02.

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"Olhos brilhantes

O que posso dizer para fazer você ouvir?

Olhos brilhantes

O que posso fazer por sua atenção?"

- Starry Eyes, cigarettes after sex


O segundo dia da semana havia chegado, o clima estava ameno e o sol estava radiante. Era a hora do almoço para toda a faculdade, fazendo com que diversos alunos saíssem animados de suas salas de aula para finalmente comerem e descansarem na companhia de seus amigos. Em meio àquele turbilhão de corpos nos corredores, havia Minho, que, como sempre, se dirigia à cantina sozinho para comprar o seu almoço e desfrutar de sua própria presença enquanto matava a sua fome.

Minho nunca havia sido um garoto de muitas amizades, na escola ele possuía um ou dois colegas, mas não eram tão próximos do Lee, então por causa disso, quando ele saiu da escola acabaram perdendo contato. Ele não era um antissocial nem nada do tipo, só era fechado, e quando achava alguém para ser seu amigo, a pessoa acaba se afastando devido a sua personalidade mais quieta e tímida. Mas o garoto não ligava, ele não precisava de ninguém.

Chegando a cantina, o Lee pegou o almoço que era servido na própria instituição de ensino e se dirigiu ao pátio dos fundos da faculdade, como sempre fazia em sua rotina. Assim que chegou e se sentou no gramado verde já podia avistar o "grupinho rebeldia", como Minho os intitulava, que era composto por Jisung e outros dois garotos que o acastanhado não fazia ideia de quem eram. Como sempre o grupo se encontrava fumando, assoprando a fumaça cinza, fazendo com que ela pairasse acima das cabeças dos indivíduos.

Lee revirou seus olhos ao avistar a cena, logo colocando seus fones de ouvido e começando a comer seu prato, enquanto descansava suas costas em uma árvore que emitia uma pequena e confortável sombra por ali.

A comida tinha agradado o paladar do garoto, - sendo isso um acontecimento raro, tendo em vista que na maioria das vezes as refeições servidas eram semelhantes ao que era oferecido nos presídios - sendo essa kimbap.

Enquanto mastigava e pensava na vida, o acastanhado conseguia sentir um olhar queimando em si, logo virando-se para conferir se os seus sentidos estavam certos. É claro que estavam. Quando encontrou o par de olhos castanhos lhe encarando profundamente enquanto tragava o cigarro tomou um susto e desviou o olhar rapidamente, mas fingiu naturalidade, não iria dar aquele gostinho ao rebeldezinho número 1, vulgo Han Jisung. O azulado possuía um sorriso sacana no rosto enquanto estava vidrado no Lee mais velho, ele era fascinante.

Han logo apagou seu cigarro no chão, jogando a bituca por ali mesmo e indo em direção ao que comia sozinho, deixando seus amigos para trás, esses que lhe dirigiam um olhar malicioso.

Sem qualquer tipo de permissão, o azulado sentou-se ao lado de Minho, que nem percebeu a presença repentina devido a altura da música em seus fones de ouvido. Jisung cutucou o seu braço, fazendo com que Lee tomasse um susto, logo virando-se e dando de cara com os fios azuis do outro. No rosto do acastanhado formou-se uma carranca enquanto ele virava-se para guardar os seus fones de ouvido na sua mochila.

— O que foi agora, Han?

O Lee poderia apenas ter ignorado Jisung, mas, por mais que odiasse o garoto, ele não conseguia apenas deixá-lo falando sozinho. Minho só estava sendo educado, certo?

— Você é ignorante assim mesmo ou só se finge, gracinha? — Han perguntou sério, mas logo soltou uma risada sincera vendo que tinha conseguido irritar o Lee.

— E você é inconveniente desse jeito mesmo ou só se finge? — O acastanhado devolveu na mesma moeda, levantando-se enquanto revirava os olhos. Ele não sabia porque ainda esperava alguma coisa diferente vinda de Jisung. — Como eu já te disse Han, eu não gosto das suas brincadeirinhas sem graça. Eu quero distância, você me entendeu? — Minho perguntou enquanto buscava a sua resposta. O Lee possuía muita paciência, mas Han já havia ultrapassado o senso do ridículo. Minho estava de saco cheio.

O azulado arregalou os olhos com a pergunta, sabia que o acastanhado tinha rancor, mas não esperava que o mesmo fosse pedir distância de si. Jisung logo esboçou aquele sorrisinho debochado novamente. — Ah gracinha, você sabe que é impossível eu me manter distante de uma pessoa como você.

"Pessoa como eu?" O Lee pensou. Isso era algum tipo de insulto?

Minho soltou uma risada desacreditada. — Bom Han, eu já lhe disse o que eu quero, e, se você se aproximar novamente de mim eu não irei me responsabilizar pelas as minhas ações. Agora se você me der licença, eu tenho aula. — O garoto logo pegou a sua mochila, virando de costas para Jisung e seguindo o seu caminho, não dando nem uma brecha para que o outro lhe respondesse.

O Han suspirou pesadamente em seu lugar, se permitindo colocar sua cabeça apoiada em seus joelhos e deixando que o vento de começo de tarde bagunçase seus fios. Sua expressão debochada havia ido embora, logo dando lugar para uma desanimada.

— Lee Minho... O que eu faço com você, gracinha? 

 O que eu faço com você, gracinha? 

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MY ONLY EXCEPTION | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora