Capítulo 5

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Yuzu

Já passava dás 16:30, o catálogo estava praticamente finalizado. Mais dois parágrafos e eu pude finalmente respirar aliviada enquanto o respectivo catálogo era enviado ao computador da minha chefe.

- Aaaaah, dentro do prazo! - Sorrio com a vitória de hoje e, após descansar o corpo por alguns segundos, peço permissão para adentrar a sala da senhorita Aihara, que me é concedida sem demora.

- Entre por favor - Ela responde às minhas batidas - Sim?

- Seu catálogo já foi enviado para seu computador senhorita - Esclareci.

- Muito obrigada por isso, foi de grande ajuda - Falou sem tirar os olhos do computador, mas calorosamente.

- Se possível, eu gostaria de mais algum trabalho. Ainda falta muito para o fim do meu expediente - Peço tentando não parecer rude de nenhuma forma.

- Se não for-lhe incômodo, poderia organizar essas fichas em forma alfabética? - Ela aponta para uma pequena pilha de fichas em uma mesinha ao seu lado.

- Sim senhora - Organizo as mesmas e as coloco na minha mesa - Bom trabalho!

- Igualmente.

Agora já com trabalho para fazer, vou organizar isso aqui e depois devolver para Ela. Se der tempo depois eu faço mais algum serviço.

(...)

- 17:10 já? Caramba... - Falo para mim mesma olhando ao relógio na parede à minha frente e depois olho as fichas em minha mesa perfeitamente posicionadas na ordem.

Novamente bato à porta, pedindo permissão para entrar e a mesma vem um pouco mais demoradamente do que na primeira vez.

- Já terminou? Isso foi rápido - Minha chefe inicia levemente cabisbaixa, parecia cansada.

- Não foi tão difícil, quase não tinham nomes repetidos - Afirmo vitoriosa por terminar dentro do prazo.

- Não parece ter sido cansativo - Conclui me estudando.

- Não foi. Foi bem fácil na verdade. Tem mais algum serviço?

- Poderia checar a porcentagem média do número de alunas, notas e ensinamentos do colégio Aihara nos últimos 3 anos e mandar para o meu computador, por gentileza? Meu pai pediu para eu fazer isso mas eu ainda tenho qur fazer a estimativa geral dos lucros das propriedades da família nos últimos 5 anos e isso pode demorar um pouco.

- Isso será fácil senhorita - Afirmo.

- Que bom. E agradeço novamente pela ajuda.

- Só estou fazendo meu trabalho. Com licença... - Fecho a porta da sala novamente, abro o computador e inicio minhas pesquisas.

Em "porcentagem média do número de alunas, notas e ensinamentos do colégio Aihara nos últimos 3 anos" eu não tive problema algum, afinal, as porcentagens já estavam feitas e catalogadas, porém, apenas as mensais, e eu precisava das porcentagens anuais também.

Fiz um gráfico, coloquei as porcentagens mensais na ordem de cima à baixo nos anos 1, 2 e 3*

[Com 1, 2 e 3 ela quis dizer no 1°, 2° e 3° anos anteriores. Ex: 2016, 2017 e 2018]

Obviamente, no ano 1 coloquei as porcentagens mensais do respectivo ano, e assim vai. Embaixo de todas as porcentagens mensais eu fiz as contas e coloquei junto as porcentagens anuais, afinal, a senhorita Aihara poderia precisar disso também.

Com o gráfico pronto, pude notar que a idéia ficou perfeita levando em consideração que eu fiz de modo em que fosse possível comparar os dados mensais e anuais dos anos, pois estavam lado à lado, facilitando a comparação de forma geral. Ficou perfeito.

Infelizmente levou mais tempo do que eu esperava, mas ficou bom e é isso que importa. Agora já enviado ao computador da senhorita Aihara, estiquei meu corpo e coçei levemente a cabeça sentindo o cansaço me atingir, mesmo que pouco.

Vendo que faltavam apenas 10 minutos para às 18 hrs, levantei-me, bebi um copo d'água demoradamente e arrumei minhas coisas, esperando dar o fim do expediente para todos poderem ir embora.

Aposto que a senhorita Aihara também deve estar contando os segundos para poder ir embora e descansar.

(...)

Dado o fim do expediente, pude ver todos conversando animadamente como finalmente aquele dia de trabalho cansativo havia chegado ao fim e como queriam chegar em casa logo. Esperei alguns minutos, mas pude ver que a senhorita Aihara não saiu da sala. Por precaução decidi olhar.

- Senhorita Aihara...? - Entro lentamente, a procurando com o olhar - Ainda trabalhando?

- Sim, ainda tenho coisas para fazer. Você já não deveria ter ido também? - Embora falasse calmamente, a morena continuava a digitar rapidamente no computador, como se não houvesse amanhã.

- Estou indo agora.

- Bom trabalho Okogi-san.

- Senhora, pode me chamar pelo meu nome. Não precisa dessa formalidade toda -Tento descontrair um pouco.

- Se você diz... - Ela aceita - Até amanhã Yuzuko-san.

- Yuzu - Reforço.

- Yuzu - Ela repete após alguns segundos.

- Tenta não trabalhar até muito tarde senhorita, desse jeito vai ficar doente - Brinco e me retiro do local. Melhor deixá-la trabalhar...

(...)

- Aaaaaah, finalmente minha cama! - Me jogo no fofo da mesma após um banho bem quente e demorado. Precisava disso.

- O trabalho parece ter sido puxado - Comenta Matsuri.

-Na verdade não, eu que pedi por mais serviço - Admito.

- Por que?

- Não acha cruel ela ter 21 anos, apenas um ano mais velha do que eu, e ter que cuidar de algo tão grande sozinha? Mesmo depois de passar o dia todo trabalhando sem parar ela ficou sozinha até mais tarde na empresa só pra trabalhar mais!

- Sim, é sacanagem, mas e se ela tiver  escolhido isso?

- Continua sendo cruel. Ela deve estar morta de cansaço e amanhã vai ter ainda mais trabalho para fazer, então acho que o mínimo que posso fazer por ela ter me contratado dentre tantas outras candidatas mais competentes é ajudar a reduzir o trabalho dela, nem que seja só um pouco. É meu trabalho afinal.

- Ninguém é mais competente do que Você, Yuzu-chan!

- Ora! Então quem lhe deu permissão para falar com minha graça suprema, mera mortal? - Engrosso minha voz e brinco com a de cabelos cor-de-rosa, pulando em cima da mesma e dando-lhe meu famoso ataque de cosquinhas.

- Para!, para Yuzu-chan! Haha - Ela implora - Eu não aguento mais, minha barriga dói de tanto rir! - Continua explicando enquanto recupera o fôlego.

- Vamos dormir pirralha - Bagunço seus cabelos e ela vai para seu quarto tirar uma bela soneca para aguentar o dia de amanhã. Ligo o despertador e faço o mesmo.

A Chefe (Citrus)Onde histórias criam vida. Descubra agora