Roberta
Eu não quis perguntar, mas Heitor sabe de algo que eu não sei. Talvez o olhar de algum dos homens dele para mim tenha chamado a sua atenção. Mal sabe ele que o olhar deles é indiferente para mim.
Quem me desmonta inteira quando me olha é ele, meu chefe.
Só que ele é um homem proibido para mim, eu preciso manter distância para proteger o meu emprego. Quero ser babá da Sophia até ela não precisar mais de mim.
Não só isso, eu não posso me envolver com ele e comprovar a minha capacidade de querer sempre o homem errado.Se é que existe o certo para mim.
***Acordo com batidas na porta, pulo da cama e corro para abrir.
— Heitor. — respondo surpresa e com a voz sonolenta.
— Eu preciso da sua ajuda, eu acabei esquecendo esses dias que o aniversário da Sophia é daqui há quatro dias, e preciso que organize algo, eu faria isso, mas tenho uma viagem e provavelmente vou demorar mais do que dois dias.
— Tudo bem. Eu vou pedir a ajuda da Marina.
— Ok. Só que eu quero algo simples e sua amiga exagera, quero somente a família mesmo. Quando eu digo família estou incluindo apenas minha sogra, porque sou obrigado a chamar, — dou risada e ele sorri também, — e as famílias dos meus primos— Ele diz e eu Sorrio aliviada com a informação.
Serão poucas pessoas e conhecidas, por mim, será bem mais fácil.
— Pode contar comigo.
— Obrigado, Roberta. Sophia é bem difícil de agradar então converse com ela.
— Não precisa nem agradecer, vou me divertir com os preparativos.
— Um motorista e dois homens da minha confiança ficarão a disposição.
— Ok.
— Até logo. — ele diz e eu dou um tchau para ele com a mão.
Ele vira as costas e eu o vejo sair, perfumado, lindo e elegante. Respiro fundo.
— Que pai gato a Sophi tem. — Falo sozinha.
É melhor eu calar minha boca, vai que alguém me escuta.
***
— Eu quero chamar toda a escola!
— Sinto muito minha linda, mas o seu pai disse que seria algo simples, só com os familiares.
Estamos deitadas na cama da Marina, nós três.
— Faz do jeito dela amiga, que o Heitor decida como será a festa dele. — Marina diz.
— Ele não faz festas tia.
— Vamos pensar em um meio termo então, vou falar com o seu pai para ver se ele deixa você chamar umas cinco amigas. Tudo bem? Como está em cima da hora nem sabemos se elas irão mesmo.
— Tudo bem.
Tentei entrar em contato com o Heitor para saber se posso chamar essas meninas, mas sem sucesso. E por estar em cima da hora achei melhor falar com as mães delas o quanto antes.
Sophia consegue para mim o número das cinco meninas, eu falo com as mães delas e elas me dão a entender que vão.
Ela saiu do quarto, empolgada para brincar com os meninos.— Como tá sendo morar com eles? — Marina pergunta.
Respiro fundo.
— Amiga eu nem tenho do que reclamar, Heitor me deixa super a vontade. Por incrível que pareça esse é o melhor emprego que já tive.