Era uma manhã congelante de domingo, o ômega
adormecido sentiu uma pontada forte na cabeça, algo nem um pouco normal de acontecer. Ele precisou se concentrar para reconhecer aqueles gritos vindo de algum cômodo na casa, esses que por muito tempo, soavam-lhe como um alarme prático.Sua consciência ainda não estava completa, não conseguia distinguir se estava de fato acordado ou preso num pesadelo nomeado como sua vida, e não seria nenhuma surpresa, se estivesse realmente sonhando.
Não possuía noção de que horas poderiam ser, o relógio estava quebrado à dias e sinceramente, não fazia falta, as criaturas que moravam consigo carregavam o papel de o acordar na hora exata, era um custo a menos. E estranhamente eles eram pontuais.
Colocando uma mão para fora do edredom, ele tateou todo o colchão macio notando a falta de outro corpo na cama, a resposta chegou rápida na mente e o amaldiçoou no fundo do pensamento. O seu alfa estava de pé, e como a grande mente fraca que ele era, deveria estar a fazer tudo o que aquelas crianças queriam, não podia ser um grande horror.
Jimin almejou que Deus o levasse, porque sabia que quando fosse checar, temia por não ter mais uma sala de estar, e muito menos uma cozinha. A vontade era de retornar ao sono, queria terminar o seu sonho romântico com o ator de Dorama cujo nome fora esquecido. Mas a realidade o puxava cada vez mais para longe.
Então criou forças, e rastejou-se para fora encarando a grande janela de vidro, que dava visão de toda a sua vizinhança, viu a senhora Hyo fingindo regar as suas plantinhas murchas, quando, na verdade, ela estava tomando conta da vida dos outros moradores do condomínio.
E céus! Maldito seja Jeon Jungkook por não fechar as cortinas, e fazer com que a irritante luz do sol o deixasse cego. Jimin estava com um belo mau-humor.
O seu primeiro passo foi diante a porta, e após ficar minutos tentando entender o motivo de ainda estar vivo, ele criou forças para sair do quarto, e ir caminhando numa lentidão sem fim pelos corredores, quase caindo no processo de descer as escadas, por estar com os olhos fechados.
As vozes infantis que deixavam Jimin com medo ficaram mais audíveis quando ele cruzou a sala de estar, chegando por fim, na cozinha. Observou a figura de Jiwio largada sobre o estofado amarronzado, uniformizada com as roupas do colégio assistindo algum desenho na TV, sem contar no pote de cereal nas suas mãos.
Ela estava se entupindo de doces calóricos, e claro, sujando também todo o sofá! Ela vai limpar com a língua! Pensou, imaginando o acúmulo de sujeira que ali ficaria.
─ Oh! O papai acordou. — disse Baeyoung, mantendo um sorrisinho travesso. Mas o ômega mantinha os olhos fechados, e apoiava a lateral do corpo contra o batente do arco da porta ─ Ele parece um zumbi sangrento e muito velho, tá' caindo aos pedaços!
De ímpeto os lumes de Jimin abriram-se e ele rosnou baixo, procurando aquela pestezinha, o encontrou ao lado da irmã mexendo a colher em algo de aparência estranha na panela, parecia se tratar de uma massa. Com toda a certeza, aquilo era tudo, menos comestível.
Tanto ele quanto Sora vestiam os seus pijamas e tinham os rostos sujos de farinha de trigo, o que eles estavam a aprontando? Olhou Jungkook por breves segundos, ele teria que se explicar.
─ Você me chamou do quê? — a pergunta foi recheada por uma falsa ameaça oculta.
─ Bom dia príncipe. — Jungkook diz, lhe abraçando por trás, deixando um beijo na sua nuca. — Dormiu bem?
─ O que você acha? ─ Responde amargurado.
A sua noite foi recheada pelo choro do bebê e a infeliz barulheira da festa que os vizinhos do apartamento ao lado resolveram dar.
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Family Issues • JIKOOK
Fanfiction(ABO) ✔️ Jimin parecia satisfeito com o rumo que sua vida estava tomando, casado e pai de quatro filhotinhos: O ômega tinha tudo o que um dia jamais imaginou precisar ter. E não sabia viver sem. Quando sua cunhada envia um convite para o casamento d...