Capítulo 12

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   Harper

Miles levou a outra mão até o meu pescoço e puxou o meu rosto de encontro junto ao seu, acabando com o pinguinho de espaço que ainda nos restava. A minha respiração começou a ficar irregular.

Ele levou o rosto até o meu ouvido e então falou:

—Você parece um anjo. —Disse baixinho como se estivesse dizendo um segredo— Você pensa que eu não vejo quando você me xinga ou então me mostra a língua. A pequena...você não imagina a bagunça que você faz na minha cabeça — O que estava acontecendo?

O meu chefe está mesmo falando essas coisas?

Miles não esperou mais nem um segundo, e me pegando desprevenida, ele atacou a minha boca.

Eu já havia beijado outras bocas antes, e para mim todos os beijos foram iguais, mas esse...esse é diferente, é como se o mundo ao nosso redor deixasse de existir, o beijo de Miles de calmo não tem nada, é possessivo, intenso, é como se ele estivesse me reivindicando e me tomando para si.

Ele pediu passagem com a língua e eu permiti. Soltei um gemido quando ele desceu uma mão para a minha cintura e me apertou ali. Tenho certeza de que vai ficar marcado.

Ouvi o telefone da minha mesa tocar e isso parece ter despertado o meu chefe, porque ele me soltou e se afastou.

—Vá atender, senhorita Miles — Sua voz saiu grossa, e a presença de autoridade estava ali.

Então eu entendi que eu havia cometido um erro em deixar o meu desejo pelo o meu chefe falar mais alto do que a razão, Miles é um homem que pode ter a mulher que ele quiser em sua cama, é um homem que é fechado para o mundo, e ao contrário de mim ele não pensa mais em construir uma família. O negócio dele é só trabalho e nada mais.

—Com licença, senhor — Falei me retirando da sua sala.

Eu havia cometido uma loucura, mas pretendo nunca mais cometer esse erro.

Cheguei na minha mesa, me sentei na cadeira e então atendi o telefone.

—Secretária do senhor Miles, como posso lhe ajudar?

—Ai, finalmente —Uma voz estridente falou do outro lado —Preciso falar com o seu chefe, me transfira para ele.

—Quem gostaria de falar com ele?

—Diga a ele que é a Sônia, sua namorada. — Procurei na minha memória de onde eu conhecia esse nome, e rapidamente me lembrei da conversa do Miles com o seu amigo.

—Irei perguntar a ele se posso transferir a sua ligação, senhora —Ela bufou.

Não esperei que ela falasse mais nada, disquei o número da sala do Miles.

—Sim?

—Senhor, a senhora Tônia gostaria de falar com o senhor. Posso passar a ligação?

Normalmente, quando eu sabia que o Miles estava disponível para falar, eu sempre passava a ligação direto, mas fui consumida por um sentimento diferente e queria ouvir a sua resposta negativa.

—Diga a ela que eu estou ocupado, não tenho tempo para falar com ninguém agora, depois eu falo com ela.—Então ela era mais do que sexo?

Foi isso o que ele deu a entender, porque se ele dissesse que não queria falar com ela ou então me pedisse para dizer a ela que não lhe incomodasse, eu saberia que ele não quer nada com ela.

Maldito, eu não acredito que eu me deixei cair na garra desse homem. É melhor eu ter cuidado, antes que o meu coração carente entre em jogo.

—Sim, senhor —Respondi e voltei para a ligação com a mulher.

—Ele pediu para lhe avisar que está ocupado no momento e lhe ligaria depois —Eu queria ocutar dela a parte que ele lhe ligaria depois.

—Pois avise a ele que não se esqueça do nosso encontro de hoje.  —E então desligou.

Ele iria encontrar ela hoje?

Droga, não era para eu estar me fazendo esse questionamento, ele é o meu chefe, o que ele faz ou não fora da empresa não é da minha conta. Mas então porque eu estou me sentindo assim, tão... incomodada?

–É melhor eu voltar ao trabalho que eu ganho mais. – Voltei a mexer no meu computador e ignorei qualquer pensamento que não fosse a respeito do trabalho.

Eu só quero acabar logo o meu expediente e ir para a biblioteca fazer o meu trabalho da faculdade. Taylor me procurou ontem no final da aula e disse que iria me pegar aqui, mesmo com todos os meus protesto e dizendo que não precisava, ele continuou insistindo e eu cedi, até que não custava nada receber uma carona dele, e eu não queria ter que pegar ônibus lotado, porque o metrô não passa para onde eu vou. 

Assim que deu o meu horário de ir embora, arrumei minhas coisas e decidi ir na sala do Miles antes de ir embora. Eu consegui ver da minha mesa que ele estava no telefone.

Bati na porta e abri, ele estava de costas, mas assim que eu pigarrei chamando a sua atenção, ele se virou para mim ainda com o telefone no ouvido.

–Só um minuto, Apólo –Ele tirou o celular do ouvido.

–Eu já estou indo, o senhor precisa de mim para mais alguma coisa? – Ele negou com a cabeça.

–Não, você já pode ir – Meus olhos traiçoeiros observavam o movimento da sua boca.

Esse arrogante beija tão bem...

–Algo a mais? –Chamou minha atenção e quando eu voltei a lhe olhar, ele também estava olhando para a minha boca. 

–Não, senhor. Tenha um bom dia — Eu praticamente fugi dali.

Peguei minhas coisas e fui para o elevador, uma mensagem da Mia chegou no meu celular.

Mia: Taylor e o Mashal nos convidou para almoçar antes de irmos fazer o nosso trabalho.

Mia já devia ter saído do trabalho, e hoje a gente não teria aula.

Harper:Você sabe que Taylor vai escolher um restaurante caro, afinal ele tem dinheiro para pagar.

Taylor vinha de uma família rica, ele esbanjava dinheiro e não era atoa que recebia o título de playboy.

  Mia:Eles disseram que vão pagar para a gente, parece que o pai do Taylor vai está onde estamos indo,

  Harper:Então combinado.

Eu não iria deixar de comer de graça.

Visualizo a mensagem do Taylor que chega.

   Taylor: Estou aqui em baixo

Disse a Mia que já estava indo, e ela me comunicou que já chegou no restaurante, a vaca já tinha aceitado antes mesmo da minha resposta.

Quando você chegouOnde histórias criam vida. Descubra agora