Capítulo 4

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       Primeiro dia concluído com sucesso! Sofi é uma criança muito doce e educada. A babá anterior está de parabéns. Eu só espero conseguir ser boa como ela. A ajudei com o dever de casa, passamos o dia desenhando, lendo livros infantis e fizemos pulseiras, com miçangas, ela fez uma linda para mim que eu vou guardar com todo carinho do mundo.
      Eu gostei que o pai dela passou o dia todo fora, a presença dele me intimida.
     
— Que ótima pessoa você é em Roberta?  Não passou pela sua cabeça que talvez a criança sinta falta do pai?

       É hora de ignorar a minha consciência e principalmente parar de falar sozinha, se não qualquer dia alguém pode escutar achar que eu sou  louca e eu perco o meu emprego.
    Foi tudo bem tranquilo, eu fui muito bem recebida por todos os outros funcionários da casa, parece até o emprego perfeito, não quero ser demitida.
         Já são dez horas da noite, Sofi está dormindo. Acabei de tomar um banho e já estou com sono, acordei bem cedo hoje. Está chovendo lá fora e eu adoro dormir com o barulho da chuva.

  Meu celular toca e é a Marina, atendo a chamada de vídeo.

— Eai, como foi o seu primeiro dia? — Ela questiona empolgada.

— Foi muito bom amiga, mas rolou um pequeno estresse mais cedo, a dona Gioconda me deu um uniforme, só que o senhor Heitor disse para eu não usar, ele falou pra ela que ela não pode dar ordens para uma funcionária dele. Depois eu fui ver o uniforme, e pensa em uniforme feio. O pano grosso desconfortável, ficou enorme também, eu fiquei quadrada dentro dele.

— Já chegou agitando as coisa em.— Ela ri.— Ela quer é esconder você dos olhos do Heitor.

—  Confusão é a última coisa que eu quero, mas elas me perseguem como um ímã.

— Nos perseguem.— Ela brinca. — Mas pelo menos estamos experientes e acostumadas.

— Pois é, e depois que você se casou com o Henrico eu aposto que elas multiplicaram. — Brinco e ela ri.

— Sim. Há um preço a se pagar, mas vale a pena.— Ela suspira.— E por incrível que pareça hoje eu me estresso bem menos.

— O preço é a sua alma.— Brinco, mesmo sabendo que esse é o preço. E conhecendo a amiga que eu tenho ela não ficará chateada. — Mas é inegável o quanto vocês se amam, da pra ver de longe!

— Sim amiga. O preço é a minha alma, apenas por amar alguém como ele. E eu já fui bem mais longe que isso. Só que eu não me arrependo.

   Ela é uma das pessoas mais sinceras que eu conheço, somos melhores amigas, mas eu sei que ela não me conta tudo e  está tudo bem, tem coisas que eu não preciso saber e que é melhor para mim não saber.

— Será que eu sou uma péssima amiga  por querer que você e o Heitor fiquem juntos?

— É sim. Vamos mudar de assunto. Se ele ouve as suas gracinhas é capaz de me demitir.

— Tá bom! Me fala como foi com a Sofi?

— Então amiga, eu estou amando a Sofi, ela é tão madura para a idade dela.

— É sim, ela é um amor né.

— Sim, ela é. — Falo empolgada. 

  Se eu tivesse uma filha eu queria que fosse como ela. Só não divido esse pensamento com a Marina porque é bem capaz dela falar que eu vou me tornar mãe da menina.

   Ouço batidas na porta.

— Eu vou atender a porta, deve ser ela com medo, amanhã eu te ligo.

— Tá, Beijos!

—  Beijos! — falo e ela desliga a chamada.

   Deve ter acordado com o barulho dos trovões.

  Abro a porta e dou de cara com o Heitor, levo um pequeno susto.

  Estou com uma camisola rosa, de algodão, que marca os meus mamilos.

— Boa noite. — ele diz.  Eu não sei porque, mas ele sorri.

— Boa noite.— Sorrio, também, apenas para ser educada, ou porque seu sorriso me fez sorrir?

Eu nunca o vejo sorri, e não gosto nem um pouco de gostar desse sorriso dele. Ele me olha de cima a baixo e volta a ficar sério.

     Eu poderia pedir para ele esperar eu me trocar, mas as vezes ele tem algo bem rápido pra falar então eu apenas cruzo os braços em frente aos meus seios para ele não perceber que estou sem sutiã.
 
Só quero que ele vá embora logo.

— Como foi o dia com a minha filha?

— Muito bom. Estava até comentando com a Marina que ela é madura para a idade dela, é uma menina muito educada.

— Que bom. Eu deveria ter perguntado mais cedo se você prefere trabalhar de uniforme.

— Nesse caso, eu não tenho que preferir nada, você é o chefe, é quem decide.

— Para mim não faz diferença, por isso estou te perguntando. — Ele diz, indiferente.

E tudo volta ao normal.

  Vem logo o meme do cavalo dando um coice na minha mente. Toma distraída!

— Eu prefiro sem. Obrigada.

— Ok. Até amanhã.

— Até. — Ele vai embora e eu fecho a porta.

    Puta merda! Foram poucos minutos e eu senti algo que eu não queria sentir. Me senti atraída por ele. O olhar e o sorriso dele quase me desmontou.
   
     Me sinto uma piranha! Eu não sou assim.

    O cara é um gostoso, alto, camiseta meio aberta...

     Vai dormir Roberta, nem pense em se masturbar pensando no seu chefe.
      Ouço o que a minha voz diz e durmo como um anjo.

Heitor

  Que visão! Lábios carnudos, peitos grandes e redondos, cintura fina e as pernas torneadas.

  Que mulher gostosa! Mas é bem mais do que isso. Mulheres gostosas há em todo lugar, a boate por exemplo está cheia delas. A mulher tem um magnetismo, nem preciso tocar pra sentir.

  Eu percebi o que a minha presença causou nela e isso me deixou irritado. Já que eu não posso foder com a babá da minha filha.

  Eu só preciso me manter distante.

   Desde quando Heitor Salvatore tem medo de bocetas?

     Eu poderia foder com ela e demiti-la em seguida, ou melhor foder com ela até enjoar e não demitir a garota.
    Todo mundo sai satisfeito.




     

A Babá - No Mundo da Máfia. Onde histórias criam vida. Descubra agora