A leitura

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A mãe de Sunoo limpava o vidro das janelas com bastante cuidado e seu filho tentava fazer o mesmo. Era assim seus dias quando não estava com Niki: Sunoo e Jin-ah limpando a mansão num silêncio confortável.

Mas aquele dia ainda estava para mudar. Na hora que ele estava na porta de entrada da mansão, olhando para os portões pensando se tinha mais algo a ser limpo, ele viu um carro preto chegando no terreno. O general Nishimura, pai de Riki, voltou para visitar a família.

Sun Woo ficou em posição de sentido até o momento que o senhor Nishimura chegou até ele.

- Bom dia, senhor Nishimura. Veio mais cedo esse mês?

O mais velho acenou com a cabeça, mas ele parecia muito tenso e cansado. Olheiras fundas destacavam em seu rosto e ele parecia mais branco que o normal.

- Parece que a partir de hoje não vou mais embora, Sunoo.

O menino não entendeu na hora, porém de noite enquanto jantavam na pequena casa, sua mãe disse em voz baixa, como se tivesse medo de alguém ouvir.

- O senhor Nishimura não é mais general, Sunoo . Alguma operação que ele comandou deu muito errado e ele perdeu alguns credenciais. - ela disse observando a sopa que comia. -Pobre família...

- O que quer dizer com isso, mãe? - ele perguntou, mas não teve resposta, então se contentou em continuar comendo o jantar delicioso que sua mãe havia preparado. Jin-ah não gostava de falar da vida dos outros, então era óbvio que não falaria mais nada. Mas tudo bem, ele falaria com Riki outro dia, embora teria certeza que o idiota seria avoado  suficiente para nem notar a presença de seu pai na casa.








Ao contrário do pensamento de Sunoo, Nishimura Riki foi o primeiro a perceber a presença do mais velho na mansão e agora estavam tendo um jantar em família pela primeira vez em um bom tempo. Ninguém falava nada e o desconforto dominava o mais novo, que só queria comer o mais rápido e subir as escadas para seu quarto.

A comida estava quente e era deliciosa, mas descia escorrendo pela garganta seca de Riki, que estava branco e meio tonto por causa da conversa que acabara de ter com seu pai.

O barulho dos talheres ao redor dele pareciam mais altos e ele soltou a colher que segurava, usando a mão para massagear as têmporas e apoiou o rosto dentro das duas mãos, tentando se esconder da realidade que estava bem na sua frente.

Nishimura Riki faria dezoito em três meses e, agora que seu pai foi rebaixado da posição de general, ele teria que se alistar para a guerra.

O senhor Nishimura não foi gentil em suas palavras e também afirmou que ele seria chamado de certeza, como uma forma de vingança do Estado pela sua falha. Riki iria para a morte iminente para punir seu pai.

- Perdi a fome. - disse o jovem que não esperou por mais nenhum comentário e apenas se dirigiu ao seu quarto em silêncio.

O barulho dos grilos era a única coisa que mantinha ele são.

Ele iria para batalha e honrar seu país, sua mãe tentou consolá-lo, mas seus olhos estavam arregalados e sua testa tinha suor.
Seu pai dizia que vários que iam conseguiam voltar, principalmente se ficar no seu canto e obedecer às ordens dos seus superiores. Isso é fácil para você dizer, maldito. Tudo que você e os outros generais fazem é apenas ficar com a bunda na cadeira mandando peões para batalhas sem sentido.

Riki não sabia o que aconteceria com ele, mas esperava que a sorte caísse em suas costas novamente. Se sim, ele iria para o campo de guerra e voltaria depois de uns anos, mais maduro e traumatizado pelos horrores que ele não conseguia imaginar.

O céu acima de nós ( adaptação sunki) Onde histórias criam vida. Descubra agora