O aniversario

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Riki amava receber atenção. Talvez por ele ter crescido num lar onde era mimado e filho único, talvez por ele apenas querer mostrar como era incrível para o mundo. O motivo para isso era um mistério.

Porém ele trocaria todo o protagonismo do mundo apenas para ser a atenção de uma única pessoa. Seu melhor amigo, Kim Sun Woo.

Talvez por isso as vezes ele fazia coisas estranhas, como o chamar no meio da noite, ou por flores nos seus cabelos, ou tentá-lo fazer rir no meio de qualquer assunto. Tudo para ter certeza que Sunoo continuaria interessado nele. E eles eram bem próximos até o aniversário de quinze de Nishimura, quando algo estranho aconteceu.

Algo que nunca foi comentado novamente e que, se Deus quiser (e Niki tinha certeza que Deus gostava muito dele) Sunoo devia ter esquecido.

Naquele dia, até seu pai estava de volta na cidade. O grande general Nishimura estava de volta apenas para festejar o dia especial do seu filho. Sua mãe o fez convidar toda a família, de porta em porta, sendo obrigado a puxar assunto com todos os cinco irmãos de sua mãe e a irmã de seu pai. Mais chamar seus amigos do colégio onde estudava. O único que ele não teve que convidar foi Sunoo, mas ele meio que já morava no mesmo terreno, então não contava como convidado.

Niki não ia mentir e dizer que não gostou da atenção e dos presentes que recebeu durante seu dia. Seu dia.

Naquela tarde deliciosa, estava comendo na sala com alguns membros de sua turma e Sunoo, embora ele estivesse sentado no canto apenas acenando e respondendo quando chamado.

Niki não o iria forçar a conversar mais, já que depois de tantos anos convivendo com Sun, sabia que o melhor era conseguir a confiança dele primeiro, e saber que ele não demonstrar suas emoções era algo normal para ele.

As vezes Nishimura pensava que fosse isso que o atraísse para ele, a forma que olhava desinteressado para Riki, mas ainda assim prestava atenção nele. Ou era quando ele apertava seus dedos até ficarem brancos, por conta de um nervosismo que não fazia sentido para o loiro, ou eram os olhos... Os lindos olhos esverdeados de Sunoo que fazia Niki querer chorar quando aquelas orbes não o encaravam.

Ele disse para seus amigos que iria pegar mais comida e perguntou alguém queria alguma coisa, mas nunca foi respondido já que todos estavam prestando atenção em alguma história que Heeseung contava. Encolheu os ombros e saiu com passos pesados. Se não os escutaram antes, pelo menos agora seriam obrigados a vê-lo sair.

Pôs um biscoito na boca e o deixou pendurado, enquanto suas mãos seguravam mais alguns outros aguardando ansiosamente para serem comidos. Eram deliciosos e caseiros - sua mãe era a melhor cozinheira de todas!

Antes de sair da cozinha e voltar para seus amigos, ele acabou se vendo observando a dona Jin-ah, que pacientemente estendia roupas no longo campo que se estendia.

Uma coisa que Niki podia afirmar com toda certeza era sobre a influência que dona Jin-ah tinha sobre seu filho. Não sabia explicar o porquê disso, já que a resposta seria provavelmente algo explicado psicologicamente e Riki não era muito esperto para isso, mas era astuto suficiente para reparar o jeito paciente e calmo de Sunoo quando ele faz qualquer coisa. Assim como quando ele pensa em algo, a forma que uma sobrancelha se arqueia involuntariamente era idêntico ao de sua mãe, embora a semelhança física não passasse da cor e formato dos olhos.

Sua mãe sempre dizia que Sunoo e Jin-ah eram aqueles que sofriam com a guerra. Niki nunca parou para entender o que significava, já que, curiosamente, mesmo seu pai sendo diretamente conectado aos acontecimentos atuais, ele raramente se preocupava com aquilo, que mais parecia um pesadelo distante.

O céu acima de nós ( adaptação sunki) Onde histórias criam vida. Descubra agora