Genshin Impact - A Fênix de Teyvat

𖥔 ݁ ˖| The death of piece of mind

— Que nome mais agradável. Você tem família?
— ...tenho... — Menti, encarando-o de cima abaixo desconfiada da pergunta, mas tentei me envolver na conversa para não precisar olhar Scaramouche.
— E onde eles estão agora? — Pensei em Diluc e Kaeya, era a única imagem de família que me vinha na cabeça já que eles eram praticamente irmãos.
— Provavelmente trabalhando, são muito ocupados. — Menti descaradamente.
— Você tem uma visão minha jovem?
— Não...e você? Tem?
— Eu não preciso de algo como isto. São inúteis, é algo que somente esses tolos inflados se importam.
— Inflados? De quem você tá falando? — Tentei encontrar seus olhos por debaixo da máscara mas falhei.
— Eu poderia dar uma olhada mais de perto nessas suas orelhas? Sua aparência é realmente peculiar... — Dottore tentou tocar minhas orelhas, porém antes que pudesse, calafrios me enviaram uma mensagem instintiva de perigo, então me afastei.
— Não. Elas são muito sensíveis, me desculpe. — Cerrei os punhos com medo de sua reação não ser muito tranquila.
— Já disse pra deixá-la em paz Dottore. —
A voz familiar de Scaramouche finalmente interveio a situação, então me virei na direção de sua fala encontrando assim o temido número seis trajado na enorme estrutura robótica que vi anteriormente.

Em sua cabeça havia dois chifres pontudos e dourados, o peitoral era coberto por metal roxo estampado o símbolo electro, suas mãos revestidas por uma densa luva robótica que faziam elas parecerem gigantes, além das outras duas mãos ainda maiores ligadas às suas costas com o dobro do tamanho. Apesar de toda a estrutura ser grande, Scaramouche tinha o abdômen de fora ostentando sua boa forma. Entretanto, Dottore manteve seu olhar em mim. 

— Sinta o temor de um verdadeiro deus. — Ele sorria de ponta a ponta. Seus olhos brilhavam assim como a energia que passava por entre os ligamentos da estrutura faíscando perigo.

Alguns operários ainda trabalhavam nos sistemas da armadura. Dottore então finalmente desviou sua atenção para o painel que parecia controlar o sistema da armadura de Scaramouche.
— Scara... — Encarei aquela situação horrorizada, minhas orelhas abaixaram ao mesmo tempo que meus pelos ouriçaram. O garoto deu um passo na minha direção. — Não se aproxime de mim!

Scaramouche andou um pouco mais próximo, e em pânico, tentei correr dele, mas antes que eu pudesse fugir, Scaramouche me puxou pelo cabelo, em seguida agarrou meu pulso me levantando um pouco do chão a medida que tive que ficar na ponta dos pés.

— Onde pensa que vai ratinha? — Meu coração disparou.
— Me solta! — Me debati.
— O que aconteceu? De repente não somos mais amigos? — Por mais que doesse, eu puxava e repuxava meu braço agressivamente na tentativa de me soltar.
— Você tá me machucando me solta! — O som do aço rangendo conforme Scaramouche se mexia me assustava, aquelas pessoas desconhecidas me assustavam, o mensageiro Dottore me assustava, como pude pensar que Scaramouche era alguém confiável se ele nem sequer gostava da minha presença?
— Eu estou te assustando? — Essas pessoas poderiam me matar a qualquer momento, ou até pior, poderiam me tornar um experimento delas, e eu caí como um patinho.
— Por favor!! — Exasperei.

Finalmente eu parei de lutar, olhei em seus olhos implorando para que ele me deixasse em paz.

— Oh... — Scaramouche pareceu surpreso e satisfeito, mas eu não me importava o que quer que ele estivesse pensando, eu só queria sair daquele lugar. — Ajoelhe.

Lágrimas brotaram dos meus olhos quando me ajoelhei.

— Boa garota. Agora implore.
— Por favor Scara me tira daqui! Eu só quero ir pra casa por favor! — Eu não me importava o quão humilhante aquilo era, só queria ver a luz do sol de novo.

O desespero se dava ao trauma que tive no passado quando o filho do Sr Wang me assustava me trancando no armazém escuro deles e me atormentava com aquelas aberrações. Com o tempo eu já estava traumatizada e nem percebi, me afastava de estruturas muito grandes de metal como elevadores e personagens animados, mas isso nunca foi grande coisa pra mim...bem, não até agora.