IX - O primeiro amor

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Isadora torcera os lábios em um sorriso carregado de preguiça.

O elogio de Lennon era sincero e não apenas um amontoado de palavras de sua própria imaginação. Ele não era programado para a fazer se sentir melhor e sim para expressar suas próprias opiniões sobre cada caso em particular.

Embora o assistente fosse uma Inteligência Artificial, Lennon vinha lhe sendo um companheiro e confidente havia alguns anos. E ela sabia que ele a entendia, cada vez mais a cada dia que se passava. Um homem como nenhum outro.

Isadora saltara da cama e após separar algumas roupas, fora para o banho.

Demorara pouco mais que vinte minutos. Tinha de ser breve na malhação.

Embora Lennon a ajudasse na revisão de seus projetos, havia ainda muitas ideias que pretendia implementar em Love-I e poucos dias para a programação. Não apenas isso, precisava sentar e discutir detalhes importantes sobre o evento junto de Joelma e Bianca. Tudo precisava ser perfeito nos mínimos detalhes.

Além disso, Dona Lúcia, sua mãe, confirmara que chegaria naquela tarde.

Pretendia a levar para almoçarem apenas as duas. Havia algum tempo que não desfrutavam da companhia uma da outra. Embora tivessem suas diferenças, Isadora sabia que jamais seria a mulher que era sem a influência da mãe.

Dona Lúcia, como gostava de ser chamada, estava longe de ser apenas uma dona de casa como outra qualquer. A linda mulher negra era dona de uma grife de renome e modelo da própria marca. Não apenas isso, era consultora de moda requisitada por diversas personalidades de sua área de trabalho.

Enquanto a mãe amava o brilho dos holofotes, Isadora, assim como o pai e qualquer outro nerd, era tímida para as câmeras e adorava o anonimato. Dentro de alguns dias seria a primeira vez que apareceria em público e ao vivo.

E com sorte, seria também a única e última – pensava a garota.

Love-I seria sua marca, seu grande momento, seu selo na comunidade.

Assim como uma estrela, a nerd pretendia brilhar e então sair de cena antes que sua luz se apagasse. Depois desse momento, queria apenas um canto para viver sua vida em paz, sem o tumulto de multidões, longe de festas e baladas.

Já na academia, a garota suara a camisa caminhando e correndo na esteira.

Observava, tentando não dar na cara seu interesse, dezenas de rapazes que entravam e saíam, todos sarados e extremamente gostosos. Transaria com cada um deles se tivesse a oportunidade. Na verdade, se tivesse a chance, talvez até mesmo transasse com mais de um ao mesmo tempo.

Céus! Havia se tornado uma garota promíscua como sua amiga de infância, Katherine. Agora entendia como a ninfomaníaca se sentia sobre os homens.

Havia um fato que não podia ser discutido: sexo era tudo de bom.

Seus amigos Leonard e Katie sempre haviam lhe dito isso.

Na época ela vivia ocupada demais para se atentar a tais distrações. Agora finalmente entendia quanto havia perdido. Mas estava determinada a recuperar cada segundo de prazer não usufruído anteriormente, afinal, era uma linda moça de vinte e seis anos, inteligente, autossuficiente e louca para gozar.

Enquanto observava aqueles homens com seus músculos duros e definidos suando nos aparelhos, o som de Take My Breath Away da banda Berlim não lhe saía da mente. Involuntariamente se pegara pensando em Richard.

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⏰ Última atualização: Sep 24, 2023 ⏰

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