Capítulo Cinco

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Jungkook estava nervoso, pela primeira vez não havia dormido direito por estar com os olhos estáticos e os nervos agitados demais.

Suas costas doíam como o inferno por ter passado a noite dormindo numa poltrona desconfortável, e a última vez que havia feito isso foi quando ficou esperando um de seus filhotes nascer.

Mas ali estava ele, novamente num hospital aguardando o médico responsável aparecer para lhe dar notícias sobre Baeyoung.

A noite anterior se sucedeu cheia de confusão, seus familiares eram barulhentos e acabaram sendo expulsos pelos seguranças do hospital, restando apenas o Alfa e Jiwio, esta que agora dormia toda torta em um dos bancos de espera.

Ela havia se recusado a voltar para casa de praia com a avó, poderia não demonstrar mas morria de preocupação com seu irmãozinho mais novo, podiam brigar quase sempre, mas o amava tanto.

Então estavam os dois sentados, Jungkook pensando em diversas formas de como iria se livrar de uma morte que Jimin deveria estar planejando para ele.

No registro do celular havia vinte chamadas perdidas só do loiro, e quando acabou ouvindo ele gritar numa ligação com sua mãe, perdeu toda a coragem de falar com o mesmo.

Suspirou e encarou o relógio de pulso, em breve seria o horário de almoço e sua barriga pediria por comida, assim cutucou a garota para acordá-la e ajustar a postura.

Jiwio esfregou os olhos sonolentos, precisou de alguns segundos para identificar onde estava e sentir o cheiro característico do pai Alfa ao lado. Foi aí que ela viu o celular dele acender.

— É o papai? — perguntou.

Jungkook anuiu, deixou a ligação se encerrar sozinha.

— Quer falar com ele?

Ela negou de olhos esbugalhados.

— Morro de medo de falar quando ele tá bravo.

— Eu também minha filha, eu também.

A garota então reclamou de fome, fazendo Jeon se erguer sentindo sua coluna reclamar de dor, estava literalmente envelhecendo e não podia se dar ao luxo de agir como um jovem delinquente.

Deixou ela avisada que iria na lanchonete que tinha visto mais cedo, com uma concordância muda, se afastou daquele corredor.

Aquele hospital era um pouco distinto do que trabalhava em Seul, estava vazio, muito diferente da agitação que o Yekun Memorial sempre estava independente do dia ou horário.

Ficou perdido com as placas em espanhol, afinal o poliglota da família era Jimin, abusou um pouco do seu inglês para perguntar a recepcionista onde ficava a cantina, após receber as instruções seguiu para lá.

O local era pequeno, havia mesas espalhadas em pontos calculados, algumas pessoas ocupavam, a maioria sendo médicas conversando num tom baixo e respeitoso. Pediu três pães de queijo e uma garrafinha de suco natural, teria de ser o suficiente para ele e Jiwio até que Baeyoung acordasse dos sedativos.

Seu coração ainda tinha espasmos do grande susto que tomou com a reação alérgica da criança, como não sabia que o menino era alérgico a amendoim?!

Jimin nunca mencionou isso, e sendo pai Jungkook tinha a obrigação de saber tudo sobre o filhote, sentiu uma grande culpa em ver seu garotinho desmaiado naquela maca maior que ele, os médicos lhe impedindo de ir junto.

Quase recorreu a Seokjin para que ele mexesse os pauzinhos e fizesse com que o Alfa fosse o responsável por cuidar do quadro da criança, mas seria impossível. Afinal era neurocirurgião, e não um pediatra.

Family Issues • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora