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Jenna Ortega

O baque de Jade correndo na direção oposta a onde estávamos me fez levantar em um pulo, mas minha mãe me empurrou de volta no sofá me mantendo lá enquanto ainda segurava a compressa de água gelada que já não estava mais tão gelada assim.

— Tem certeza que é isso o que você quer? - Ela me perguntou totalmente incerta de seu próprio questionamento. - Eu amo a Jade como filha, confio nela cegamente e sei que ela nunca machucaria uma mosca! Pelo contrário, sei que ela cuidaria de você tão bem quanto eu ou seu pai gostaríamos mas eu também sei que conheço ela a mais tempo do que você conhece, e, escute o que eu vou te falar... ela vai se jogar de cabeça nesse relacionamento e se ela te priorizou é porquê quer ficar com você.

Minha mãe me surpreendeu mais uma vez com seu discurso, ela estava preocupada comigo e com a minha carreira mas também se preocupava com a integridade da Jane que estava tão em risco quanto a minha.

Jade estava na família fazendo um papel importantíssimo, ela era a segunda mãe dos meus sobrinhos, era a responsável por tudo que envolvia as três crianças na maior parte do tempo e é claro que meus pais e minha irmã só permitiria ela cumprir esse papel se vasculhassem toda a sua vida e tivesse totalmente certeza de seu caráter.

— Eu tenho certeza, mas não sei bem a onde você quer chegar. - Fui sincera.

Eu realmente quero ficar com a Jade, quero namorar com ela com direito a aliança e colar com iniciais e mais toda essa breguice de casal.

Quero acordar mais vezes do lado dela e escutar seus conselhos sobre sentimentos e puxões de orelha sobre alimentação e saúde.

Quero que ela seja a pessoa nos meus contatos favoritos e conversas frequentes entre uma gravação e outra e qualquer projeto que eu queira participar, já que ela me apoiaria em tudo o que me fizesse feliz.

Jade era a pessoa.

Mas eu não entendia a proteção extrema aos sentimentos da Jane. Ok, minha mãe a adorava assim como toda família e todos estavam cientes de seu caráter mas...a esse ponto?

— Vocês já conversaram sobre a família dela? -A pergunta mais difícil foi jogada na minha cara.

— Mais ou menos, ela me disse que estavam no México mas a gente não costuma falar muito sobre ela-

Eu mesma cortei minha fala.

Era isso!

Minha mãe assentiu com a cabeça.

— Ela vai te colocar em primeiro lugar em exatamente tudo, nem precisou de mais de dois meses de convivência quando ela chegou aqui para perceber que essa garota tem uma baita síndrome de exclusão de si própria! As vezes eu consigo jogar um chinelo nela quando a situação está muito tensa, mas... Você me entende? - Ela estava frustrada.

— Entendo, ela vai se jogar de cabeça e se eu não prestar atenção ela vai namorar sozinha. -Encurtei o assunto mas ela concordou rapidamente.

— Vá atrás dela e conversem sobre o que querem no futuro, devido às circunstâncias não vai ser "cedo de mais" já que em poucos meses você já viaja para gravar e vocês vão ter que começar a lidar com isso.

Eu nem esperei para ver sua reação ou qualquer outra coisa, apenas me levantei do sofá e corri em direção ao banheiro mas ela já não estava lá.

Olhei em volta e atrás do vidro da cozinha que era de frente pra o quintal mas ela também não estava lá com meus irmãos e meu pai.

Fui em direção ao quarto que eu divido com Aliyah quase orando para que ela não estivesse fugido daqui e ido para casa de Mariah, seria muito complicado inventar uma desculpa pra todos os fãs dela que faziam parte da minha família e muito menos eu conseguiria dormir sabendo que estávamos nessa situação desconfortável.

— Amor! -Chamei no meio de um suspiro de alívio.

Jane estava sentada na minha cama com suas costas apoiadas na cabeceira de ferro e mexia em seu celular distraidamente.

— Jane? - Chamei outra vez e ela finalmente se deu conta de que eu estava alí.

Mas ela não disse nada, apenas suspirou audivelmente e abriu as pernas batendo no espaço entre elas pra me chamar.
Lógico, que em tempo recorde eu já estava em um dos meus lugares favoritos.

— Conversaram? -Ela perguntou calma me ajeitando em seu colo e eu beijei seu queixo antes de abraçar seus ombros.

— Sim, ela só estava preocupada com a gente. -Falei o que consegui e ela sorriu pequeno.

— Você está bem? -Ela me perguntava muito isso, e eu amava.

— Estou, e você? Está bem? -Devolvi a pergunta e ela deu de ombros.

— Contanto que você esteja, está tudo ótimo pra mim. -Minha mãe realmente estava certa.

— Assim não, me responde direito! -Insisti beijando sua bochecha e aproveitando seu cheiro.

— Eu respondi direito. Se você está bem com tudo isso, eu estou tranquila também. -E seus ombros subiram mais uma vez e eu beijei sua boca em um selinho estalado. - Vai ficar me beijando enquanto seu pai xinga todos os meus antepassados por não estar ajudando ele lá fora mesmo?

— Vou. -Beijei sua boca rapidamente antes de repetir o ato em sua testa e nariz. - Jane, eu quero namorar você, deixa?

Ela se afastou de mim levemente para me encarar melhor e eu quase a agarrei quando notei seus olhos claros brilharem pra mim.

— Como assim, amor? -Eu puxei seu lábio entre meus dentes sem responder e ela estalou a língua no canto da boca. - Sua mãe insinuou alguma coisa, né? Aquela mulher é sinistra!

Dei um tapa estalado em seu ombro.

— Não fala assim da sua sogra, ela te ama ao contrário de muitas sogras por aí. -Jade riu da minha cara e apertou minhas bochechas.

— Eu deixo você me namorar e respondo o que você quiser mas só se você deixar eu te namorar também... -Seu rosto se aproximou do meu e eu segurei seus pulsos.

— Você já me namora desde que a gente se beijou pela primeira vez no seu quarto com a mão cheia de creme brasileiro para cabelo cacheado! -Tentei beija-la mas ela não abriu espaço, apenas sorriu contra minha boca.

— Vocês americaninhos não usam aliança, mas, eu não sou americana e sou cria do Brasil então vai usar aliança que se derreter da pra fazer um portão sim! -Brincou me arrancando uma gargalhada.

— Aliança grossa não amor, fininha pra eu não ter que tirar. -Ela beijou minha boca enquanto afirmava com a cabeça já completamente entregue a mim, assim como eu sempre estive entregue a ela.

Eu e ela teríamos que terminar nossa conversa em outro momento e de preferência em algum lugar que eu possa arrancar sua roupa caso ela me irrite em algum momento. Mas isso deixaríamos para depois.

Ainda tínhamos todo o tempo do mundo.

— Eu te amo, Jade.

Ela me olhou com os olhos levemente saltados mas logo os trocou quando abriu um sorriso e se levantou comigo em seu colo, suas mãos não saíram da minha bunda e meus braços de seus ombros nem quando meus pés tocaram o chão.

— Eu te amo, Jenna Orrrrrrtega. -Forçou seu sotaque mexicano e me atacou em um beijo no meio da risada que eu dava mas nós sabíamos que só duraria até atravessarmos a porta.

hey! vocês estavam absurdamente mais ansiosos para essa então me apressei em postar, tive aula de repertório hoje o dia inteiro além de exame de sangue de manhã 🥴 meus pés estão destruídos pelas pontas e meu braço roxo das agulhadas mas eu não podia deixar vocês na mão.
com amor, venus <3

Au Pair | Jenna Ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora