Mei
Meu rosto empalideceu no mesmo instante. Apenas a menção desse nome ainda me aterrorizava, me recordava dos meus piores pesadelos e me deixava extremamente inquieta.
— Onde... onde você ouviu esse nome? De onde tirou essas informações ridículas?
— Ridículas? Vai mesmo tentar mentir na minha cara, Mei?! Eu já sei de tudo, droga, então ou você me fala a maldita verdade ou eu pego as minhas coisas e você nunca mais me verá!!
— Eu...
Abaixo a cabeça. Eu não sabia o quanto ela já estava ciente e não podia arriscar envolvê-la ainda mais nesses assuntos, até porque Yuzu não tem nada a ver com isso e farão um inferno na vida dela caso a nossa relação seja descoberta também.
— Não sei quem te passou essas informações, mas isso não tem nada a ver com você, então não quero que se meta nos meus assuntos pessoais, fui clara? Isso é para o seu bem.
Ela ficou em silêncio. Um silêncio mortal reinou o ambiente — que já estava pesado por si só — e ela apenas olhou no fundo dos meus olhos, como se pudesse ver a minha alma. E provavelmente podia mesmo.
E foi aí que eu entendi que tomei a pior decisão de toda a minha vida.
— Então será assim. Como queira, Aihara-san. — Ela passa por mim e pega sua bolsa. Seu olhar estava carregado de dor e raiva.
— O que é isso? Onde pensa que vai, Yuzu?
— Pra casa. Eu me demito. — Arregalo os olhos. Ela estava falando sério e isso estava claro no seu rosto.
— Não, você não pode se demitir! — Vou atrás dela e seguro o seu braço, a puxando para perto. — Espera, Yuzu! Vamos conversar melhor sobre isso, ok? Você não pode ir embora assim, eu não vou deixar!
— Me solta! — Ela puxa o braço e se afasta de mim, aproveitando para apertar o botão que chama o elevador apressadamente. Parando para notar bem, parecia que ela estava com medo de mim e do que eu poderia fazer com ela. — Não toque em mim e não me chame pelo meu nome. Se você realmente fosse inocente, estaria me explicando o que realmente aconteceu ao invés de tentar fazer eu parar de procurar a resposta. E eu teria acreditado em você, Mei. Juro por Deus que teria. — Sinto algumas lágrimas quentes brotando nos cantos dos meus olhos e me trazendo uma certa ardência em segurá-las. Yuzu me olhou com um desprezo genuíno naquele momento. — Mas eu não fico com criminosas nojentas e não aceitarei esse tipo de atitude, nem mesmo vindo de você. Eu não quero essas mãos imundas tocando em mim nunca mais, fui clara? Já chega.
— Mas eu sou inocente, Yuzu, eu juro!!
— Se fosse mesmo, estaria tentando provar isso lutando com unhas e dentes ao invés de jogar tudo para debaixo do tapete e fingir que nunca aconteceu. Eu pensei que você tinha princípios morais, que era uma boa pessoa. — Ela para por um momento quando ouve o som do elevador chegando e abrindo suas portas. — Mas eu claramente estava errada. Não vou me submeter às suas vontades quando você bem entender e dormir toda noite temendo que amanhã seja o dia que você vai me descartar. E o pior de tudo é que os sinais estavam na minha cara esse tempo todo....
Ela passa a mão nos cabelos, engole o bile e entra no elevador. Por conta da iluminação forte do elevador, consigo ver seus olhos vermelhos antes da porta se fechar. Ela também estava segurando as lágrimas.
Entro na minha sala, tranco a porta e me sento no chão, finalmente me permitindo desabar em lágrimas grossas e dolorosas. Meu coração estava em frangalhos neste momento e eu já não tinha mais como voltar atrás.
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A Chefe (Citrus)
Fiksi PenggemarYuzu é a nova secretária da diretora Mei Aihara. Uma mulher misteriosa, charmosa, séria, de olhar penetrante e apaixonante. Matsuri é a colega de quarto de Yuzu, que iniciou seu novo trabalho em uma bela cafeteria próxima do trabalho da amiga e lá c...