Capítulo 31

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Mei

Eu fiz total questão de analisar muito bem antes de qualquer movimento. Garanto com toda a certeza do mundo que analisei muito bem a... situação.

Ora ora, que belezinha hein?

Rio baixinho após o meu pensamento. Meu olhar se encontrou fixado na bunda da bela cacheada e eu até arriscaria dizer que ela tinha um imã de olhares terrivelmente mal intencionados, se isso sequer fosse possível. Porém, cá estava eu, fazendo parte desses mesmos olhares ferozes que a cercavam. A mesma era belíssima, chamava a atenção para onde ousasse caminhar com seu charme exuberante. Como eu sabia? Fui uma das pobres almas a serem fisgadas pela beleza das suas curvas.

Você parece tão sozinha, neném... talvez queira uma companhia para lhe agradar nesta noite tão cativante. Não... cativante mesmo é o seu busto. Ahh, o que eu não daria para me enfiar no meio deles?

Sorrio e volto a analisar, agora ao redor. A quantidade de homens que cercavam a garota era absurda, e os olhares reprovadores que vinham das mulheres ali presentes pareciam facas que tentavam furar a bela pele da cacheada. Arrisco dizer que também haviam olhares com puro desejo em algumas das mulheres que a fitavam, porém, nenhuma destas atraiu a minha atenção da forma que a morena atraiu.

Eu deveria contatá-la? Não... quais seriam as chances de ela também gostar de mulheres? 20%? 10%? Sequer faço o tipo dessa beldade?

Não importava. Eu estava determinada, confiante. Queria... não. Precisava ir até aquela mulher.

Ainda assim, fiz questão de encarar a garota por longos minutos. Ou melhor, encarar não, mas sim devorá-la com os olhos. Notando o meu olhar, o rapaz que estava com ela abriu um largo sorriso e cochichou algo com ela, apontando para mim. Logicamente eu notei esse comportamento "suspeito" do rapaz, e a garota me olhou de canto de olho na intenção de saber quem a olhava com tanto fervor. Quando a cacheada me olhou, sorri por ver um sorriso ladino se formando em seu rosto.

Peguei o meu copo — ainda com metade do drink que eu bebia — e caminhei lenta e confiante até a morena. Me aproximei por trás e ela me olhou quando quase encostei na mesma.

— Boa noite, senhorita. — Disse próxima do ouvido dela por conta da música alta ecoando pelo salão. — Creio nunca ter visto você por aqui. Por acaso é a sua primeira vez?

— Talvez...? — Seu olhar me analisou — E quem seria você?

— Me chamo Mei, mas você pode me chamar do que quiser, princesa.

Ela sorriu.

— Sabe, eu notei que você estava quase me devorando agora a pouco, Mei, mas não consigo ouví-la direito com toda essa música. Por que não vamos a um lugar mais tranquilo para podermos conversar melhor?

— O seu namorado não se incomodaria em ser deixado aqui sozinho?

— Se ele fosse fosse o meu namorado, lindinha, eu não estaria lhe propondo isso. Por acaso vê alguma aliança no meu dedo?

— Tem razão. Perdoe-me por isso, senhorita. — Termino o meu drink e a olho novamente — Poderia me acompanhar? Conheço um lugar perfeito para conversarmos sem preocupação.

Quando ela assente, pego seu pulso e a guio para fora do estabelecimento, seguindo até o estacionamento. Abro a porta do meu carro e a convido para entrar, entrando também logo depois. Dirijo apenas um pouco, parando em um beco próximo e escuro.

A Chefe (Citrus)Onde histórias criam vida. Descubra agora