Capítulo 13

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CHRISTIAN

Jack.

Jack de joelhos, implorando por misericórdia.

Jack, um dos meus mais antigos,mais tranquilos e melhores aliados. Comprado por José como uma prostituta barata. Ele o deixou entrar na cabana, a minha mente fraca e traidora me lembra quando piedade e sentimento falam alto o suficiente para parar a minha mão. Ela teria morrido se José não tivesse gostado dela.Ele é um traidor e isso é justiça.

Jack se ajoelha diante de mim no ar frio e oco do contêiner de armazenamento, as mãos levantadas e os olhos arregalados. Lá fora, gaivotas choram enquanto circulam acima. Poucas semanas atrás, abatemos os homens de José feito cães. Jack – traindo irmão atrás de irmão. Velhos. Novos. Os meus. Os de José.

Uma lealdade como a dele não pode sobreviver.

"Eu sabia que ele não iria matá-la", diz Jack desesperadamente, com a voz trêmula. "Christian, Jesus, era só pelo dinheiro..."

Pop. Há uma onda de sangue no alumínio, um eco fraco do tiro através do silenciador. Jack fica de pé por um instante e depois cai pesadamente de lado. Eu saio, as botas ressoam no metal duro. Meus caras vêm atrás de mim.

"Alguma coisa?" Ethan pergunta, me seguindo até minha caminhonete. Ele queria Jack morto com mais firmeza do que eu depois que descobrimos. Estávamos juntos quando vimos a filmagem de segurança de Jack deixando os homens de José
entrarem no complexo. Eles eram amigos, Ethan e Jack – desde que eu os conhecia. Abandonar um traidor, entretanto, isso é lealdade de verdade. "Sobre José?"

Eu balancei minha cabeça. "Eu te aviso."

Ele balança a cabeça enquanto eu entro na caminhonete, bato a porta e os deixo lá. Ethan bate no topo da caminhonete com a palma da mão e eu entro na rodovia, indo para casa.

Não quero falar sobre José. Não quero pensar nele. Anastasia e eu concordamos quando saímos de lá vivos que José está morto. Se não para o mundo, então para nós. Para mim.

"Isso teria te assombrado para sempre", disse Anastasia depois que o deixamos lá. Ela estava segurando minha mão, com os olhos arregalados e febris. A neve estava chicoteando ao nosso redor, grudando em seu cabelo. "Matar um irmão – você não esquece disso. Você não supera isso."

Eu acreditei nela na época. Eu acredito nela agora. Mas essa imagem volta para mim, às vezes, a forma como ela se dobrou diante dele quando se beijaram. Não importava que ele a tivesse sob a mira de uma arma. Suas palavras, embora fossem mentiras, me cortaram até os ossos, e ainda não me deixaram. Suas palavras e aquele beijo.

Mas eles só vêm a mim em momentos de fraqueza, quando penso em como eu falhei com ela; como, há tantos anos, falhei com José.

Mas José foi embora. Ele tentou me jogar para os lobos.

Já Anastasia – ela ficou.

Quando penso nos olhos afiados e brilhantes dela, a risada suave, e os dedos delicados sobre peças de xadrez ou copos de uísque, as palavras e o beijo desvanecem.

No final das contas, Anastasia é minha e eu sou dela.

José não é nada além de um fantasma.

***


Ela mira o rifle e aperta um olho. "Menino ou menina?"

Eu olho por cima do meu próprio rifle e depois para seu alvo: um pote de conserva mais longe do que ela já havia atingido antes. "Por que você está me perguntando isso agora?"

"Porque eu tenho teorias", ela responde sem olhar para mim. "E eu queria ouvir as suas."

"Durante um tiro ao alvo?"

"Sim." Ela brinca com o gatilho. "Eu acho que é uma menina."

Eu penso nisso, olho para o suave, doce, e sempre tão delicado inchaço da barriga de Anastasia. Em alguns meses, não seremos capazes de vir aqui assim. Em alguns meses, não serei capaz de fazer com ela o que estou planejando fazer daqui a alguns breves momentos.

"Um menino", digo apenas para desafiá-la. Ela ri. "O quê?"

"Você está errado, com certeza", diz ela, divertida. "Mas eu gosto de uma boa discordância."

"Eu sei que você gosta." A névoa cai por entre as árvores; o inverno está a caminho. Riachos escorregam da jaqueta de Anastasia e umedecem seu cabelo escuro em cachos contra sua testa e
bochechas. Ela parece selvagem assim, de rifle na mão e seu corpo ainda como uma predadora. Ela parece nascida para isso. "Vamos discordar sobre algo lá dentro."

Ela abaixa o rifle e me dá um sorriso malicioso. "Podemos discordar de algo aqui."

Eu olho para o alvo dela, além de um tapete de folhas de pinheiro e vidro quebrado. Eu aceno com a cabeça em direção ao pote de conserva, nada mais do que um piscar de luz de estanho na
floresta esmeralda. "Acerta aquilo e veremos."

Anastasia traz o rifle para seu olho, dá uma respirada, e então aperta o gatilho. A serenidade abafada da floresta é quebrada pela percussão de vidros estilhaçados. Anastasia me dá um sorriso
enorme. "Agora você tem que me foder."

Eu endureço com suas palavras, com o brilho em seus olhos escuros, e coloco meu rifle de lado. "Venha aqui."

Ela vem em minha direção, colocando sua arma ao lado da minha. "E faço o quê, Christian?"

Eu não digo uma palavra. Eu apenas olho para ela, comandando-a com meus olhos. Ela obedientemente sobe no meu colo.

"Você é encrenca", ela sussurra para mim, esfregando os lábios no meu pescoço. Sua respiração toca meu ouvido, palavras aveludadas suaves e ousadamente perigosas. "Não é?"

Eu deslizo minhas mãos por seus ombros, sobre seus seios e ao longo de sua cintura até os quadris. Eu as coloco lá, endurecido pelo volume dela sob as palmas das minhas mãos e seu peso no meu colo. "Me diz você."

Eu toco meus lábios em seu pescoço, o lugar vulnerável sob sua orelha. Sua respiração engata e eu a belisco suavemente, satisfeito com o som baixo que ela faz, sedenta por mais.

"Você é", ela diz, e eu acaricio sua pele com minha língua:pescoço, garganta, clavícula. Meus dedos encontram seu zíper,puxo para baixo o suficiente para que eu possa traçar a linha de seu decote, as protuberâncias de cada seio. "Você é encrenca, você é perigo, e você é meu."

Eu deslizo minhas mãos ao longo do cós da calça jeans, desabotoando e abrindo o zíper com facilidade. "Sou seu."

"Sim", ela diz, ficando sem fôlego. Eu puxo a gola do suéter para baixo, traço a parte superior de seu sutiã com minha língua. Minha outra mão desliza para baixo de sua cintura, e ela suspira suavemente enquanto eu acaricio a linha de seu osso do quadril, mais abaixo, mais abaixo..."Meu."

"E você?" Meus dedos acariciam sua calcinha e meu pau endurece enquanto seus quadris se fecham mais apertados em torno de mim.

"Eu sou sua, Christian", ela diz, me puxando para perto. "Me mostra que sou sua."

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