Capítulo 16

2.8K 233 319
                                    

Yuzu

As horas seguintes não foram lá muito boas. O ambiente ficou bem movimentado depois que descobriram que Mitsuru foi demitido e que não podia voltar nem mesmo para pegar suas coisas, o que ocasionou nos murmúrios e fofocas sobre o assunto, aliás muitos murmúrios e muitas fofocas.

Muitas das fofocas envolviam o mico que Mitsuru pagou com Mei e comigo no refeitório, mas ninguém falou muito a respeito. Bom, pelo menos não perto de mim, até porque o alvoroço envolvia o meu nome e principalmente o nome de Mei. A maioria das pessoas teve medo de perguntar e acabar sendo repreendida, ou de ser demitida também. Falando assim parece até que a Mei é um monstro, credo.

Houveram apenas alguns curiosos que se atreveram a perguntar sobre o ocorrido do refeitório para mim, e um deles foi Akari. O homem veio com um sorriso forçado tentando parecer amigável, e perguntou qual era o motivo da diretora ter me levado para almoçar em um lugar reservado, afinal, ela não faz isso com ninguém.

Eu disse que era apenas porque o Mitsuru estava sendo incômodo e ela me ajudou, o que não era exatamente mentira então não havia problema

Houveram mais algumas perguntas mas eu não dei muita importância. Coisas como "Onde você estava quando a diretora demitiu o Mitsuru?" ou "A diretora estava te vigiando ou algo Assim?". Bom, neguei da maneira que pude e falei as verdades que pude, tudo o que deu para fazer na hora para que ninguém tirasse a paz de Mei.

[...]

Às 18 hrs finalmente o sinal tocou e todos saíram, menos Mei. Isso me fez arrumar minhas coisas logo e ir até a sala dela ver se a mesma estava bem.

- Mei? Posso entrar? - Perguntei após dar três batidas na porta com cautela.

- Fique à vontade - Ela respondeu.

Entrei lentamente, tentando ver onde ela se encontrava, mas estava tudo normal pois Mei estava sentada em sua mesa trabalhando como sempre. Fiquei a olhando trabalhar ali da porta mesmo por alguns minutos.

- Pretende ficar em pé? - A morena pergunta finalmente me olhando, mas eu não prestei atenção ao que ela disse.

- Oi?

- Sente-se. Vê-la em pé já está me deixando inquieta.

- Ah sim, claro - Respondi finalmente entendendo e indo até um sofázinho que havia ali. Na verdade só agora parei para prestar a devida atenção à sala de Mei.

Obviamente tem a mesa dela com uma poltrona na frente, do lado esquerdo tem uma estante com alguns livros e uma porta, que deduzi ser o banheiro pelo fato de Mei nunca sair da sua sala nem mesmo para ir ao banheiro, e do lado da porta tem uma mesinha com um vaso de flores.

À direita da sua mesa tem o sofázinho com uma mesinha de centro na frente, um armário nomeado de "arquivos" e um outro armário pequeno que parecia se encontrar trancado, então não faço idéia do que seja, mas tinha uma televisão em cima, então talvez seja mais como só um apoio para a TV certo?

Para falar a verdade a forma que Mei nunca exagera nas coisas que tem me surpreende.

- YUZU - Mei gritou perto de mim, o que me assustou e fez eu me jogar para o lado oposto ao do grito por instinto.

- V-você me assustou - Admito recuperando meu fôlego perdido nesse susto.

- Eu estava te chamando há tempos e você não me respondeu, tive que apelar.

- Precisava radicalizar?

- Você iria preferir que eu tocasse em você? - Ela finalmente tira a expressão neutra do rosto e passa para uma mistura de vitoriosa e provocativa, o que me fez pensar mil vezes no que tinha dito.

- Quer saber, não importa agora que você já conseguiu chamar a minha atenção - Me desvencilho do assunto com um argumento lógico mas pouco convencional.

- Hum... É, tem razão - Mei responde depois de passar alguns segundos me encarando e isso me deixou ainda mais inquieta do que eu já estava - Mas quer saber, eu me lembrarei disso na próxima.

- Oi?

- Alguma dúvida? - Ela cruzou os braços e fixou seu olhar em mim.

- Não! É que eu.. Não pera, calma! Eu~ Oi? Aaaaaargh! Dá pra parar de me encarar desse jeito?! - Cubro meu rosto com as mãos, totalmente envergonhada pelo fato de Mei ter conseguido me confundir apenas com esse olhar.

Tirei minhas mãos do meu rosto apenas quando ouvi uma baixa risada de Mei, como se zombasse da minha cara.

- Fala sério, me desconcentra e depois me zoa?

- Se eu quisesse te desconcentrar já o teria feito Yuzu, não força.

- Você não vai mais brincar comigo desse jeito, anota aí! - Esbravejei e apontei o dedo para Mei de forma autoritária, mas não é como se ela fosse me obedecer no final das contas.

- Quer saber, quem liga? Você não vai cumprir o que disse mesmo - Ela diz ironicamente.

- Como você tem tanta certeza hein?!

- Porque eu sei seu ponto fraco - Mei avança em mim e me beija de repente. Acabei tombando pela surpresa e caí deitada no sofá com Mei em cima de mim.

Eu já ía afastá-la quando senti suas mãos passearem pelas minhas laterais suavemente. E foi nesse momento que eu perdi totalmente minha compostura.

Fala sério, todo um discurso sobre como eu não ía me deixar ser levada pelos truques de Mei pra 10 segundos depois eu terminar assim? Tomei no queixo bonito.

[Eu juro que não consegui parar de rir enquanto escrevia isso. Enfim continuemos]

Senti uma de suas mãos apoiar seu peso do meu lado e a outra apertar minha cintura com certa força, o que ocasionou em um gemido em meio ao beijo.

Mei se afastou da minha boca e começou descer para o meu pescoço, onde beijou, Lambeu e mordeu. Eu não pude fazer nada mais do que cobrir a boca com uma mão e com a outra apertar seu ombro. Desceu ainda mais até meus seios, onde se livrou das peças de roupa que a impediam de continuar e abocanhou meu seio. Não fui capaz de conter um gemido quando Mei começou a passar seus dentes pelos mamilos e pelo abdômen quando conseguiu me deixar sensível.

- Você é tão deliciosa - Mei arranhou meu abdômen enquanto voltava para a minha boca. Eu tentei beijá-la mas ela segurou meu rosto no lugar e apenas passou sua língua no meu lábio, mas sem me beijar. Reclamei um gemido insatisfeito tentando me aproximar, mas sem sucesso. Coloquei uma pequena parte da minha língua para fora com certa dificuldade tentando mostrar para Mei que eu queria sua boca, mas ela sorriu de forma maliciosa e mordeu meu lábio. Senti sua respiração ricocheteando no meu rosto, o que só me deixou mais necessitada de um beijo.

Eu já estava corada e respirando pesadamente quando ela tirou sua gravata, amarrou minhas mãos em um ferro que havia no sofá e se afastou, o que me deixou confusa e impaciente.

- Mei - Supliquei tentando me soltar das amarras - Por que você parou?

- Me convença a continuar.

- Meii - Reclamei frustrada.

- Vamos, fale - Ela se sentou na mesa e cruzou os braços.

A Chefe (Citrus)Onde histórias criam vida. Descubra agora