foto, suas mãos tremiam levemente quando tocaram a lápide, como se fizesse um carinho suave.

Era nítido o quanto estar ali afetava a Engfa. Me senti mal por minha irmã.

- Eu sinto muito Eng. Eu... nunca pensei que... – minha garganta travou, eu não sabia o que dizer a ela.

- Você nem poderia Freen. Você era muito nova quando tudo começou, quando eu me apaixonei pela primeira vez – ela fechou os olhos respirando fundo, controlando-se.

- Será que podemos ir pra outro lugar? – perguntei.

Eu odiava cemitérios, sempre odiei. Sério eu não consigo entender como tem pessoas que as vezes vão pra lá para beber e fazer festa. Quem em sã consciência vai beber num cemitério?

Os cemitérios me dão arrepios.

Eu sei que não sou mais criança mas ainda assim eu prefiro passar longe de cada um deles. E ao ver o estado que minha irmã ficou eu queria afastá-la dali o mais rápido possível, eu queria poder protegê-la de toda dor que ela sentia, como ela sempre havia feito comigo.

A NAMORADA DA MINHA IRMÃ - FREENBECKY X ENGLOTOnde histórias criam vida. Descubra agora