2-Primeiro conversa

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Já estávamos naquele caminhão a um tempo, minha espada sendo a única iluminação descente, o que não ajudava muito.
Mesmo assim, acho que me deixava menos desconfortável, quer dizer...o escuro.

A única coisa que conseguia ver agora era metade da expressão de Annabeth, que girava incessantemente um anel em seu dedão após eu ter citado sobre as contas em seu colar.

-Esse anel de formatura? É do seu pai?
Ela pareceu enrijecer o corpo ao meu lado, sua expressão se fechou.
Era em uma dessas que eu sabia que tinha que calar a boca.

Me preparei para a resposta grosseira dela.

-Não é da sua...-Ela respirou fundo, de repente relaxando o corpo.E cedeu -Sim...sim é.
-Não precisa me contar...
-Não, está tudo bem -Ela afastou com cuidado a espada de perto de seu rosto, acabando com a iluminação.Acho que ela também se sentia mais a vontade no escuro

-Meu pai o mandou para mim dentro de uma carta, a dois verões atrás.O anel era...bem, sua maior recordação de Athena.
Sua voz pareceu azedar, como se citar o nome da mãe não fosse sua coisa preferida de dizer.

-Ele não teria conseguido terminar o doutorado em Harvard sem ela -Continuou Annabeth -É uma longa história.De qualquer forma, ele disse que queria que eu ficasse com o anel.Pediu desculpas, queria que eu fosse pra casa voltar a conviver com ele.
-Isso não parece tão ruim...

Novamente, coisa errada a se dizer.

Mas Annabeth não me respondeu com grosseria, apenas se encolheu mais ao meu lado e começou a desenhar algo invisível no chão do caminhão.

-É mas...o problema é que eu acreditei nele.Tentei ir para casa naquele ano escolar, mas minha madrasta continuava a mesma de sempre! Não queria ver seus filhos em perigo por viver com uma aberração.

Essa última frase pareceu me encher de raiva.
Aberração?!
Annabeth poderia ser qualquer coisa.
Grossa, explosiva, mortal.Mas não era uma aberração.Ninguém deveria ser considerado uma aberração.

-Eu nao a julgo, monstros me seguiam onde quer que eu fosse-Continuou Annabeth, me desprendendo dos meus pensamentos -Monstros atacavam toda hora.A gente brigava.Monstros atacavam.A gente brigava de novo.Não aguentei nem mesmo até as férias de inverno -Disse ela com uma risada melancólica -Chamei Quíron e voltei direto para o Acampamento...lá é minha casa.
-Você acha que...tentaria de novo? Quer dizer, conviver com seu pai?
Ela riu.
-Por favor.Não estou a fim de me autoflagelar.
-Você não devia desistir -Encorajei -Devia escrever uma carta ou algo assim.
-Obrigada pelo conselho -Repondeu ela friamente -, mas meu pai escolheu com quem quer viver.

Me calei, e fiquei assim por uns bons quilômetros.

-Então se os deuses brigam as coisas vão ficar igual a Guerra de Tróia? Será Atena contra Poseidon?
Ela se ajeitou, usando a mochila que Ares nos dará como um travesseiro.
-Não sei de que lado minha mãe ficaria.Mas iria lutar junto com você.
-Por quê?
Senti ela sorrir.
-Por que você é meu amigo, Cabeça de Alga.Mais alguma pergunta boba?

🌊

Segundo Cap para vcs pombinhas.
Espero que gostem
Pretendo postar 7 caps de uma vez para começar a escrever os de HDO
-Adíos🕊️💖

ONE SHOTS:PercabethOnde histórias criam vida. Descubra agora