Capítulo 11

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CHRISTIAN

Estúpido. Estúpido.

Estúpido pra caralho.

No minuto em que saí, fui abordado. Meus homens estavam fora de seus postos, seus carros foram deixados na estrada empoeirada de neve. Ele tinha cuidado deles.Como? Eles estão mortos?

Os homens de José me colocaram de joelhos em poucos instantes. Eu até acertei uns bons golpes e sei que quebrei algumas costelas em um deles. Mas não foi o suficiente. Ele veio preparado desta vez. E ele veio pessoalmente.

Com sua Glock pressionada contra minhas costelas, José me puxou para perto, com a voz baixa em meu ouvido. "Onde ela está, velho amigo?"

Agora estou preso a uma cadeira, algo cobrindo minha cabeça. Não consigo ver nada além de uma faixa de luz branca através do saco e as pontas dos sapatos de alguém. Eles enfiaram
uma mordaça na minha boca. Um dos caras de José me deu uns bons golpes e posso sentir o gosto de sangue. Eu sinto deslizar no meu olho através de um corte na minha sobrancelha.

Eu disse a Anastasia que ia protegê-la, e irei.

Passos ecoam por um corredor.Eu o sinto mesmo antes de ele falar.

"Eu não consigo acreditar que você está tentando esconder essa garota, Christian", José diz com uma risada. "Você é insano. Como você fez isso, afinal? Ela é jovem demais e bonita demais para
você. Aqui, vá em frente, Anastasia. Tire."

Cada músculo do meu corpo está rígido como aço. Em seguida, o saco é levantado cuidadosamente do meu rosto. Eu olho para cima,piscando no brilho ofuscante das lâmpadas
fluorescentes. Anastasia me olha de cima a baixo. Espero ver o medo em seu rosto, mas eu já devia saber - ela parece absolutamente calma, quase fria. Sem dizer uma palavra, ela toca meu rosto com a ponta dos dedos e eu leio em seus olhos: Eu cuido disso.

Ela se afasta de mim. "E então? Qual é o objetivo disso tudo?"

José puxa uma cadeira dura de plástico, deixada em uma sala que costumava ser um espaço parecido com uma cafeteria. Ele se senta para trás, com os sapatos pros lados. "Adivinha."

"É um jogo", ela diz facilmente. Ela afunda lentamente em uma cadeira perto de mim.

Conto quatro homens de José, armados até os dentes e observando com olhos penetrantes e famintos. Eu matei seus amigos, percebo, sentindo o calor do ódio irradiando deles, mesmo no silêncio. Ela está certa. Isso tudo era algum tipo de jogo para ele.

A voz de Anastasia fica fria como o gelo. Para José, ela diz: "Você está se divertindo?"

Seu sorriso se alarga. Ele a olha com uma espécie de intriga que me faz querer arrancar seus olhos. "Tenho que dizer que sim, estou. E vocês?"

"Ainda não."

José tamborila os dedos nas costas da cadeira e olha para mim,depois de volta para Anastasia e de volta para mim. "Me diga honestamente, Dais, já que somos amigos agora. Ele rende uma boa foda?"

Desgraçado. Involuntariamente, vou na direção dele. Um de seus caras me joga de volta no chão, e José ri.

"A melhor que já tive", diz Anastasia sem perder o ritmo. Ela nem mesmo olha para mim enquanto o homem me enfrenta. Ele recua rapidamente assim que estou acomodado, e eu gosto de que
ainda haja medo nesses homens. Eles deviam estar com medo mesmo. Eles mexeram com as pessoas erradas. "Por que você pergunta? Ficou interessado?"

"Cara, como eu gosto de você", José diz, balançando a cabeça. Posso ver na expressão sombria de sua boca que ele está falando sério. "Tem certeza que não quer mudar de lado? Eu
poderia te proteger melhor do que esse idiota. O problema dele é ser bonzinho. Ele não é estúpido e não é ruim no que faz.Ele só é bonzinho. É difícil ser um cara bondoso nesse ramo de trabalho, entende o que quero dizer?"

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