Contos Eróticos: Love-I

Episódio VII - Amor que não se mede

Olá, seja bem-vinda(o). Pode votar no capítulo agora para me apoiar? Boa leitura, que cada momento nas linhas a seguir lhe sejam de puro prazer.

Os olhos da nerd brilhavam diante das belíssimas cortinas azuis.

Ao fundo havia uma parede negra e no alto, holofotes alternavam suas luzes de forma organizada. Havia ainda no palco seis telas de vidro temperado. Todas tão finas que se tornavam imperceptíveis para quem estivesse na plateia.

Além disso, projetores apontavam para cada uma delas.

Tudo havia sido minuciosamente planejado pela programadora. A nerd vinha trabalhando no projeto daquele evento tinha quase três anos. Muitos pensavam que sua vida se resumia às linhas de programação, mas havia muito mais.

Aquele evento era especial, era seu sonho quase se realizando.

Muito em breve ela teria sua grande noite para brilhar.

Enquanto circulava pelo local, a garota podia ver a curiosidade e ansiedade nos olhos de cada um. Todos querendo saber do que se tratava aquele projeto.

Nas redes sociais, muitos apostavam em um novo sistema de segurança.

Estavam enganados. Sua fase planejando segurança digital era passado.

Ela tinha uma empresa de sucesso, rentável e bem estruturada.

O que precisava agora era dar o próximo passo em sua vida.

E esperava estar no caminho certo com suas decisões.

♥♥♥

A equipe de limpeza já havia concluído os trabalhos e partido.

Joelma saíra mais cedo. Precisava ligar para o marido que se encontrava na casa dos pais em Paris e começar a desencaixotar as coisas no apartamento.

Em um canto do palco, Isadora espiava calmamente alguns detalhes em um notebook. Bianca flertava com o chefe da equipe de segurança e o ambiente se encontrava mergulhado em silêncio. Lennon assessorava a mulata, falando com ela pelos fones de ouvido. A nerd se sentia confortável com sua companhia.

—Acredito que jamais conseguiria fazer isso sem sua ajuda – comentara ela.

—Não se esqueça de que escreveu minhas linhas de programação – dissera a IA – E a aperfeiçoou ao longo dos anos. Sou uma extensão de você e, portanto, a prova de que os méritos por seu sucesso são todos seus.

As poucas pessoas ainda presentes no lugar certamente pensavam que ela falava com alguém ao celular. A garota, no entanto, contemplava cada pequeno detalhe de seu companheiro, sentado bem ao seu lado.

—Sei disso, mas é bem mais que isso e ambos sabemos... – dissera a nerd – Não é como se estivesse falando comigo mesma. Está comigo há anos e nesse tempo, assimilou muitas coisas que não programei. Já me ajudou muito mais do que eu esperava. Não é um simples programa, é um ótimo amigo.

Um ótimo amigo. A IA salvara as palavras da garota em uma pasta especial em seu banco de dados. Não era a primeira vez que a mulata o elogiava. Isadora claramente demonstrava carinho por ele, da mesma forma que fazia com amigos reais presentes fisicamente em sua vida e em seu cotidiano.

—Sabe que fico feliz em ajudar... – respondera em seguida.

Felicidade. Para as pessoas comuns era um tipo de sentimento.

Para Lennon, a palavra representava um conjunto de informações.

Ele não era capaz de sentir a felicidade, mas compreendia seu significado.