Crescer em uma família envolvida com o crime não foi exatamente o ponto alto da minha vida.
Algumas pessoas se tornam médicas porque os pais eram médicos, e os avós antes deles. Eu me tornei uma assassina, porque foi só o que meu pai me ensinou a ser. Os intervalos na escola brincando de polícia e ladrão não eram só brincadeira para mim. Com doze eu já sabia os pontos certos aonde esfaquear, atirar, ou socar um possível adversário. E quando ele morreu, eu carreguei o legado dele como assassina de aluguel.
O que eu não imaginei é que, como qualquer outro cidadão que não possui uma ficha criminal com condenações o suficiente para serem herdadas pelas próximas três gerações, eu também acabaria trabalhando para um babaca presunçoso sentado em uma pilha de dinheiro que pensa que tem poder o suficiente para dominar quem quiser quando quer. O que difere a minha situação de 90% do resto da sociedade é que ninguém mais trabalha para um babaca presunçoso que construiu seu império sobre pilhas de drogas e armas traficadas, e corpos de inocentes. Bom, talvez funcionários públicos entendam um pouco minha posição.
Ele não foi a minha primeira escolha de chefe, mas nossos pais eram amigos, o que eu poderia fazer? Querendo ou não, ele passava a estabilidade que eu jamais teria com outro traficante. A garantia de que eu não iria acabar no fundo do rio com uma bala na cabeça se eu me tornasse inútil de repente. Mas tudo bem, porque levaram só alguns dias para uma pequena coisa fazer tudo valer a pena.
Apesar de ser uma mulher e não ser respeitada (Sim, o fato de que eu posso desfigurar alguém com as próprias mãos não impede que esses caras me tratem como inferior também. Homens, tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo), devido ao meu porte físico e, inegavelmente, ao meu sobrenome, eu fui contratada como guarda-costas. Não vou mentir, minha equipe e o próprio Kyle, o babaca presunçoso que eu deveria proteger, ficaram impressionados com meu tamanho quando me viram. Eu sou o que costumam chamar de "cavalona", mas ao invés de um quadril avantajado e seios enormes separados por uma cintura fina, eu tenho meus ombros consideravelmente largos e meus braços fortes. Não é incomum ouvir piadas de como meu corpo é masculino demais para uma mulher, mas honestamente, quem eu realmente tenho interesse em pegar sempre se derrete por minha aparência. E sendo mais honesta ainda, a única pessoa que me interessa a ponto de influenciar em como a minha aparência é, é Nara.
Nara é a esposa de Kyle, leia-se o tal traficante com uma pilha de corpos em seu histórico de trabalho. Eu não sei porque ela está com ele, e mais ainda, não sei porque ela não o deixa toda vez que eu me ofereço para tirá-la desse inferno. Mas ela teme que, se ele não a perseguir e a matar, outro alguém vai. Ela não tem um histórico bom com homens que tentam a possuir por um valor alto de dinheiro, e odeio pensar em todas as coisas ruins que ela já passou. Consigo ver algumas delas nas cicatrizes que ela carrega em seu corpo. Cada vez que eu sei que ela chora ou mal consegue andar com medo de que alguém apareça do nada e a machuque novamente, eu tenho certeza de que fiz certo em seguir o que meu pai me ensinou, porque desde então meu maior objetivo é matar quem tenta ferir minha garota.
O único problema é que ela não é propriamente minha.
Tudo que tivemos até agora foram noites em que eu fiz guarda no seu quarto para que ela dormisse em paz, e as três vezes em que eu a ajudei a se vestir quando os ferimentos causados por Kyle eram sérios demais para ela esconder de mim.
Não gosto da parte que sente tanta necessidade em tê-la para mim. Não quero possui-la. Não quero agir como se eu fosse a única capaz de tocá-la a ponto dela sentir prazer, só porque eu sei o quanto ela se odeia por cada coisa que já teve que submeter em relação a sexo. Mas às vezes, nada parece o suficiente. Apenas olhá-la conforme ela passa como um fantasma pelo bunker, ou quando está sentada esboçando um sorriso falso ao lado de Kyle, apenas tocá-la para impedir que ela chore quando sente dor, isso não é o suficiente. Nem se eu a tivesse toda para mim, nem se eu fosse a sortuda de ter aquela mulher nua ao meu lado todos os dias, ainda não seria o suficiente.
Nara preenche todos meus sentidos, me faz querer sentir algo que nunca foi prioridade em minha vida depois de tanto sangue que já derramei, depois de tudo ela é a única que me faz querer ser boa pelo menos um pouco, se isso quer dizer que ela vai me amar tanto quanto eu a amo.
E quando nada disso ainda não é suficiente, é ela que eu desenho em minha mente, tarde da noite, me visitando em meu quarto, me desejando fisicamente, e de todas as formas possíveis.
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Kyle quase nunca faz realmente o trabalho do qual ele recebe crédito. No começo, eu era a idiota a sujar as mãos por ele. Mas desde que as ameaças começaram a vir de todos os lugares, e Nara passou a ser o alvo ao invés dele, meu trabalho é protegê-la acima de tudo. E é inegável que agora, ele precisa de outro idiota que suje as mãos por ele, mas ninguém mais conseguia fazer como eu fazia. Não acho que sou a melhor nesse trabalho, mas eu sei passar despercebida. Ninguém espera que uma garota troncuda com cara de desajeitada seja o elemento surpresa. Então, com um número considerável de missões falhas nas últimas semanas, ele começou a viajar com mais frequência do que o normal para renegociar alianças e prometer mais do que pode, em troca de apoio e dinheiro. E consequentemente, quando ele viaja, Nara é minha responsabilidade duas vezes mais do que é normalmente. Ninguém se atraveria a invadir com Kyle aqui. Mas quem sou eu para ameaçar os filhas da puta que armam contra ele?
As regras que Kyle estabeleceu é que nem eu nem os cinco outros caras que ele escolheu a dedo devemos nos distrair a ponto de Nara ficar desprotegida. O que significa que ninguém dorme ou faz outra coisa de madrugada além de se atentar a cada ruído no corredor do quarto dela. Por sorte, o meu é bem ao lado, o que não é bom quando escuto-a transando com Kyle, e pior ainda quando escuto-a discutindo com ele e logo depois apanhando para ser silenciada. Essa é a parte que mais odeio. Em circunstâncias normais, eu já teria deixado Kyle em uma cadeira de rodas com as minhas próprias mãos por maltratá-la dessa forma, mas nenhuma de nós está em uma posição boa para revidar esse tratamento de merda. E honestamente mal me importo se tentarem me matar. Eu sempre soube que eu poderia morrer assim. Mas não consigo suportar a ideia de quem matem Nara também, ou pior, que me deixem viva para vê-la morrer.
Quando estou de guarda e me mantenho em alerta o tempo todo, costumeiramente uso as madrugadas para treinar. É terapêutico a forma como consigo esvaziar minha mente ao passo que meus músculos doem de sustentar meu peso. Normalmente são horas ininterruptas de exercícios, até esta noite, quando ouvi uma batida em minha porta.
Ninguém deveria estar aqui a essa hora, porque alguém aqui significa alguém fora do posto. Ponho-me de pé instantaneamente, as mãos envoltas em esparadrapos prontas para quebrar a cara de alguém, até eu abrir e me deparar com Nara em seus pijamas que consistem basicamente em uma camiseta duas vezes o seu tamanho, e provavelmente um shorts minúsculo e impossível de ser visto.
-Nara?-é a única coisa que consigo dizer, e ela vira seu olhar para minhas mãos calejadas que estão marcadas de vermelho pelas lesões recentes.
-Interrompi o seu treino da madrugada?
Abaixo a mão bruscamente para tirá-la de vista, e nego com a cabeça.
-Não, eu só...-me perco um pouco para explicar, e ela adentra meu quarto antes mesmo que eu termine-O que você está fazendo o que aqui? Ninguém deveria estar no corredor a essas horas, especialmente você, e sozinha ainda por cima.
-Não exagera, é literalmente um metro e meio de distância do meu quarto ao seu.
-A distância exata para alguém te sequestrar num ponto cego sem que as câmeras peguem.
Ela parece se assustar levemente quando falo isso, e me sinto mal instantaneamente.
-Desculpa pequena, não quis falar desse jeito. Mas é arriscado, e você sabe.
Nara cruza os braços, olhando para os próprios pés descalços.
-Não consigo dormir-ela murmura.
-Pesadelos de novo?
Ela assente, e concordo em silêncio.
-Quer dormir aqui?-indago, e seu rosto se ilumina um pouco com a ideia.
-Eu posso? Não vou atrapalhar nenhum encontro seu com uma possível garota? Talvez a Ruby?
Ruby era a garota que eu costumava, bom, basicamente pegar. Eu nunca consegui esquecer Nara ou parar de pensar nela, mas eu sabia que eu precisava tentar. Conhecendo Kyle, Nara era inalcançável para mim. Eu jamais contaria para ela sobre o que eu fazia com Ruby, mas ela acabou descobrindo por conta própria quando decidiu bater na minha porta às duas da manhã, e me encontrou descabelada e com marcas pelo corpo, e uma garota nua em minha cama logo atrás de mim. Nós ficamos estranhas por semanas depois daquilo.
-Você sabe que eu e ela nem temos mais nada.
-Foi o que você disse quando saiu atrás de mim naquela noite. Que não era nada.
-Okay, foi alguma coisa, mas não do jeito que você pensa. E não esquece que tentar te convencer de que não era nada demais quase custou minha fertilidade porque a Ruby me deu uma bela joelhada na virilha.
-Eu lembro. Foi engraçado-ela responde, rindo.
-Você achou engraçado, é?-puxo-a pelo braço agarro sua cintura.
-Me larga Abby-ela fala altamente, mas ainda dando risada.
-Não, agora você está presa comigo-falo, também rindo. Quando menos espero, Nara passa uma perna no meio das minhas e me derruba, e acabo derrubando-a comigo.
-Ai-falo, mas ela continua rindo, se levantando e sentando em meu colo. Sinto um formigamento se formando em meu ventre, de sentir o contato de seu quadril sobre o meu.
-Okay, deixa eu sair-falo, tentando não deixar as coisas estranhas, mas Nara aperta suas coxas contra meu corpo, como se não quisesse que eu me levante.
-Nara, qual é-falo, tentando me movimentar para sair, mas isso só aumenta a fricção entre nossos corpos, e por mais escroto que isso possa soar, sinto vontade de fazê-la rebolar sobre mim.
-Nara...-murmuro, mas ela se inclina sobre mim, apoiando as mãos em meus bíceps expostos.
-Sabia que às vezes eu fico louca pensando nesses seus braços me segurando?
Ouvir isso me atinge em um baque. Como assim ela pensa em mim dessa forma? Claro que eu sei como ela sente ciúmes de mim ocasionalmente, e que ela sabe o que eu quero dizer quando digo que quero fugir com ela. Mas Nara nunca deu sinais de que isso fosse recíproco de qualquer forma.
-Você pensa em mim?-murmuro.
Ela sorri singelamente, de um jeito sensual.
-Eu não solto aqueles gemidos altos por causa do Kyle, e você sabe.
Meu estômago parece ter se revirado dentro de mim, e sinto um fervor inexplicável correndo por meu tronco.
-Mas você transa com ele e...pensa em mim?
Ela bufa, enrijecendo seu corpo a ponto de eu ver o formato de seus seios desnudos por baixo da camiseta, os mamilos arrebitados demarcados no tecido. Ela está excitada.
-Você não precisa ser tão cautelosa para falar de sexo comigo. Me obrigavam a transar por dinheiro, mas não quer dizer que eu nunca mais senti tesão como uma pessoa normal. Eu só levei tempo para me acostumar com a ideia de fazer sexo com alguém de novo. De ter alguém tocando o seu corpo sem ter medo de que a pessoa só queira te possuir e te usar como um brinquedo. Eu passei a imaginar como seria estar com alguém que deseja o seu corpo porque é só nisso que ela consegue pensar, porque ela quer ter essa conexão que vai muito além de só gozar. Porque nem mesmo sentindo o corpo nu de outra pessoa é o suficiente, que não são só as pernas entrelaçadas, mas toda a essência da alma delas também. E quando eu pensava nisso, era só você que eu via nas minhas fantasias. E quando eu precisava me imaginar em outro lugar, longe daquele quarto que eu preciso ficar quando Kyle sente a necessidade de foder, eu tentava pensar em como seria se eu pudesse estar com você. E essa pensamento me viciou de tal forma, que eu cheguei num ponto que nem meus próprios dedos são capazes mais de satisfazer a ideia de ter você gozando comigo, Abby.
Tudo sai em um torrente de palavras, mas ainda sim de um jeito calmo e sensual que me faz perder os sentidos. Que se foda o Kyle. Que se foda o império dele, que se foda o nome da minha família. Nada mais importa se eu vou ter essa garota desejando por mim em cada poro de seu corpo, gritando meu nome cada vez que se derrama para mim. Nada mais importa se essa mulher me deseja na mesma proporção que eu a desejo, a ponto de que nada consegue satisfazer nossas vontades além de pensar uma na outra completamente nuas se amando no meu quarto. A mínima imagem de Nara escondida em seus banhos se tocando enquanto pensa que são meus dedos ao invés dos seus é demais para mim.
Encaixo uma de minhas mãos calejadas em sua cintura, forçando-a a se inclinar sobre meu tronco. Seu rosto está há alguns centímetros do meu. Seu hálito morno arrepia meus lábios, ao passo em que consigo ver cada tom amadeirado dentro de seus olhos. Mesmo na posição em que estamos, mesmo a ideia de passar meus lábios por cada centímetro desse corpo, nada me deixa mais extasiada agora do que ver toda a vulnerabilidade que Nara me permite ver. Ela é meu bem mais precioso. Eu sou seu segredo mais confidente. Eu morreria sem ela. Eu mataria por ela. Nada nesse mundo é capaz de me fazer desistir de amar essa mulher de todas as formas possíveis.
-Abby-ela fala baixinho.
-Nara-respondo, beijando-a com urgência. Não aguento nem mais um segundo sem tocá-la de alguma forma.
Involuntariamente, sinto que corri minha mão para dentro de sua camiseta, e acaricio o vale que ela tem em suas costas com as pontas dos dedos, desde suas omoplatas até a curva sutil do quadril, e não me contento até sentir a pele lisa e morna de seu bumbum contra minha palma por dentro do pijama. Aperto-a com certa força, sentindo seu corpo se movimentar contra o meu conforme a toco. Ela está me incentivando a continuar, e me provocando ao mesmo tempo. Mas não vou me limitar a sexo selvagem no chão frio com essa mulher. Quero aproveitar cada segundo com ela, até saber de cor cada lugar onde consigo arrancar um gemido de seus lábios. Ponho-me de pé com dificuldade para deitá-la sobre a cama, mas ela se senta antes que eu possa fazer qualquer coisa, e deposita suas mãos nas laterais de meu abdômen.
-Tira-ela fala, puxando minha regata, mais ordenando do que pedindo. Mas é claro que não vou dizer não a ela, principalmente nessas circunstâncias. Livro-me do tecido sem dificuldades, e de repente Nara tem a visão clara de minha barriga levemente malhada, meus seios arredondados, as entradas que levam à minha virilha. Coincidentemente, isso é o que parece mais chamar sua atenção, porque rapidamente ela coloca os lábios sobre minha barriga, descendo até perto do cós do shorts, dando leves mordidas ocasionalmente, e passando a língua com avidez. Fecho os olhos, apreciando seu toque. É bom para caralho. E Nara parece perceber que estou completamente vulnerável a ela, porque me segura por perto com uma das mãos, e aperta meu seio com a outra, beliscando-me com delicadeza. Sinto-me em completo êxtase. Não reconheço essa sensação como qualquer outra coisa que eu já tenha sentido. É inexplicavelmente delicioso.
Mas qual é o ponto de ter passado meses desejando essa mulher se eu não vou enlouquecê-la também?
Puxo seu rosto com a ponta dos dedos, fazendo-a me olhar de baixo. Agora entendo qual é a graça em ter certa "submissão" no sexo. Ver Nara com esse olhar selvagem sentada em minha frente com seu corpo implorando para ser tocado e pronta para fazer exatamente o que eu pedir é absurdamente excitante.
-Deita-falo baixinho, mas com firmeza o suficiente para que ela o faça. Observo enquanto ela faz o que eu pedi, e sua blusa sobe alguns centímetros, me revelando o shorts absurdamente pequeno e parte de sua barriga. Passo meus dedos pela mesma até alcançar o cós do shorts e retirando-o. Nara me olha com certa insegurança, mas ainda sim, de modo afirmativo. Quando paro para olhá-la, observo as cicatrizes que tem. Consigo senti-las, tocá-las com meus dedos. Não sei se ela já esteve com alguém sem que fosse à força, ou só pela simples necessidade de sentir algo de alguma forma. Não quero pressioná-la. E ela parece ver exatamente isso nos segundos que eu a olho, porque pega em minhas mãos para que eu me deite sobre ela.
-Eu quero isso-ela sussurra, colocando as mãos sobre meu shorts justo para que eu o retire também. Me livro do pouco tecido que ainda me cobre, e ajudo-a a retirar o que falta. É isso. Tenho essa mulher completamente nua sob meu próprio corpo nu. De repente percebo que a insegurança que eu pensei ver nela, é na verdade minha. O quão diferente eu sou se tudo que eu penso é em tê-la para mim dessa forma? Encaixo uma das mãos em seu pescoço, analisando cada detalhe que posso de seu rosto. O rosto que esteve estampado em minha mente por anos quando eu pensava o que me fazia continuar a ficar aqui. A razão do porquê minhas mãos são calejadas e meu coração está sempre angustiado, com medo de perder meu amor.
-Mas e se você se arrepender depois? E se você sentir medo de mim também? Porque eu te desejo dessa forma.
Ela coloca a mão sobre a minha, a ponta dos dedos acalentando meus ferimentos, como se seu toque fosse a cura que preciso, me fazendo olhá-la no fundo dos olhos.
-Eu jamais teria medo de você, Abby. Porque você é a única que vê as minhas cicatrizes e tenta curar minha dor de verdade. Porque honestamente às vezes acho que você é a única que se preocupa se vou estar aqui quando você acordar.
Me aproximo o suficiente para que nossas respirações se encontrem, nossos lábios entreabertos e cheios de anseio.
-Sem você aqui eu jamais vou ter outro motivo para acordar, pequena.
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Imagines +18
Romantizmsexo entre mulheres. a silhueta do corpo. o suor pelas costas. as coxas bem torneadas. a sensualidade de um olhar durante um orgasmo. pernas entrelaçadas. agh, tem algo mais sensual e agridoce do que se apaixonar por uma mulher? tem. quando se fa...